CANTÃO DE BORACEIA - FOTO ROSELI JAN/10 - AONDE RESIDE O MEU CORAÇÃO

O DASA MAHAVIDYA ENTRA NUM FLUXO DE REEDIÇÃO.AO RELER VÁRIOS ESCRITOS AQUI POSTADOS, FICO PASMA E ENVERGONHADA. TOMO CONSCIÊNCIA DA DIMENSÃO DE MINHAS FACETAS DE MULHER. ALGUMAS BRILHANTES , OUTRAS TENEBROSAS.ENFIM PRESERVO AS TENEBROSAS, POIS NINGUÉM FOGE DO QUE É. E QUEM SABE AO REMEXER NESTES CASTELOS DE AREIA, EU ENFIM CONSIGA SARAR AS MINHAS FERIDAS.



QUANDO ALGO DEIXA DE EXISTIR ....NÃO HÁ O QUE DESCREVER....RESTA A LEMBRANÇA....QUE CADA UM PRESERV

QUANDO ALGO DEIXA DE EXISTIR ....NÃO HÁ O QUE DESCREVER....RESTA A LEMBRANÇA....QUE CADA UM PRESERV

DASA MAHAVIDYA - KAMLA

O DASA MAHAVIDYA
livro de areia
atemporal
tal qual as minhas lembranças.

domingo, 30 de setembro de 2007

O NASCIMENTO DAS MAHAVIDYAS
Há muito como já falei interesso-me pelo hinduismo e em especial pelo tantrismo, já disse que o encontro com eles resgatou a minha dignidade enquanto mulher ,me referenciou e de um lugar enquanto pessoa neste mundo. Já que meu universo de valores e o meu modo de ver a vida nunca enquadrou-se nos valores vingentes.
Anos de conflitos externos e internos foram necessários para aceitar enfim que sou assim e pronto! E isto amigo é de verdade e não como defesa a rejeição!
E hoje, novamente enquanto me recomponho, encontro com as Mahavidyas.
Foi por acaso que surfando pela net encontrei um site que se referia as estranhas deusas indianas e começei a ler sem muito entender e caros visitantes
para ser sincera , acredite ainda pouco entendo.
Pode parecer obscuro ou doideira, mais minha forma de aprender é começar a
escrever e falar sobre aquilo que não sei e ai não sei como passo a saber!
Então vamos lá! Ao um dos Mitos do Nascimento das Mahavydias.
Shiva um dos deuses da trindade hindú (Bhrama o Deus da Criação, Vishnu o Deus da Preservação e Shiva o Deus da destruição) e sua consorte Parvati, durante um dos seus vários jogos amorosos, o que tinha começado como um gracejo transformou em um assunto sério. Parvati havia pedido que Shiva lhe instrui-se nos grandes misterios, e Shiva nega-se, e devido a insistencia de Parvati acaba enfurecendo-se e ameaçando banir Parvati.
A Furia de Shiva era tamanha que nada o persudia ou o seduzia e amenizava sua ira. Vendo-se sem saída Parvati multiplica a si mesma e em cada rota de fuga que Shiva procura-se uma Guardiã era encontrava .
Ao se deparar com as formas manifesta de Parvati ele encontrou verdades essenciais que o despertou espiritualmente para asd Grandes Verdades Do Feminino. E que o alertou sobre a natureza de seu amor mutuo.
As Dez Manifestações da Deusa são conhecidas como Mahavydias, que significa
Maha = grande ; Vidya = conhecimento , então são as Dez Deusas da Grande Sabedoria.
1- KALI - O Poder da Energia do Tempo e A Noite de Eternidade
2-· TARA – O Poder da Energia do Vazio e A Noite da Raiva
3 · TRIPURA SUNDARI - O Poder da Energia do Esplendor Absoluto
4· BHUVANESHWARI - O Poder da Energia do Infinito e A Noite da Realização Perfeita
5· TRIPURA BHAIRAVI - O Poder da Energia da Morte e A Noite de Destino
6 · CINNAMASTA - O Poder da Energia do Sacrifício e A Noite de Coragem
7· DHUMAVATI - O oder da Energia da Privação e A Noite de Frustração
8- · BAGALAMUKHI - O Poder da Energia da Palavra e A Noite da Amarra Instantânea
9 -MATANGI - O Poder da Energia da Dominação e A Noite de Ilusão
10· KAMALATMIKA - O Poder da Energia da Felicidade Perfeita e A Noite do Paraíso ·
Leitores ,estranho não é ? Para mim também o é !
Decidida estou em mergulhar nestas noites e delas poder beber o que eu encontrar e quem quiser , basta me seguir.
Namastê

quinta-feira, 27 de setembro de 2007

ENCONTROS

Já é uma marca em minha vida ser qualificada como uma pessoa corojosa. Apesar de ficar lisonjeada, no fundo sempre soube que por trás de meus atos
estava o medo, eu sou uma sobrevivente na vida e pergunto quem não é?
Mais como ninguem sobrevive sozinho e isto me Pai me ensinou, aprendi com o medo a ser benevolente e a ter compaixão, pois ciente de meus pavores e de meus fantasmas consegui entender a dimensão do pânico do outro. Por ter medo aprendi acolher e proteger e estou conseguindo deixar de ser só.
Uma grande amiga e terapeuta sempre diz ,nos enfretamos nossas dificuldades de braços dados com nossos medos, desta forma sempre soube que sou uma medrosa, que algumas vezes o pavor é tamanho em contra-partida o desejo de sobreviver é enorme, e assim eu vou caminhando e me posicionando na vida .
Transformando fantasmas em vultos , dificuldades em empecilhos apenas.
Quando começei a postar neste Blog os Retalhos de Cobertor, havia uma necessidade de falar e desta forma costurar o meu ser tão retalhado. Mas havia o medo da exposição , principalmente da exposição da psicoterapeuta , que julgamentos fariam os meus clientes?
Hoje esse medo dissipou-se e dei acesso a uma cliente e amiga a ter contato com a Mahavydias, e brincando ela me fala : Eu acho que a Psicologa está precisando
de terapia ! Eu sorri, considerei a situação engraçada e respondi :Como poderia entender o sofrendo e acolhe-lo escondendo o meu sofrimento, não tenho medo de mostrá-lo e tenho a certeza de que isto não denegride a minha imagem de psicoterapeuta, pelo contrario aumenta o meu vinculo terapeutico.
Desta forma podemos conversar sobre o medo da exposição e do julgamento.E como para o medo da exposição postar na internet aonde não temos controle dos leitores e nem seus julgamentos, é um otimo exercício e recurso para se dissipar medos e fantasmas . Pois funcionou comigo.
E ter o seu retorno de como que este Blog Mahavydia e do Blog Maquinomovel de meu amigo André tem contribuido de forma positiva no seu processo de auto conhecimento e nas buscas por resoluções de suas dificuldades, reafirmou para mim que é esse caminho, as pessoas buscam e necessitam de encontros com pessoas que exercem a profissão de terapeutas e não o contrario, de terapeutas que escondem ser pessoas. A neutralidade terapeutica não existe e só uma ilusão criada para os terapeutas se protegerem de seus medos.
E hoje, ao ler um comentário no Blog Maquinomovel reconheci a autoria da postagem e fiquei orgulhosa de sua atitude. E tenho a lhe dizer : "Bravos" .... "Mil vezes Bravos"... "Garota Corajosa".
Encerro aqui deixando a gratidão por esta aprendizagem que se deu nos dias de trabalho dentro do Núcleo de Atenção Psicossocial , aonde aprendi junto aos usuários psicoticos a ser expontânea e transparente e a me vincular de pessoa para pessoa sem medo de perder a identidade profissional. Esta é hoje a técnica que norteia a minha ação como terapeuta , quer seja ela ao atendimento ao grave sofrimento psiquico ou não . Esteja eu num serviço de saúde mental público ou dentro de um consultório.
Assim deixo tambem a minha gratidão a minha cliente do consultório que com sua atitude qualifica o meu trabalho.
Namastê
Roseli

terça-feira, 25 de setembro de 2007

प्रेस्तो होमेनागेम आ लास्ख्मी आ गनेशा

प्रेतों होमेनागेम आ त्रिन्ददे हिंदु प्रेसेंते एम मिम
आ स्री विष्णु
आ स्री भ्रम
आ स्री शिवा
आ स्री लास्खिमी
आ स्री सरवास्त्री
आ स्री पार्वती
प्रेस्तो होमेनागेम आ मू फेल अमिगो ए कोम्पन्हेइरो स्री गनेशा
इन्वोको आ सुअस दविदास
कुए प्रोते आ मिम ए मिन्ह फमिलिया
ओस मूस अमिगोस ए पसिएँतेस
कुए आ सुआ लूज़ से एस्तेंदा आ तोड़ा आ विदा नो उनिवेर्सो
नम
ॐ शांति

HOJE CARO VISITANTE É UM DIA ESPECIAL
UM DIA DE DÁDIVAS
E O QUE É UMA DÁVIDA
NA MINHA VISÃO
UM ATO DE COMPAIXÃO
UM ATO DO CORAÇÃO
UM ATO DE PUREZA
VEM DO ATO DE DESEJAR SIMPLESMENTE
VEM DO BAIXO VENTRE E DESABROCHA NO PEITO
ECOA NO CENTRO DA CABEÇA
E AQUECE OS BRAÇOS
E ESCORRE PELAS MÃOS
UM ATO EXPRESSO NAS MÃOS DE LASKHMI
A MÃE DO MUNDO
QUE CARINHOSAMENTE ACALANTA A VIDA
COM SUA LUZ DOURADA
REPRESENTA UM ASPECTO DO FEMININO
JÁ TÃO ESQUECIDO HOJE EM DIA
TEM A FORÇA DA TERRA
QUE A TUDO PROVÊ
A TUDO ACOLHE EM SEU VENTRE
DE AMANTES A FILHOS
E SOB TEUS OLHOS TUDO GERMINA
E AO SEU TOQUE TODO MEDO SE DISSIPA
ASSIM É LASKHMI
CONSORTE FIEL
A SI E AO SEU PARCEIRO
FIEL AO SEU CAMINHO
FIEL AOS FILHOS
FIEL AO SEU AMOR

ASSIM COMO MÃOS DE GANESHA
O MESMO GESTO SE REPETI
DO AR ALEGRE E IGENUO
SIRGE A FORÇA
QUE A TUDO PERPASSA
PENETRA EM TODAS AS BRECHAS
A SABEDORIA DA PERSISTÊNCIA
QUE NASCE DA CERTEZA
DO QUE SE É
E DA ONDE SE PERTENCE
E NA LAMINA AFIADA DE SEU MACHADO
FORJADA NA SABEDORIA
CORTA A ONIPOTÊNCIA E A PREPOTÊNCIA
DOS EGOS IGENUOS
QUE BUSCAM O PODER
PARA PODER SUBJULGAR APENAS
MAIS EIS QUE SURGE DE OUTRA MÃO BENEVOLENTE
A DADIVA DA COMIDA
QUE ALIMENTA NOSSA ALMA
E FORTALEÇA O NOSSAS MENTES E CORAÇÕES
E NO SEU SORRISO AMIGO NÃO HÁ MEDO
QUE PERSISTA
E NEM OBSTACULOS QUE SEUS PÉS
NÃO ULTRAPASSEM

E AQUI FICA MAIS QUE MEU DESEJO E ANSEIOS
POR DIAS MELHORES PARA TODOS
FICA A LUZ QUE IRRADIA DE MEU PEITO
DE NOSSOS PEITOS
A LUZ QUE NOS IDENTIFICA COM O DIVINO
SEJA LÁ QUE FORMAS
ELES TE APAREÇAM
FICA LUZ QUE NOS IDENTIFICA COM O HUMANO, O ANIMAL, O VEGETAL, O MINERAL
IDENTIFICA COM O ORGÂNICO E O INORGÂNICO
A LUZ QUE PERMEIA A TODAS AS DIMENSÕES
A LUZ QUE COMPÕEM TODOS OS ATOMOS
DE TUDO QUE EXISTE
EM MIM, EM VOCE , EM TODO SER VIVO, EM TUDO QUE NÃO É VIVO
A LUZ QUE NÃO ENTEDEMOS E CHAMAMOS DE DIVINO!!
NAMASTÊ

A TODOS
PAZ, AMOR, SAÚDE, CONHECIMENTO E PROSPERIDADE

RÔ666

domingo, 23 de setembro de 2007

Equivocada!!!!Só Equivocada!!!

De tanto esperar
Equivocada por cismar
Perdida em ilusões
Envergonhada por só sonhar
Desisti e decidi
Dobrar a esquina

Rô 666

sábado, 22 de setembro de 2007

HOMENAGEM A GENEROSIDADE DE ANDRÉ NUNES

SRI HANUMAN YANTRA

Este retalho de coberto é em homenagem a um amigo , André Nunes, que com sua benevolência classifica as minhas doiduras com Atos de Coragem.
O relato a seguir é um resumo de meu encontro com a Filosofia Tantrica, quem sabe ganhe mais coragem e depois fale mais claramente dos sabores e dissabores dessa jornada.
Nos anos 90 envolvi-me pela primeira vez com uma ordem mística , aonde estudavam Cabala, no desenvolvimento espiritual de cada membro havia estágios, aonde cada estágios passavam-se por ensinamentos e alcançavam-se representações arquetipicas. Os estágios eram alcançar e representar : Um Deus , Um Anjo e por fim um Nome de Deus.
A minha trajetória nessa ordem deu-se por entradas e saídas, devido ao meu espírito ser na época extremamente contestador e critico . Em meu penúltimo retorno a esta Ordem Esotérica ,após poucas semanas de forma inesperada fui iniciada no Arquétipo da Deusa Ísis e nas semanas seguintes em uma meditação toma contato com a vertente do hinduismo tantrico , o que divergia da egregora da ordem. O Nome de Deus era de Vishnu - O Preservador do Universo , e como Vishnu pertence a Trindade Hindu , passo a representar também Bhrama
A criação do Universo e Shiva a Destruição do Universo .
Logo depois deixo a Ordem por ter sérias divergências , mais estes fatos marcam
O meu trajeto de estudos dentro do Tantrismo tanto hindu como tibetano.
A minha saída da Ordem coincide com o meu casamento e dou seguimento aos estudos sozinhos e de forma irregular.
Neste momento em meio a uma forte crise existencial retorno a meus estudos ,
O tantrismo é a linha que atualmente costura os retalhos de minha existência.
Começarei a falar sobre Épico Ramayana , em Homenagem ao meu amigo André.
Muitas vezes eu o comparo ao arquétipo de Hanuman, , isto devido a sua força, coragem , honra e lealdade.
Então desfrutem deste resumo do Épico Hindu Ramayana.
O Arqueiro Divino Rama é 8ªencarnação do Deus Hindu Vishnu, em sua missão de salvar o mundo dos demônios e principalmente o Demônio Ravana.Irei usar a narração do Site http://www.gita.ddns.com.br/ramayana/ramayana1.php

quarta-feira, 5 de setembro de 2007

Contos Tibetanos

Perfeita Generosidade
Por muitos anos Patrul Rinpoche utilizava o que quer que fosse oferecido a ele para patrocinar a escultura de mantras em pedras, que então eram empilhadas para formar um muro de orações. Dessa forma ele sustentava muitos artesãos indigentes e paupérrimos, inspirando-os a trabalhar. Patrul certa vez cantou: "Seja bom com os destituídos, seja paciente e gentil com os malvados,seja bom com os aflitos,seja gentil com os tolos, Empatize com os fracos e oprimidos, seja especialmente compassivo para com aqueles que apegam-se a uma realidade concreta."


Inevitavelmente, após dar esmolas aos mendigos, Patrul parecia ainda mais feliz do que eles. Ele preferia o som de alguém mendigando ao som de música ou conversa.
Uma vez um pobre escultor chamado Phukhop implorou dinheiro a ele. "Pobre amigo," disse Patrul, "apenas diga, 'não preciso de dinheiro,' e eu te darei algum."
"Que tipo de brincadeira é esta?" Phukhop pensou, sem dizer nada.
Depois que Patrul Rinpoche repetiu seu pedido três vezes, o amarrado Phukhop finalmente murmurou, "Não preciso de dinheiro." O mestre então presenteou-o com um grande punhado de moedas.
Já que Patrul nunca perdia uma oportunidade de dar esmolas sob nenhuma circunstância, um discípulo então pediu uma explicação sobre o comportamento do mestre.
Patrul contou esta historia: "Uma vez, durante a vida de nosso guia espiritual, Buda Sakiamuni, um homem pobre ofereceu-lhe um pouco de doce. Um ganancioso Brâhmane imediatamente pediu pelo doce, sabendo que o Buda nunca dizia não.
"O Buda respondeu, 'Apenas diga, "Gautama, não preciso deste doce," e eu darei-o a ti.' E assim foi feito.
"Mais tarde, Ananda pediu a Buda que explicasse. O Buda então detalhou, 'Através de quinhentas vidas, este Brâhmane nunca nenhuma vez sequer pronunciou as palavras, 'Eu não preciso.' Eu ajudei-o a pronunciar essas simples palavras de forma a gerar nele o sentimento de não precisar de nada. Diluindo a ganância, estas palavras plantarão nele as sementes da generosidade.'"
Então, por vários dias, nenhum escultor necessitado aproximou-se de Patrul. As oferendas dos fiéis empilhavam-se, já que não havia ninguém para quem distribuí-las. Repentinamente os olhinhos de Patrul brilharam. "Estão chegando!" ele gritou, reunindo todo seu dinheiro.
Quatro ou cinco escultores logo chegaram. Assim que os mendigos entraram em sua presença, antes mesmo que pudessem falar qualquer coisa, Patrul exclamou, "Aqui está!" e entregou-lhes punhados de dinheiro. "Esculpam pedras mani!" Ele adicionou. "Cultivem virtude."
Depois que os escultores se foram, Patrul comentou, "Até que enfim me livrei daquela velharia, inútil como um cadáver apodrecendo no chão!"

SITE http://www.salves.com.br/contperfgene.htm

Contos Tibetanos -2

O Verdadeiro Som da Verdade
"Em terras Tibetanas Budistas a prece mais comum encontrada em todo lugar , é Om Mani Peme Hung, o mantra deChenrezi, o Buda da compaixão. O mantra originário da Índia, à medida em que migrou para o Tibet, teve a sua pronúncia modificada porque alguns sons na linguagem sanscrita Indiana eram difíceis para os Tibetanos pronunciarem"

Uma antiga estória nos conta de um problema similar. Um devotado praticante de meditação, depois de anos concentrado em um mantra em particular, havia conquistado insight suficiente para começar a ensinar. A humildade do estudante estava longe de ser perfeita, mas os mestres no mosteiro não se preocupavam com isso.
Com alguns anos ensinando com sucesso deixaram o praticante certo de que não precisava aprender com mais ninguem; mas ao ouvir falar de um famosos ermitão que vivia nas proximidades, viu que a oportunidade era muito atraente para ser deixada de lado.
O ermitão vivia sozinho em uma ilha no meio de um lago, desta forma o praticante contratou um homem com um barco para atravessá-lo até a ilha. O praticante foi muito respeitoso com o velho ermitão. Depois de tomarem chá com ervas o praticante perguntou ao ermitão sobre suas práticas espirituais. O velho lhe disse que não tinha nenhuma prática espiritual, exceto por um mantra que ele repetia o tempo todo para si mesmo.. O praticante estava extasiado: o ermitão estava usando o mesmo mantra; mas quando o ermitão pronunciou o mantra em voz alta, o praticante ficou estarrecido!
"O que está errado?" perguntou o ermitão
"Eu não sei o que dizer. Eu temo que você desperdiçou todas a sua vida! O senhor está pronunciando o mantra de forma incorreta!"
Oh! Isto é terrível. Como eu deveria dizê-lo?
O praticante deu a pronúncia correta, e o velho ermitão ficou muito agradecido, pedindo para ser deixado a sós para que pudesse começar imediatamente na prática. Na travessia de volta o praticante, agora obviamente um mestre completo, ficou refletindo sobre o triste destino do velho ermitão.
"Foi muita sorte eu ter vindo. Pelo menos ele terá um pouco de tempo para praticar corretamente antes de morrer."Neste instante, o praticante percebeu que o barqueiro estava olhando assustado, e se virou para ver o ermitão de pé, respeitosamente, sobre a água perto do barco.
"Com licensa, por favor. Eu sinto incomodá-lo, mas eu esquecí de novo a pronúncia correta. Você por favor poderia repetí-la para mim?"
" Obviamente o senhor não precisa disto,"gaguejou o praticante, mas o velho insistiu em seu pedido educado até que o praticante demonstrou piedade e repetiu para ele novamente.
O velho ermitão ficou dizendo o mantra muito cuidadosamente, devagar e repetidamente, assim que caminhava sobre a superfície da água de volta para a ilha.

Site http://www.salves.com.br/contversom.htm

Contos Tibetanos

Viagens Tântricas
Choying Rangdrol era um mestre iluminado que não possuía bens mundanos. Dia e noite ele sentava numa almofada de meditação, vestindo somente uma pele solta de ovelha.Sem educação formal, ele havia atravessado o caminho do despertar. "Os iogues não querem e não precisam de nada além da natureza imutável do autêntico ser," ele cantava


Um dia Patrul Rinpoche — que recebeu extensivos ensinamentos de Choying Rangdrol — estava sentado com o mestre de meditação, quando este perguntou, "Aliás, o que anda fazendo ultimamente Mingyur Dorje do Mosteiro Dzogchen?"
Patrul Rinpoche deu algumas notícias, Choying Rangdro lembrou, "Estes caras do Dzogchen não tratam Mingyur Dorje do jeito que deviam. Se conhecessem sua real identidade, seria diferente. Um verdadeiro Siddha raramente revela todas suas qualidades intrínsecas."
Mais tarde, sem razão aparente, Choying Rangdrol disse, "Durante as grandes reuniões no Mosteiro Dzogchen, Mingyur Dorje senta num trono alto, não longe da porta, de frente para o centro; isto é meio esquisito, não é? O trono do professor costumava ser perto do altar."
Então ele continuou lembrando vários costumes e personagens do Mosteiro Dzogchen.
Por toda a conversa, Patrul Rinpoche — que havia estudado em Dzogchen —concordava inclinando a cabeça, aparentemente compartilhando das reminiscências do mestre de meditação. Um jovem neófito, Pema Dorje, que estava presente (e que mais tarde tornou-se o principal khenpo [abade] do Mosteiro Dzogchen) pensou, "Como pode este lama analfabeto saber tanto sobre nosso mosteiro? Ele deve ter estado por lá durante sua juventude."
Finalmente o curioso rapaz perguntou ao mestre de meditação, "Venerável lama, tens ido ao Mosteiro Dzogchen?""Poderias dizer que sim," o mestre respondeu.
"Quando?"
"Todo ano eles realizam a cerimônia da Grande Reunião. Quando, do trono, Mingyur Dorje toca um pequeno tambor de marfim e canta a invocação: 'Vidyadharas, detentores do estado desperto atemporal, dakas, dakinis, venham com seus séquitos — venham e participem do banquete vajra,' então todas as deidades da mandala universal, bem como os patriarcas da linhagem ancestral, têm que responder a este convite auspicioso. Portanto foi assim que eu visitei Dzogchen. De outra forma, nunca visitei fisicamente teu mosteiro."
O jovem Pema Dorje percebeu que Choying Rangdrol era um siddha clarividente, com qualidades intrínsecas extraordinárias, e que podia transcender tempo e espaço. Cheio de fé, o menino curvou-se perante o mestre e recebeu sua benção.
Algum tempo depois Pema Dorje seguiu Choying Rangdrol e Patrul à Buditude.
Extraído do Site http://www.salves.com.br/contvitan.htm

Sakiamuni e a Tigresa

Sakiamuni e a Tigresa
Estória recontada por Thrangu Rinpoche.
Em Savati, vivia uma velha mulher, cujos dois filhos roubavam freqüentemente. Eles acabaram sendo apanhados, levados diante de um juiz, julgados e condenados à morte. Seguidos pela mãe, sendo levados por pessoas de castas inferiores para o local da execução, viram o Buda vindo a uma certa distância.
A velha mãe se prostrou diante dele e fez um apelo: "Senhor dos deuses, olhe para nós com compaixão! Salve a vida de meus filhos, que estão prestes a morrer!" O Tatagata Buda ouviu e olhou-os com compaixão. Para salvar aquelas vidas, mandou Ananda fazer um apelo ao rei em benefício dos condenados. O rei, ouvindo os pedidos do Buda, soltou-os.
Eles ficaram extremamente felizes com a enorme bondade do Buda e imediatamente saíram à sua procura. Quando o encontraram, inclinaram a cabeça até o chão e uniram as mãos numa súplica: "Senhor dos deuses, por causa de sua enorme bondade poderemos viver o resto de nossas vidas. Então, por favor, olhe para nós com compaixão e conceda-nos a ordenação, para que assim possamos seguir o Darma."
O Buda respondeu: "Isto é ótimo." E imediatamente os cabelos e bigodes dos irmãos desapareceram de suas cabeças e suas roupas viraram cor de açafrão.
Por causa de sua inabalável confiança no Buda e porque este lhes deu os ensinamentos do Darma de que precisavam, eles alcançaram o estado dos arhats, eliminando todos os vestígios de obscurecimentos — os kleshas, ou emoções perturbadoras, conhecidos como cinco venenos: ignorância, desejo, raiva, orgulho e inveja. A velha mãe, através dos ensinamentos do Darma, alcançou o estado dos que não têm de renascer novamente.
Diante disso, Ananda proclamou: "Nós testemunhamos algo fantástico! Estas são as qualidades do Buda." Consigo mesmo, no entanto, pensou: "O que terão feito esta mãe e seus filhos no passado para, depois de um encontro com Bagavan Buda, não apenas escaparem de uma grande infelicidade, como também chegarem à felicidade do nirvana e a todos os benefícios que podem ser adquiridos em uma só vida?"
O Buda, sabendo o que Ananda pensava, disse-lhe: "Não ajudei essa mãe e seus filhos apenas nesta vida. Eu os ajudei com grande bondade num passado muito distante." Ananda então pediu, "Por favor, conte-nos como os ajudou num passado muito distante".
O Buda então contou:
"Muito tempo atrás, há incontáveis kalpas, vivia neste mundo um rei chamado Maharata (grande condutor) que tinha poder sobre cinco mil governantes regionais. Ele tinha três filhos. O mais velho se chamava Maharava (Grande Som), o do meio Mahadeva (Grande Divinidade) e o mais moço Mahasatva (Grande Ser). O mais moço, Mahasatva, sempre tivera muito amor e compaixão, mesmo quando criança. Sentia isso por todos os seres como se cada um fosse seu único filho.
Um dia, o rei e seus ministros, junto com a rainha e os príncipes, saíram do palácio para passear pelo campo. Enquanto o grupo descansava um pouco, os três príncipes deixaram o lugar e mergulharam nas profundezas da floresta. Lá, encontraram uma tigresa. Ela tinha tido filhotes, mas, sem nada para comer ou beber há muito tempo, tentava comer os próprios filhos.
Mahasatva disse aos irmãos, "Esta tigresa está sofrendo. Ela está tão fraca e magra que vai morrendo e quer até comer seus filhos recém-nascidos". Eles responderam, "Sim, o que você diz é verdade".
E ele perguntou, "O que uma tigresa come?".
Responderam-lhe que ela só comia carne crua e sangue quente de algum corpo morto há bem pouco tempo.
"Podemos conseguir algo assim para ela, para salvarmos sua vida?", perguntou Mahasatva.
"Dificilmente", disseram os irmãos mais velhos.
Isso levou Mahasatva a refletir: "Venho dando voltas e voltas em samsara, despediçando um incontável número de vidas e de corpos. Joguei fora minhas vidas por causa do desejo, da raiva ou da estupidez. Qual é o melhor uso que posso dar agora a este corpo, que nunca foi útil para acumular mérito para a prática do Darma?" Pensando assim, tomou uma decisão.
Os três príncipes começaram a voltar para o acampamento real, mas antes de terem se afastado muito, Mahasatva disse: "Vão indo na minha frente que alcanço vocês depois." Assim que os irmãos seguiram, ele voltou rapidamente até a tigresa e deitou-se diante dela.
Mas a tigresa estava muito fraca até para abrir a boca. Mahasatva encontrou um pedaço de madeira afiado e cortou-se, deixando o seu sangue escorrer na boca da tigresa, para que ela pudesse lambê-lo. Assim, pouco a pouco, ela recuperou a força para abrir a boca e se alimentar da carne dele.
Enquanto isso, os dois irmãos mais velhos esperavam. Como o caçula estava demorando muito para voltar, decidiram procurá-lo. Pensando bem, concluíram que ele devia ter voltado para saciar a fome da tigresa. Foram ver. Quando lá chegaram, seu pequeno irmão tinha sido comido vivo, e a tigresa saciara-se de carne e sangue. Eles perderam os sentidos e, ao voltarem a si, rolaram no chão aos soluços, até desmaiarem de novo.
Enquanto isso, a rainha dormia e sonhava com três pombos que brincavam pelo céu. Enquanto ela observava, um falcão apareceu, apanhou o pombo menor e levou-o embora. A rainha acordou, sentindo um medo horrível, e foi falar de seu sonho ao rei: "Ouvi dizer que pombos, num sonho, simbolizam os próprios filhos. E se o falcão apanhou o menor deles, isso significa que alguma coisa terrível deve ter acontecido com meu filho mais querido."
A busca aos príncipes começou imediatamente, mas logo apareceram os dois mais velhos. A rainha perguntou: "O meu amado filho está a salvo ou alguma coisa aconteceu a ele?"
Os outros dois quase não conseguiram responder, com a voz presa na garganta: "Ele foi comido por um tigre." Ao ouvir isso, a rainha caiu desmaiada. Quando já tinha voltado a si, a família real, acompanhada de seus empregados, foi até o lugar onde o jovem príncipe deixara o mundo.
Lá chegando, viram que a tigresa tinha comido toda a carne do príncipe. Sobrava apenas uma massa de sangue e ossos no chão da floresta. Soluçando, a rainha apanhou o crânio, o rei os ossos da mão, e ambos desmaiaram. Demorou muito para serem reanimados.
Enquanto isso, Mahasatva, depois de morrer ali, renascia no paraíso Tushita. Agora uma divindade, num reino de felicidade, pensava: "O que terei feito na minha última vida para renascer aqui?" E, usando a visão extraordinária de uma existência divina, investigou as cinco espécies de seres do samsara até encontrar os restos de sua última existência espalhados na floresta, onde seu pai e sua mãe ainda soluçavam.
Ele pensou: "Essa tristeza pode levar meus pais à morte. Preciso falar com eles e dar-lhes um pouco de felicidade." Assim, foi pelo espaço até o ponto do céu acima deles e disse-lhes coisas agradáveis, diminuindo seu sofrimento e fazendo-os mais felizes. O rei e a rainha perguntaram a essa divindade no espaço acima deles: "Quem é você, ser divino? Por favor, diga-nos."
Ele respondeu: "Sou o príncipe Mahasatva. Renasci no paraíso de Tushita por ter dado meu corpo a uma tigresa faminta. Seres de grande bondade, ouçam-me e entendam. Tudo que vive e todas as coisas têm um fim. Tudo que nasce vai morrer. Se alguém pratica más ações, vai cair no inferno. Se pratica boas ações, vai renascer no paraíso. Para todos há nascimento e morte. Então, por que vocês estão mergulhados num mar de tristeza apenas por minha causa? Esforcem-se para fazer o bem."
Seus pais, no entanto, perguntaram: "Se você tem amor e compaixão por todos os seres, tanto que se sacrificou por causa de uma tigresa, por que esqueceu de nós? Quando pensamos em você, agora, sentimos tanta dor! É como se nossos corpos tivessem sido rasgados em pequenos pedaços."
A divindade sobre eles respondeu com palavras tão confortadoras e agradáveis que eles se consolaram e não mais ficaram oprimidos pela dor. Fizeram uma caixa adornada com sete espécies de jóias, juntaram os ossos e os colocaram lá dentro. Depois construíram uma stupa, relicário sagrado de seres iluminados, e lá puseram os restos do seu filho. Mahasatva, agora um ser divino, voltou ao paraíso de Tushita e o rei, a rainha e sua grande comitiva voltaram ao palácio.
Isto foi o que Buda contou. Depois, ele perguntou a Ananda: "O que está pensando agora? Se quer saber quem é o rei Maharata, vou lhe dizer. Nesta vida ele foi meu pai, o rei Sudodana. Sua esposa, a rainha, foi nesta vida minha mãe, a rainha Mahamaia Devadana. O príncipe mais velho é agora Maitréia. O príncipe do meio é Sumitra. Já o príncipe mais moço, não há necessidade de ficar pensando se ele se transformou em outra pessoa porque ele é hoje eu mesmo, o Buda."
"A tigresa é hoje a velha mãe e os dois filhotes são agora seus dois filhos. Foi assim que, muito tempo atrás, salvei-os do sofrimento e levei-lhes felicidade. E hoje, que alcancei o estado de Buda, novamente os salvei do sofrimento. Mas, desta vez, libertei-os completamente de todo o vasto sofrimento do samsara."
Ananda e toda comitiva do Bagavan Tatagata Buda sentiram grande alegria ao ouvir suas palavras e todos as louvaram.



Texto extraído site http://www.salves.com.br/contsaktig.htm