CANTÃO DE BORACEIA - FOTO ROSELI JAN/10 - AONDE RESIDE O MEU CORAÇÃO

O DASA MAHAVIDYA ENTRA NUM FLUXO DE REEDIÇÃO.AO RELER VÁRIOS ESCRITOS AQUI POSTADOS, FICO PASMA E ENVERGONHADA. TOMO CONSCIÊNCIA DA DIMENSÃO DE MINHAS FACETAS DE MULHER. ALGUMAS BRILHANTES , OUTRAS TENEBROSAS.ENFIM PRESERVO AS TENEBROSAS, POIS NINGUÉM FOGE DO QUE É. E QUEM SABE AO REMEXER NESTES CASTELOS DE AREIA, EU ENFIM CONSIGA SARAR AS MINHAS FERIDAS.



QUANDO ALGO DEIXA DE EXISTIR ....NÃO HÁ O QUE DESCREVER....RESTA A LEMBRANÇA....QUE CADA UM PRESERV

QUANDO ALGO DEIXA DE EXISTIR ....NÃO HÁ O QUE DESCREVER....RESTA A LEMBRANÇA....QUE CADA UM PRESERV

DASA MAHAVIDYA - KAMLA

O DASA MAHAVIDYA
livro de areia
atemporal
tal qual as minhas lembranças.

terça-feira, 29 de janeiro de 2008

A MOÇA DA LANTERNA

Bem comecemos! Alguns que me conhecem diriam : Já era hora de falar de sua experiência profissional como Analista Bioenergética , Psicoterapeuta Reichiana nos cuidados ao grave sofrimento psíquico.Eu digo tudo há seu tempo! Ou só agora que dissolvo as minhas couraças expressivas e perdi os medos da exposição e da critica , consigo me organizar e elaborar a minha fala.Contudo não esperem aqui postulados acadêmicos estes não são as minhas veias expressivas, a minha escrita é simples e permeada de "eu's". Um eu afetado pelos afetos ! Sempre!Inicio falando sobre Identidade Profissional.Apesar de ter gavetas cheias de títulos , entre eles: psicóloga , psicoterapeuta reichiana, analista bioenergética, terapeuta em técnicas corporais orientais , entre outros que já me esqueci nestes longos 23 anos de formação. Elas não norteiam a minha experiência profissional no sentido técnico, não são instrumentos de trabalho . A bioenergética é uma visão de mundo, uma porta aberta para novos saberes e experiências e novas criações.Quem me conhece no dia a dia , sabe que abomino ser um "Papagaio Intelectual" , ficar citando teorias e teóricos para referendar o que digo e faço. A ciência, o conhecimento e a sabedoria não são posses pessoais, elas pertencem à humanidade . E uma visão científica , um dado conhecimento só torna-se sabedoria quando eu o interiorizo , elaboro e o assimilo ,ele torna-se parte de meu "eu".E uma técnica ou teoria só é comprovada na pratica e no cotidiano clínico , não só dos psicoterapeuta, e sim e principalmente que façam sentido e transmutem as dores daqueles a quem cuidamos, que buscam as nossas ajuda. Caso contrario ficaremos sempre reinventando teorias que amenizem ou encubram as nossas dificuldades e insegurança em nossos exercícios técnicos e clínicos.Pode parecer redundante o que digo aqui e agora , os manuais de psicologia estão repletos dessas idéias, entretanto não é o que observo no meu cotidiano. Sou grata pela oportunidade de poder navegar pelos setores da psicologia clínica particular e pública , nelas observo os mesmos entraves diante de nossas inseguranças frente ao sofrimento humano, nos armamos de nossas técnicas e encaixamos sofrimentos dentro de sintomas e patologias , e pessoas tornam-se casos clínicos, nos distanciamos do outro com medo que nos percebam humanos sofredores.Tornamos SOBERBOS , agarramo-nos em meias verdades, pois uma teoria é só uma face da verdade! E passamos a disputar o poder de quem detêm esta verdade, qual o diagnóstico , qual a teoria ? O sofrimento do outro se torna um objeto, no sentido de "coisa" e não objeto de estudo para dimensionar ações que dêem respostas efetivas ao pedido do outro.A grande chaga da psicoterapia é tentar encaixar pessoas dentro de teorias!Este blog como já falei anteriormente começa a partir de uma provocação, bem intencionada, de um amigo que há um ano e meio me perguntou qual era o meu norte terapêutico dentro do NAPS (Núcleo de Atenção Psicossocial) . Esta pergunta me causou estranheza e todas as respostas que dei não me satisfizeram. No fundo eu já não mais sabia!E na tentativa de responder não a ele e sim a mim, iniciei o blog Mahavidya e me deparei com toda minha fragmentação oriunda de varias crises de ordem global em minha vida . Nasceu ai o retalho de cobertor, composições mescladas de resgates pessoais e profissionais, e agora estando no meio da confecção deste cobertor consigo responder a pergunta : Eu , eu sou o norte de minha clínica. E olhando agora ,recomposta em minha integridade , discordo do meu primeiro olhar , aonde assustada temia que fragmentada estaria executando um péssimo trabalho , que ao invés de ajudar estivesse prejudicando a quem me pedisse ajuda. Naqueles momentos como já não tinha forças para lutar contra a fragmentação eu simplesmente a aceitei e a mostrei e foi esta atitude que me transformou em uma terapeuta/pessoa presente e reestruturei os meus objetivos profissionais e pessoais.As pessoas que guio em suas jornadas de busca de seus "eus" e objetivos de vida respaldam estas conclusões .Falo isto para deixar claro que um terapeuta é um sujeito em eterna construção e que várias vertentes compõem está "tarefa", o pessoal, social, técnico, espiritual. E nestes campos sempre abertos de construções acabo assimilando e incorporando os atuais preceitos da teoria sistêmicaquanto às questões da neutralidade terapêutica. Realmente não conseguimos permanecer neutros diante do outro, pois não conseguimos fugir de quem somos. E quando aceitamos quem somos naquele momento não atuamos contratransferencialmente .Corremos sim , este o risco quando nos aguáramos aos nossos medos, impotência , inseguranças e nos armamos tanto que perdemos a nossa potência e espontaneidade que são as fontes da cria-ação.Esclareço aqui que bem conheço o conceito da transferência e contransferencias e eles pertencem a uma ótica técnica e teoria e cabem dentro de um determinado setting terapêutico. Dentro de uma sessão com horário determinado o seu manejo é possível. Numa dimensão de atendimento ao grave sofrimento psíquico (psicoses e neuroses graves - aqui a nomenclatura cabe pra que tenhamos um entendimento comum do que estamos falando e não o contrario como já disse) dentro dos preceitos de funcionamento de unidades NAPS , que exigem diversidades de ações , setting's diversos e exposições pessoais,as antigas óticas técnicas/ teóricas já não dão respostas efetivas e causam sofrimento aos terapeutas que com medo da perda da identidade profissional agarram-se a ela transformando-os em muralhas e em segundas peles.Concluindo, escolho começar por aqui para lançar a discussão sobre os campos da identidade profissional. Um tema delicado e importante do exercício clínico dentro da Saúde Mental no momento, diria uma ferida egoíca a ser entendida e tratada, pois pode nortear os caminhos de nossas ações, e impedir de construirmos novos saberes a partir das raízes do antigo.Encerro com uma analogia que uso atualmente para dizer o que é meu trabalho a que procura minha ajuda , quer no serviço público ou no particular:- Veja bem esta imagem : Numa noite escura , você esta numa trilha e me pede para guiá-lo . Tenho a lhe informar que eu também desconheço o caminho e aonde ele vai dar . Acontece que eu possuo uma lanterna. Durante este trajeto algumas vezes eu estarei à frente iluminando o caminho,algumas vezes estarei atrás de ti iluminando o teu caminho à frente.Em outras estarei ao teu lado, ora seguirei de braços dados com você , oras você se apoiará em mim em outros momentos eu me apoiarei em você, e em muitos outros nos apoiaremos em conjunto e esteja certo em todas as situações estarei segurando a tua lanterna. Assim como haverá momentos em que te entregarei a lanterna . E não fique preocupada, a ordem desses momentos é sempre você que determinara, é segundo a tua necessidade. Pois eu sou apenas a Moça da Lanterna
Roseli T. Montanari

sábado, 26 de janeiro de 2008

SINCRONICIDADES

Taiguara - Viagem

Oswaldo Montenegro - Metade







Poeta Iluminado que em tua voz traz e arremata estas metade solta do que sou.
Pois nas inconcretudes, nas meias metaforas, nas dualidades expressam metades
Daquelas que na impossilidade não consigo mostrar
E de outras metades que com medo opto excluir.
Nestas metades de retalhos componho um cobertor,
Que uso só a metade e guardo a outra para ti.
Caso consiga também ocupar estas metades.
E sabe porque , como bem disse o poeta:
Metade sou amor e na outra metade também

Se puder sem medo - Oswaldo Montenegro



Sei lá o que se passa, uma enchurrada de afetados
Parece que abriram as comportas
do meu peito.
Lá vem a água forte
Jorrando aquilo que represso
Há tempo!
Então paciência , afinal este lugar é meu quarto de despejo.
Amigos quem sabe desta enchurrada contenha algo que lhe sirva e lhe afete.
Caso contrário com um toque voce vai embora e volta talvez em outro momento em que eu não esteja tão afetada pela minha fragmentação.
Mais caso goste de moisacos aproveite este meu momento neste blog.
Então talvez, mais só talvez se quizeres , poderam me entender
E quem sabe me dizerem o que entenderam.
Namastê

Oswaldo Montenegro - Quando a gente ama



Acordei com saudades de ti
Nas impossibilidades de ter novamente
Pois a vida é assim ...
Todos sabemos e fingimos não saber
Viajo no tempo, através da voz
Pra ter consolo
Num devaneio insano
De poder ouvir tua voz
Assim te tenho
Assim sinto-me embalada
Na proteção de teus braços
Aconchegada em tua alegria
Pai tú és eterno em minha alma

CAETANO VELOSO - LABIOS QUE BEIJEI






Amanheci com saudades de ti.
Ouvi o que cantava com tua voz tão afinada e forte
É ti ter aqui pertinho novamente !
Tô com muita saudades de ti
Tá doendo muito e muito.
Só a musica me consola.
Aonde não há consolo e nem remédio.
Namastê
Meu Pai

La Nanita Nana KITARO




Já que não restam palavras!
Engasgada por tanto ditos
Mau's ouvidos
Ecoaram em ouvidos entopidos
Deixo a visão e audição
Daquilo que já não consigo
Escrever

Nino Rossi - Il silenzio





Embalada adormeço dos braços do eterno.
E o que importa aquele que não entende , não vê e não sente.
Relamente só pode concluir uma miragem do que é

Kitaro Crystal tears

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

Loreena Mckennitt - The Bonny Swans





Nestes dias ao reencontrar os meus entardeceres estou reconectando e derretendo faces que esconderam mulheres .
Lados sutis a muito experimentados e embotados .
Em nova transição pareço deixar as terras de Tripura Sundari e caminhar para outra Dasa Mahavidya

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Minha concepção de Bioenergética

Minha concepção de Bioenergética
A terapias corporais pautam –se em uma premissa de unicidade do funcionamento do individuo em relações aos aspectos orgânicos e psíquicos.Entende o ser humano como sistema integrado, onde mente e corpo são funcionalmente idênticos, isto é, o que ocorre na mente reflete o que está ocorrendo no corpo e vice-versa, e os processos energéticos inseridos nesta relação. Entende como as funções básicas da vida a produção energética obtida através da respiração e dos processos metabólicos. E a sua descarga em ações expressa ou não. A quantidade de energia que uma pessoa tem e como a usa determinam o modo como responde às situações da vida. Neste sentido está voltada a busca de equilíbrio e no resgate do potencial do individuo para satisfação e a alegria de viver.Ao buscar respostas para o trabalho bioenergético com psicóticos, nos deparamos com a problemática de estabelecer um aumento de carga energética em um corpo esfacelado com graus precários de grouwding, ancoragem energética na realidade, e fragilidade nos sistemas energéticos de contenção das pulsões originárias do interior do organismo, bem como as advindas do meu ambiente. O aumento de carga sem dúvida ocasionaria processos cartáticos e a emergências de materiais psíquicos, num individuo sem estrutura para metabolizá-lo, em conseqüência estaríamos recriando a dinâmica energética do “surto psicótico”.Num campo de experimentação, aonde me despi do arsenal técnico até então conhecido na pratica terapêutica com outras dinâmicas e sistemas de sofrimento psíquico. E ancorada as teses de:Ø Wilhelm Reich de que o organismo humano está sempre voltado a busca da auto-regulação, ou seja, manutenção da vida e busca o equilíbrio energético;Ø Somando-se a tese da Teoria sistêmica da auto-regulação dos sistemas, vivos e sociais, aonde o sistema sempre vai procurar a “melhor” saída para re-estabelecer o equilíbrio;Ø Introduzindo as descobertas de Lowen sob o fluir energético no corpo vivo, as noções de carga e descarga nos exercícios e focando o trabalho energético nos conceitos de grouwding, contato de individuo com sua realidade interna e externa;Ø Os conceitos de Stanley kelleman de construção e desconstrução da forma, aonde o individuo toma posse e consciência de como estrutura as suas formas corpo-sensação-pensamento-ação nas suas interações existenciais; e na construção do seu self.Ø Baseando na premissa de Winnicott, aonde uma mãe suficientemente boa é monótona, entendo como mãe, o “ambiente” que acolhe e estrutura as atividades. E que o foco está sempre voltada às necessidades, capacidades, limites e ritmo do outro e que é neste campo de segurança do previsível que se estabelece às bases das relações terapêuticas de vinculação.Ø Wilhelm Reich em Análise do Caráter estrutura a técnica psicoterapia focada nas relações de vinculo, e nos processos de transferência, orientando a análise no sentido de não interpretar os variados materiais que emergissem numa sessão de forma aleatória, por que sejam sedutores no sentido do quadro e história do paciente, se este não estiver ancorado ao conteúdo e as camadas psíquicas que estão sendo analisadas. A sua interpretação prematura em nada contribuiria para o avanço da psicoterapia e sim poderia confundir o trajeto da mesma.Esta visão de foco e estratificação do desenvolvimento do processo em camada, influencia a minha atuação como terapeuta corporal. A minha primeira formação dentro das terapias corporais foi como analista de caráter.Estes pensares servem de base e orientam o foco do trabalho terapêutico em estruturar o corpo-self, dentro da limitação energética do grupo, tendo como termômetro os níveis baixos de suporte de energia emergentes nos processos grupais.As sessões de grupo eram estruturadas por atividades rotineiras e com poucas variações de dinâmicas. Sempre focadas em estabelecer os conceitos energéticos de: grouwding, eixo-equilibrio, foco, contato, ritmo, pulsação e as noções de dentro e fora do corpo. A intensidade e a duração das atividades do grupo obedeciam a curva orgástica de Reich (carga-contenção-descarga-elaboração), desta forma a atividade estruturava-se em dia e hora marcada para acontecer mais a duração das sessões eram variáveis.Defrontando-me com as dificuldades de muitos , no grupo, em elaborar as experiências vividas fui lançando mão de técnicas expressivas , de desenhos mandalicos que constituíam um rolding, um útero protetor e organizador dos materiais psíquicos e energéticos lá experienciados, com o passar do tempo comecei a utilizar das técnicas de Ikebanas ( arte oriental de fazer arranjos florais) como instrumento elaboração e organização dos conteúdos internos para o externo e instituindo as noções de tempo-espaço e de dos ciclos de criação-vida-morte.Acreditando na não neutralidade terapêutica o papel do terapeuta e do co-terapeuta eram ativos e inseridos no contexto grupal, estando ali com seus afetos e limites, desta forma tornando-se um elo , um “porto seguro” de estruturação da identidade do grupo.O crescente desdobrar dessa identidade grupal desemboca na construção de uma Coletividade de Bio. As atividades do grupo eram desenvolvidas em salas improvisadas, sem um lugar adequado e digno dentro da unidade de saúde mental. A partir dessa necessidade o grupo opera mudanças nas dependências físicas da unidade de saúde e com recursos próprios, e com doação e com a colaboração de outros usuários e técnicos que não compunham o grupo, reformam uma sala e a equipam para as atividades de bioenergética. Ganhando assim uma identidade própria dentro do equipamento de saúde.Hoje ,está sala existe enquanto um lugar não só para as atividades de “Bio”, ocupando um lugar das terapias corporais, como Yoga, Liang kun, tae-kon-do entre outras.No desenvolvimento deste processo ao longo dos anos e com a composição de novos saberes através da composição com outras técnicas, principalmente a artitisca e a terapia ocupacional , e os desafios no enfretamento de encontrar novas ações nos cuidados ao grave sofrimento psíquico e a sua inclusão social, ampliam a concepção do trabalho de bioenergético e o levam para fora dos conceitos tradicionais da clínica terapêutica.Ø Conceber e enxergar o individuo além de seu diagnóstico, seu sofrimento e suas limitações, rompe-se com o preceito clínico de que só curado ou compensado o psicótico pode ser produtivo ou ocupar um lugar produtivo na sociedade.Ø Amplia-se a concepção da atenção aos cuidados grave sofrimento psíquico, uma intervenção pode conter múltiplas e trans-ações, ela é psicoterapica, pedagógica e laborativa e neste sentido promove a humanização, a individuação e a inclusão.E nesta trans-multiplicidade a bioenergética compõe em trabalhos fora do setting psicoterapico tradicional indo de encontro a composição com a arte e os fazeres cotidianos, ganha as ruas, os passeios, os lares dos usuários.Lowen concebe que a bioenergética é um caminho para uma vida vibrante, e que uma saúde vibrante não é só ausência da doença, eu diria que o individuo é mais que sua doença e focar em suas potencialidades e desenvolver a sua autopercepção, a auto-afirmação e a sua criatividade, chaves para que ele recupere a sua individualidade, independência e vitalidade.Lowen , no encerramento de seu livro “Prazer”, refere-se que todo objetivo terapêutico é desenvolver e resgatar o potencial criativo do individuo.“Na verdade, as tentativas para modificar a natureza animal do indivíduo só em parte são bem sucedidas. O processo de domesticação só consegue ir até certo limite. Atrás da atitude submissa encontraremos uma camada de desafio e rebelião associada a negativos e reprimidos sentimentos hostis. Atrás da rebelião explícita e da destrutividade de muitos jovens de hoje encontra-se uma camada de submissão associada a sentimentos reprimidos de medo e desespero. Nos adultos, a atitude submissa é a defesa contra sentimentos internos de rebelião e hostilidade, enquanto a rebelião explícita é uma reação à submissão interna. Nenhuma das duas é atitude criativa e , em nenhum dos dois casos, há auto-aceitação.A terapia, para ter sucesso, deve passar por essas camadas e alcançar o âmago do individuo. Para abrir o coração de alguém à alegria, é preciso antes restaurar sua inocência, restaurar a fé em si mesmo e na vida. Deve-se , em outras palavras, faze-lo voltar aquele estado em que essas qualidades caracterizavam sua existência. Esse estado é a infância.A pessoa que aceitar a criança dentro de si terá capacidade de aproveitar a vida. Terá curiosidade, o que abrirá a novas experiências. Terá a excitabilidade para reagir com entusiasmo. Terá a espontaneidade necessária para se auto-expressar. As crianças estão próximas da alegria, porque ainda mantêm parte de sua inocência e fé de que foram dotadas. É por isso que Jesus disse: “Elas são o reino dos céus.”A pessoa criativa não é uma criança. Os adultos que tentam ser infantis em sua procura de divertimento são irrealistas e auto-destrutivos. Seu comportamento é infantil , sua motivação é escapista e sua atitude, sofisticada. O adulto maduro está próximo à sabedoria, pois já viveu e sofreu. A despeito desse sofrimento e seu conhecimento da vida, está em contato com a criança que foi e, até certo ponto, ainda é. Nossos sentimentos em relação à vida, ao amor e ao prazer não mudam à medida que crescemos. Embora nossa forma de expressar esses sentimentos possam mudar, permanecemos crianças em nossos corações. Na pessoa criativa não há separação ou barreira entre a criança e o adulto, entre o coração e a mente, entre o ego e o corpo.Sob certo aspecto, toda a auspiciosa terapia termina em fracasso. Não se consegue a imagem desejada ou a perfeição. O paciente compreende que sempre portará alguma deficiência. Sabe que seu crescimento não está completo e que o processo criativo iniciado na terapia está doravante sob sua responsabilidade pessoal. Não sai da terapia pisando nas nuvens. Os que assim fizerem serão candidatos a um colapso. Ao contrário, sente que seus pés estão no chão, que conseguiu apreciar a realidade e que desenvolveu atitudes criativas em relação a problemas que terá que enfrentar. Sentiu alegria, mais também tristeza. Retira-se com a sensação de auto-realização que inclui o respeito pela sabedoria de seu corpo. Readquiriu seu potencial criativo.”(Alexander Lowen- Prazer uma abordagem criativa da vida - Summus Editorial)Lowen expressa-se brilhantemente o que tenho vivido em minha pratica como analista bioenergética. Aonde acrescento que a aquisição dessas potencialidades não ocorreu de forma linear, somos um sistema complexo, e muitas a introdução de um novo potencial através de experiências expressivas provoca uma reorganização sistêmica que aumento o contato com nosso self e se reflete em ações criativas na resolução de dificuldades intimas e concretas.Este processo pode ocorrer dentro de settings terapêuticos, em oficinas terapêuticas e artísticas, bem como inseridas em atividades cotidianas.O presente texto descreve a jornada de 10 anos como Analista Bioenergética do Núcleo de Atenção Psicosocial - 2 em Santo André, sendo o ponto de partida para discussão das açõesem saúde mental frente ao grave sofrimento psíquico . E como hoje concebe a teoria e técnica ,e o papel do terapeuta envolvido nesta ação.Por enquanto é só amigos,NamastêROSELI 09/03/08 ÀS 21:50

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

CAÇADOR DE MIM





Caçador de Mim de Nilton Nascimento , foi a música eleita pra representar a turma de formandos de Psicologia da UMC em 1983.
Fazia parte da comissão de formutura e por irônia do destino e de minha opção de fazer o ultimo ano de formação integral pedi a demissão do serviço, desta forma eu não tinha dinheiro para pagar integralmente a formutura!
Apenas participei da Colação de Grau.
Talvez eu seja assim :
Doce e atroz;
Mansa e feroz;
E não há nada a fazer , se não enfrentar o mêdo.
O que me torna uma mulher
Acredito que é facil de ser amada
Pelos amigos, familares .
E tão dificil de ser amada pelos homens.
Esta dualidade extravagante
Meia yogue, meia amazonas.
Meio bicho, meio gente .
Fico distante da Donzela.
Doce sina, que hoje já não consigo romper!
Fico com o fogo dos amantes!
E na falta do amor constante!
Nínguem foge do que é!
E esta é minha resiguinação!
É longe se vai , sonhando demais
Mais onde se chega assim .
Eu também não sei!
Só sei que hoje não doe mais
Ser assim

domingo, 20 de janeiro de 2008

Desdobrar-se

Olhando o meu corpo percebo novas e velhas cicatrizes.
Tanto as velhas como as novas estão imperceptiveis
Gosto da regenração de minha pele,ela está sempre se desdobrando e se re-criando!
O que existe na alma também permeia o corpo.
E minha alma insiste em não envelhecer!
Não há dor ou amargura que perdure quando se ama a vida .
E a cada entardecer eu me fortaleço e rejuveneço.
A vida está ganhando novos tons .
Suaves , uma suavidade toma minha alma.
Recriando antigos valores , antigas dores.
Transformado-as em ilárias.
Já dizia um amigo: Aprenda a rir de suas dificuldades e desgraças!
Elas tornam-se amenas e com o tempo insignificantes!
Depois de tudo ficam pequenas cicatrizes.
Marcas charmosas , que dão o tom de quem voce é.
Diferenciando - o das massificações.
Não prestem tanta atenção ao que digo!
É só devaneio de uma maluca!
Embora com isso , sinto informá-los!

"Voceis vão ter que me aturar durante muito e muito tempo... ainda
E com certeza sorrindo."
Namastê

quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

Sol e Lua...






Há os grandes amores
De tão grandes
Não suportam o peso de tal
existencia.
Individualidades
Tão marcantes
Que marcam de medo
Tão brilhante
Que ofuscam o amado.
Brilhar é o destino
Solidão é a colheita
Esperança e ânsia
Por algum dia
Dia em que escureça o brilho
E por minutos ficar a amar
Triste escolha, destino
De quem optou por Brilhar
Namastê

Por do Sol pelo Mundo




Ai pelo mundão afora !!!
O sol que brilha aqui
Morre ali
Nasce acolá
Ilusões!
Foco do espectador!
Olhar pela janela
Da espaçonave terra
E quem de fora desta nave
Espiar brevemente
Vê num todo
Nave e passageiro
São um só
Quem sabe !
Podera o homem
Constatar ser natureza
Saberia que é belo
Já não haveria razões
De conquistas e posses
Não haveria o que dominar!
Namastê

EnTardeCer





Hoje, no cair da tarde
Sou invadida pela sensação de bem estar
Sabe aquele estar idenpendente
dos tantos ter!
Saio a caminhar
E ai estou
Integrada ao cair da noite
Una com o anoitecer
Já não sou espectadora
Eu sou o entardecer
Sou anoitecer
Tecendo este estase
Não há faltas
Dinheiro, sucesso
São consequencias
Sequência que surgem da Glôria
De estar VIVA
Amores , são presente
desse viver
E assim vivificada
Sigo me amando
Te amando
NAMASTê

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Fênix - MAGIA ALQUÍMICA DO ENTARDECER




Há 48 anos atrás num inicio de uma tarde eu vim ao mundo.
Sempre fico a me questionar ? Erraram?
Com certeza fui concebida num entardecer / anoitecer !
Ou com certeza será o momento de minha morte!
Fascinada sempre fico diante deste momento
Instantes aonde os anjos do dia dão lugar aos anjos da noite.
Nesta magia sempre me encontro, me energizo
Há um anjo da noite residindo
No meu ventre .
Hoje, neste entardecer ao caminhar em direção a uma padaria, sou inundada por um "Bem Estar".
Percebo-me tão viva e pulsando.
Remeto-me a minha pre-adolescencia
Caminhando a beira mar
Num final de tarde.
Aquele foi o primeiro momento que me senti una ao mundo.
Já não era espectadora da paisagem.
Eu era ela também, pertencia aquele lugar.
Eu estava lá ! Naquela tarde , junto aquele mar.
Quem já sentiu, sabe que não existem palavras para comunicar este estado de estase.
Foi o meu primeiro orgasmo de vida .
Apesar de ter vivido muitos momentos desses no decorrer desses anos.
Hoje!Hoje! Teve um gosto especial , igual daquele da primeira vez!
Demarca o fim da minha noite escura .
Onde estava sem rumo , sem gozo e sem dor.
Num eterno não existir.
Não vou aqui falar dessas noites.
Pois já não as temo mais.
Tal qual a fênix
Renasço das cinzas
Crio forma
E me formo neste mundo
Neste instante
Deixando nas cinzas
O medo e as defesas da não entrega!
Nestes últimos 3 anos
Tão difíceis desta existência
Onde lutei pela sobrevivência, onde temi amar novamente
Briguei tanto com os sentimentos de amor.
Entreguei-me à aventuras
Para não me entregar ao amar.
Ao amor de estar viva.
Ao amor ao trabalho.
Amor ao novo.
Amor aos amigos.
Amor as minhas construções
Amor aos homens.
E me deparo agora amando
A vida.
As minhas criações
A um homem.
Deparo-me amando como aos 12 anos.
O amor não amadurece .
O que evolui e expande é a nossa capacidade de amar
A entrega ao amor, que no fundo é a entrega a si.
E gratificada !
Humildemente reverencio
a este amor !
Essência alquímica
Da Fênix.
Que regasta este Anjo da Noite .
Que pulsa agora em meu peito.
Namastê
a voce amor

domingo, 13 de janeiro de 2008

NA QUIETUDE
SEM TEM O QUE DIZER
NÃO HÁ OUVINTES
NA ESCUTA
FICO NA QUIETUDE
NA ESCUTA
DO TAMBORILAR
DO MEU PEITO
QUE PULSA DE MANSINHO
PRA QUEBRAR
O SILENCIO
QUE SILENCIA
MINHA VOZ
POIS JÁ NÃO HÁ
NINGUEM A ESCUTAR
LARGO A ESCUTA
PERMANEÇO NA
QUIETUDE
IMERSA
NESTA IMPOSSIBILIDADE
AGUARDO
O
ECLIPSE
SE IR

quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

Fome

Sabe amigos estou aqui pra dizer que toda vitima de ações sociopatas são alienados !!!Alienados em suas prepotências e em suas onipotências !!!No fundo acreditam nas artimanhas sedutoras de seus algozes, julgam -se superiores e a sedução do outro é a confirmação de suas ilusões de ideais de ego.Várias são as teorias de personalidade que formulam que a contra-partida da sociopatia e o masoquismo. Uma parceria só é estabelecida a partir de valores e visões de mundo semelhantes! Tanto o masoquista quanto o sociopatas nutrem um profundo desprezo pela lei e os valores coletivos . Enquanto o primeiro através de manipulações , distorções e seduções para impor e obter vantagem menosprezando o outro e a coletividade . O segundo pela sua alienação, seus medos , manipula e destorce , seduz pela vitimização.Ambos possuem egos inflados , voltados a ilusões de suas potencias.Ambos usam de subterfúgios para exporem seus desejos e suas ações são escusas .Ambos se pautam no ódio.O enfretamento das dificuldades é sempre responsabilizando o outro. Embora suas avaliações das situações revelem facetas da realidade , no entanto são desprovidas de auto- avaliações .Em ambos só existe o eu e as suas ilusões de ego .Tenho consciência caro leitores que este texto está nebuloso, podem estar -se perguntando : - Porque desta dissertação , qual o contexto dela ?Hoje, falo assim para desobstruir o meu fígado , tamanha é a minha indignação com que vi ao meu redor hoje . E minha ética não permite deixar claro o contexto em que minha indignação ocorreu.Até fiz tentativas incisivas para deixar elucidar o que via . Mais de nada adiantou.Ou não sei falar , falo um idioma que desconheço!Estou com sérias distorções visuais !E completamente cega!Quando este tema for mais bem digerido ....quem sabe talvez elabore um artigo a respeito das políticas de saúde pública e a sua implantação e execução dentro das unidades de saúde .Programas de Saúde Mental X Equipes Técnicas
Embora haja uma voz interior que me diz : Tudo é um processo e faz parte .
Fico a me indagar : Quando iremos sair dos campos sociopatas de obter vantagens pessoais em tudo !
E quando sairemos da lamentação masoquista!
E daremos a nossa cara para bater ! Dizendo realmente as razões Que nos fazem aceitar laços sedutores e nos deixar enganar! Por hora é só

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

AMAR - A DESORDEM DO CAOS

Acredito que quem de voceis vem seguindo os meus tortuosos passos neste Dasa Mahavidya, e digo tortuoso no sentido dos emaranhados de pensamentos , sentimentos que só eu conheço as amarras.


As visões entrecortadas e emarranhadas do caos , significa desorganização no sentidos de falta de significantes.

Muitas vezes ao contatar o caos psicotico, temos a imprensão erronea que lá está um mundo em desordem e imprenetável.


Dasa Mahavidya assim se apresenta dentro dos aparentes caos psicoticos.


Isto tem raizes na minha essência, hoje sei que sempre fui assim , lutei , busquei várias análises tentando me organizar neuroticamente e não consegui. Navego com excelencia dentro das mares caóticas, acredito ser o meu "Dom".


Recordo-me um último encontro com um antigo amigo,que não revia há anos. Este me confessa uma sensação que sempre teve ao estar ao meu lado, que por lado o atraia e por outro o inibia : - " Não sei as razões mais toda a vez em estou com voce eu me desorganizo. Você me desorganiza!!! A tua energia me desorganiza!

Trocando em muidos ....eu o assusto!!!

Nunca me dei conta, mais esta energia "caótica" , é a responsável pelas criticas destrutivas que sempre recebi

domingo, 6 de janeiro de 2008



BHRAMA SHIVA


A mitologia Hindu é notável devido as suas ideias de expansão e contracção do universo. Segundo a cosmogonia hindu, há dois momentos importantes no ciclo temporal do universo: o dia e a noite de Brahman. No dia de Brahma era criado o universo e depois, num determinado instante, o universo era destruído pelo deus Shiva, e começava a noite de Brahma.

Crédito das Imagens:
http://www.chez.com/bharat/hindouisme/shiva.htm


e http://www.chez.com/bharat/hindouisme/brahma.htm

É através dos Vedas, obras escritas em sânscrito do ritual religioso elaboradas pelos arianos, um povo chegado à Índia vindo do noroeste entre os séculos XVI e XIII a.C. que nos chegam as suas cosmogonias. Esta obra começa com o livro do Rig Veda (ou Rg Veda), livro que deve ter sido escrito por volta século XX a.C., continua com o Yajur Veda, contendo o primeiro ritual, o Sama Veda, no qual figuram os cantos religiosos, e o Atarva Veda, o tratado da religião íntima para uso privado dos fiéis. Da análise dos Vedas, podemos reconhecer as seguintes cosmogonias:

1 - A criação pela fecundação das águas originais.

Esta cosmogonia relaciona-se a um hino do Rig Veda. O deus imaginado como Hiranyagarbha (o embrião dourado) paira sobre as águas, Hiranyagarbha incorpora as águas e fecundando-as. Isto deu o nascimento a Agni (o deus do fogo).
2 - A criação através do desmembramento dum gigante primordial, Purusa.
A segunda cosmogonia pode ser encontrado no hino Purusasukta. Purusa é representado como a totalidade cósmica, sendo ele um ser andrógino. A Criação é o resultado de um sacrifício cósmico. Os deuses sacrificam Purusa. De seu corpo desmembrado originam-se os animais, os elementos litúrgicos, as classes sociais, a terra, o céu, os deuses: "A sua boca tornou-se Brahma, o guerreiro era o produto de seus braços, suas coxas os artesões, de seus pés nasceram os servos. A sua cabeça transformou-se no céu, seus pés na terra, a Lua resultou de seu conhecimento, o sol de seu olhar, a sua boca, transformada, em Indra e Agnie o vento de sua respiração. O hino indica claramente que Purusa precede e ultrapassa a criação, todo o cosmos, a vida, e os homens se originam de seu próprio corpo. O Purusasukta ilustra uma cosmogonia de criação pelo sacrifício de um ser divino, antropomórfico.
3 – A criação duma unidade-totalidade, em vez de ser e não ser.
É o hino mais famoso de Rig Veda sendo apresentado como um metafísica. A pergunta é feita, da seguinte forma: como “ser” poderia ter saído do “não-ser” uma vez que, no início, nem "não-ser” existiu nem “ser”. Não havia nem homens nem deuses. A única coisa que existiu era seu próprio impulso, sem qualquer respiração. Não existia mais nada, mas Brahma que derivou do calor. Do potencial gérmen desenvolveu-se o desejo. Este mesmo desejo era a primeira semente do conhecimento. Esta era uma declaração que confunde, que antecipa um dos princípios do pensamento filosófico indiano. A primeira semente dividiu-se então na "elevação" e no "ponto baixo", em um princípio masculino e em um princípio feminino. Brahma precede o universo e cria o mundo derivando-se do seu próprio ser.
4 – A criação pela separação do céu e da terra
O mito da separação do céu e da terra é relacionado ao Purusasukta. Em ambos há uma divisão violenta de uma totalidade com a finalidade de criar o mundo. Finalmente há a criação por um ser divino, artesão universal, Visvakarman, que dá forma ao mundo como um artífice. Este tema mítico é conectado pelos poetas Védicos como tema da criação-sacrifício. Alguns destes mitos também são encontrados entre outros povos indo-europeus. Convém referir que os hindus atribuem quatro idades para o mundo chamadas mahayuga que duram 12 000 anos de mundo. Existem os anos do homem, os anos do mundo e os anos de Brahma. Cada ano dos homens é um dia do mundo. Deste modo, um mahayuga dura 4 320 000 anos do homem, já que no seu calendário o ano tem 360 dias. Entretanto, 1000 mahayuga completos não são mais que um dia Brahma, sendo que uma noite de Brahma dura o mesmo tempo. Um dia e uma noite completa de Brahma é denominada um kalpa, e constitui um ciclo completo para o universo desde a sua criação até a sua destruição.

FONTE DA PESQUISA :http://www.fisicastronomorais.com/mitoshindus.htm

O BIG BANG - A CRIAÇÃO DO UNIVERSO

Big Bang
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Em cosmologia, o Big Bang é a teoria científica que o universo emergiu de um estado extremamente denso e quente há cerca de 13,7 bilhões de anos. A teoria baseia-se em diversas observações que indicam que o universo está em expansão de acordo com um modelo Friedmann-Robertson-Walker baseado na teoria da Relatividade Geral, dentre as quais a mais tradicional e importante é relação entre os redshifts e distâncias de objetos longínquos, conhecida como Lei de Hubble, e na aplicação do princípio cosmológico.
Em um sentido mais estrito, o termo "Big Bang" designa a fase densa e quente pela qual passou o universo. Essa fase marcante de início da expansão comparada a uma explosão foi assim chamada pela primeira vez, de maneira desdenhosa, pelo físico inglês Fred Hoyle no programa "The Nature of Things" da rádio BBC. Hoyle, proponente do modelo (hoje abandonado) do universo estacionário, não descrevia o Big Bang mas o ridicularizava.
Apesar de sua origem, a expressão"Big Bang" acabou perdendo sua conotação pejorativa e irônica para tornar-se o nome científico da época densa e quente pela qual passou o universo.
História
Em 1927, o padre e cosmólogo belga Georges Lemaître (1894-1966), derivou independentemente as equações de Friedmann a partir das equações de Einstein e propôs que os desvios espectrais observados em nebulosas se deviam a expansão do universo, que por sua vez seria o resultado da "explosão" de um "átomo primeval".
Em 1929, Edwin Hubble forneceu base observacional para a teoria de Lemaitre ao medir um desvio para o vermelho no espectro ("redshift") de galáxias distantes e verificar que este era proporcional às suas distâncias[1], o que ficou conhecido como Lei de Hubble-Humason.

Controvérsias
A teoria do Big Bang não é um acontecimento igual a uma explosão da forma que conhecemos, embora o universo observável com a ajuda das lentes dos modernos telescópios espaciais ainda descreva um resultado de uma explosão (uma fuga cósmica) há quem levante dúvidas se realmente houve algo que explodiu ou se foi uma explosão a causa dessa dilatação observada.
Alguns afirmam que o termo "Big Bang" é utilizado como uma aproximação para designar aquilo que também se costuma chamar de "Modelo Cosmológico Padrão". Este consiste numa aplicação da Relatividade Geral ao Universo como um todo. Isso é feito, em um primeiro momento, assumindo-se que o universo é homogêneo e isotrópico em larga escala. Em um segundo momento se introduz flutuações de densidade no modelo e estuda-se a evolução destas até a formação de galáxias.
O modelo cosmológico padrão é extremamente bem testado experimentalmente e possibilitou a previsão da radiação cósmica de fundo e da razão entre as abundâncias de hidrogênio e hélio.
Os dados observacionais atualmente são bons o suficiente para saber como é a geometria do universo.
Exemplificando: Se for imaginado um triângulo, com lados maiores do que milhares de vezes o raio de uma Galáxia observável qualquer, se poderá saber da validade do teorema de Pitágoras pela observação direta. Porém, não se tem idéia de qual é a topologia do universo em larga escala atualmente. Ou, é sabido se ele é infinito ou finito no espaço.
O termo Big Bang também designa o instante inicial (singular) no qual o fator de escala (que caracteriza como crescem as distâncias com a expansão) tende a 0.
Alguns afirmam que as equações da Relatividade Geral falham no instante 0 (pois,são singulares). Eventos com t< id="A_grande_explos.C3.A3o_t.C3.A9rmica" name="A_grande_explos.C3.A3o_t.C3.A9rmica">
A grande explosão térmica

O Wilkinson Microwave Anisotropy Probe (WMAP) é um sistema de sensoreamento térmico da energia remanescente de fundo, ou ruído térmico de fundo do Universo conhecido. Esta imagem é um mapeamento em microondas do Universo conhecido cuja energia que chega ao sistema está reverberando desde 379000 anos depois do Big-bang, há 13 bilhões de anos (presume-se). A temperatura está dividida entre nuances que vêm do mais frio ao mais morno, do azul ao vermelho respectivamente, sendo o mais frio, a matéria ou o "éter", onde a energia térmica de fundo está mais fria, demonstrando regiões mais antigas. A comparação, feita pelo autor da imagem, é como se tivéssemos tirado uma fotografia de uma pessoa de oitenta anos, mas, no dia de seu nascimento.
O Big Bang, ou grande explosão, também conhecido como modelo da grande explosão térmica, parte do princípio de Friedmann, onde, enquanto o Universo se expande, a radiação contida e a matéria se esfriam. Para entender a teoria do Big Bang, deve-se em primeiro lugar entender a expansão do Universo, de um ponto A para um ponto B, assim, podemos, a partir deste momento retroceder no espaço, portanto no tempo, até o Big Bang.
Sobre este tópico:
Zeilik, Michael. Astronomy: The Envolving Universe. New York: Harper and Row, 1979.

Temperatura e expansão
Como a temperatura é a medida da energia média das partículas, e esta é proporcional à matéria do universo, de uma forma simplificada, ao dobrar o tamanho do universo, sua temperatura média cairá pela metade. Isto é, ao reduzir o tecido universal, portanto aumentando sua densidade, aquela dobrará; podemos ter um ponto de partida de temperatura máxima, e massa concentrada numa singularidade, que nos dará o tempo aproximado do início da aceleração da expansão do tecido universal, e sua gradual e constante desaceleração térmica. Para entender este processo, há que se usar um exemplo prático, a visão deve ser quadridimensional. Como os sentidos humanos somente percebem o espaço tridimensional (Coordenadas x,y,z), ilustrando a partir de um modelo em três dimensões fica mais compreensível, pois o tempo estaria numa coordenada "d", o que dificulta ao leitor comum a compreensão da evolução do tempo e espaço simultaneamente.

As estrelas ou corpos celestes marcados com círculos são os mais distantes, logo os mais antigos já observados pelos humanos. A coloração avermelhada é devida ao efeito Doppler. Quando um corpo se afasta deu um suposto centro, mais a sua imagem desvia para o vermelho, e quando se aproxima, ao contrário o desvio é para o azul. Como o afastamento é quase para o vermelho de tonalidade mais escura, isto indica que se dá em altíssimas velocidades, (suas distâncias estão beirando os treze bilhões de anos-luz), algo bastante próximo do Big-bang. Estas formações indicam um Universo infantil, onde as grandes galáxias (presumivelmente) ainda não se haviam formado.
Imaginemos uma bolha de sabão, suponhamos que esta bolha seja preenchida por um fluido, deixemos o fluido de lado e concentremo-nos na superfície propriamente dita da bolha. Esta no início é um ponto de água com sabão, por algum motivo desconhecido, que não importa, começa a aumentar através da inserção de um gás, tomando a forma esférica. Observemos que, na medida em que o ar penetra preenchendo o interior da bolha de sabão (a exemplo de uma bexiga), começa a haver a expansão volumétrica do objeto. Nos concentremos no diâmetro da bolha e na espessura da parede. Verificaremos que, à medida em que seu diâmetro aumenta, a espessura diminui, ficando mais e mais tênue, pois a matéria está se desconcentrando e se espalhando em todas as direções. De uma maneira simplificada, podemos afirmar que o aumento do diâmetro da bolha é o universo em expansão, o aumento da área da superfície é a diminuição da densidade material, a redução da espessura da parede é a constante térmica que diminui à medida em que o universo se expande.
Sobre os tópicos acima:
Gamow, George. One, Two, Three... Infinity. New York: Bantam Books, 1971.
Zeilik, Michael. Astronomy: The Envolving Universe. New York: Harper and Row, 1979.

Modelo quadridimensional
No modelo quadridimensional, não existe a fronteira, ou a parede; o conceito é volumétrico no domínio tempo, portanto, só visualizável através de cálculo. Porém pode-se tentar mostrar algo sobre a quarta dimensão, basta um pouco de imaginação e uma boa dose de visualização tridimensional.

Embora não se deva imaginar a expansão Universo como uma bolha crescendo vista do lado de fora, (O lado de fora não existe, a matéria e o tempo tiveram seu início a partir do ponto zero), esta é uma das poucas maneiras de se tentar vislumbrar um espaço quadridimensional do Universo em expansão (Não se deve também assumir uma visão antropocêntrica). Ao centro, está representada em amarelo a Via Láctea, os círculos coloridos excêntricos são todos os corpos celestes se afastando, azul para frente e vermelho para trás devido ao efeito Doppler, as esferas sem cor representam a posição real dos astros
Para que entendamos um objeto tridimensional em visualização bidimensional, temos que desenhá-lo de forma que enxerguemos uma parte de cada vez.
Imagine o mesmo exemplo da bolha, agora vista em duas dimensões, temos largura e profundidade, mas não temos noção da dimensão altura. Para que possamos representá-la e entendê-la, precisaremos fazer diversos desenhos no domínio da Altura, iniciando na parte mais baixa e assim por diante, representando círculos que, se vistos bidimensionalmente sobrepostos, apresentarão um círculo dentro do outro, (semelhantes aos mapas topográficos}. Porém, devidas limitações no desenho, a primeira impressão que teremos (se não soubermos que é uma esfera) não será de uma esfera, e sim de meia esfera.
Para a representação tridimensional, os eixos (x,y,z), e o eixo tempo (t) inserido, (isto é, em quatro dimensões, porém representada em três), a analogia é semelhante, poderemos vislumbrar a meia esfera de acordo com nossas observações e medições, a outra metade somente poderemos teorizar.
Podemos inclusive usar a mesma esfera, porém , em vez de olharmos um círculo dentro de outro, representando a imagem topográfica, imaginemos uma esfera dentro de outra, maior e maior, como se o fotografássemos em momentos em que estivesse inflando , assim temos uma visão quadridimensional num universo tridimensional, onde a superfície da esfera, aumentando a cada passar de tempo, seria a expansão quadridimensional do Universo. Esta visão não deve ser encarada como antropocêntrica, pois de qualquer ponto do espaço vemos o Universo se expandindo em todas as direções, ou seja, sempre nos parecerá estarmos no centro, não importa de qual ponto estejamos observando. Portanto, devemos imaginar, não estando no centro da esfera, mas num ponto onde absolutamente tudo se afasta em todas as direções, embora os nossos sentidos nos digam estarmos no centro.
Sobre este tópico:
Gamow, George. One, Two, Three... Infinity. New York: Bantam Books, 1971.

O início da teoria da grande explosão
Conforme descrito no início do artigo, em 1927, o padre e cosmólogo belga Georges Lemaître (1894-1966), derivou independentemente as equações de Friedmann a partir das equações de Einstein e propôs que os desvios espectrais observados em nebulosas se deviam a expansão do universo, que por sua vez seria o resultado da "explosão" de um "átomo primeval". A teoria do Big Bang, grande explosão, tornou-se a explicação da expansão do universo desde suas origens, no tempo, (arbitrando-se o conceito de que o tempo teve uma origem).
Segundo essa teoria, o universo surgiu há pelo menos 13,7 bilhões de anos, a partir de um estado inicial de temperatura e densidade altamente elevadas. Embora essa explicação tenha sido proposta na década de 1920, sua versão atual é da década de 1940 e deve-se sobretudo ao grupo de George Gamow que deduziu que o Universo teria surgido após uma grande explosão resultante da compressão de energia.
Sobre este tópico:
Gamow, George. One, Two, Three... Infinity. New York: Bantam Books, 1971.

Edwin Hubble

Nenhum personagem histórico teve maior impacto na história da astronomia do que Edwin Hubble(1889 - 1953 determinando a extensão de nosso universo. Ao provar que existem outras galáxias e que se afastam de nós, o trabalho de Hubble definiu nosso lugar no cosmo. É mostrado posando com seu famoso cachimbo ao telescópio de 48 polegadas no Monte Palomar. Em memória de seu grande trabalho, o Telescópio Espacial foi batizado com seu nome. Atualmente existe uma grande controvérsia sobre taxa da expansão do universo, conhecida como a constante de Hubble.
Voltando no tempo..., no início do século XX, a Astronomia desviou sua atenção das estrelas e dos planetas. Nos últimos oitenta anos a Cosmologia se voltou para as galáxias e espaço exterior. Um dos muitos responsáveis por esta mudança de perspectiva foi Edwin Hubble, do Observatório Monte Wilson. Em 1924, foram publicadas fotografias provando que as manchas de luz difusas e distantes, chamadas de Nebulosas, (este nome devido à crença de que se tratava de massas informes de gás e poeira), na verdade eram gigantescos sistemas de aglomerados de estrelas, semelhantes à Via Láctea.

Os movimentos galáticos e a Lei de Hubble-Homason
Hubble dedicou-se ao estudo das galáxias, medindo suas distâncias, localizando sua distribuição no espaço e analisando seus movimentos. Com o passar do tempo, notou-se que aqueles movimentos não eram ao acaso, como o deslocamento das moléculas de um gás na termodinâmica, porém obedecem a uma trajetória centrífuga. Cada galáxia distante afasta-se da Via Láctea numa velocidade proporcional à distância em que se encontra desta, quanto maior a distância, maior a velocidade.
Hubble e seu colega Milton L. Homason pesquisaram para descobrir a proporção dos movimentos e sua aceleração, deduzindo uma equação conhecida como Lei de Hubble-Homason em que: Vm=16r, onde Vm é a velocidade de afastamento da galáxia, dada em quilômetros por segundo, e r expressa a distância entre a Terra e a galáxia em estudo, dada em unidades de milhões de anos luz, e, segundo esta, se uma galáxia estiver situada a cem milhões de anos luz, esta se afasta a 1600 quilômetros por segundo.
Aparentemente, o Universo está se expandindo em torno de nós, novamente é afirmado que isto não deve ser encarado como antropocentrismo, pois todos os pontos do universo estão se afastando relativamente uns aos outros simultaneamente, conforme já explicado. A observação, feita em 1929 por Hubble, significa que no início do tempo-espaço a matéria estaria de tal forma compactada que os objetos estariam muito mais próximos uns dos outros. Mais tarde, observou-se em simulações que de fato exista aparentemente a confirmação de que entre dez a vinte bilhões de anos atrás toda a matéria estava exatamente no mesmo lugar, portanto, a densidade do Universo seria infinita.
As observações em modelos e as conjecturas dos cientistas apontam para a direção em que o Universo foi infinitesimalmente minúsculo, e infinitamente denso. Nessas condições, as leis convencionais da física não podem ser aplicadas, pois quando se tem a dimensão nula e a massa infinita, qualquer evento antes desta singularidade não pode afetar o tempo atual, pois ao iniciar o universo, expandindo a massa e ao mesmo tempo se desenvolvendo em todas as direções, indica que o tempo também esteve nesta singularidade, logo o tempo era nulo.
Sobre este tópico:
Gamow, George. One, Two, Three... Infinity. New York: Bantam Books, 1971.
Zeilik, Michael. Astronomy: The Envolving Universe. New York: Harper and Row, 1979.

Gamow, a explosão e a teoria da expansão
Segundo Gamow, na expansão do universo a partir de seu estado inicial de alta compressão, numa explosão repentina, o resultado foi uma violentíssima redução de densidade e temperatura; após este ímpeto inicial, a matéria passou a predominar sobre a antimatéria.
Ainda segundo Gamow toda a matéria existente hoje no universo encontrava-se concentrada no chamado "átomo inicial", ou "ovo cósmico", e que uma incalculável quantidade de energia, depois de intensamente comprimida, repentinamente explodiu, formando ao avançar do tempo gases, estrelas e planetas.
A temperatura média do universo diminui à medida em se expande. Alguns autores afirmam que a partir de um determinado momento, quando universo for totalmente resfriado, ele vai começar a diminuir de tamanho novamente, voltando a sua primeira forma, do átomo inicial.
Sobre este tópico:
Gamow, George. One, Two, Three... Infinity. New York: Bantam Books, 1971.
Berendzen, Richard, Hart, Richard and Seeley, Daniel. Man Discovers the Galaxies. New York: Science History Publications, 1977.
Lucretius. The Nature of the Universe. New York: Penguin, 1951.

O paradoxo do tempo
Se o tempo iniciou numa grande explosão, juntamente com o espaço e com a matéria-energia no Universo mutável, num Universo imutável um começo no tempo é necessário se impor para que se possa ter uma visão dinâmica do processo da criação inicial (nada a ver com a Criação Teológica), esta se deu tanto numa maneira de se ver o início da dualidade tempo matéria, quanto em outra. Partindo-se da premissa de que o Universo é mutável no domínio do tempo, pois de outra forma não se consegue observar a expansão deste, deve haver razões físicas para que o Universo realmente tivesse um começo, pois não se consegue imaginar a existência de um universo antes do Big Bang, e se não existia nada antes, o que fez o desequilíbrio da singularidade que acabou criando um Universo caótico e em mutação? Voltando-se no tempo e espaço, chega-se que desde o começo, o Universo se expande de acordo com leis bastante regulares. É portanto razoável que estas se mantenham durante e antes da grande explosão, logo na singularidade está a chave para se descobrir como houve o momento de aceleração inicial nos eventos iniciais do Universo atual. Uma suposição é de que em nosso Universo atual predomina a dualidade matéria-energia, lógico se torna que provavelmente antes do evento que gerou o impulso inicial, houve um avaço antitemporal, da antimatéria, com acúmulo de antienergia, que redundou no atual trinômio tempo-espaço-matéria. Existe uma outra teoria, entre muitas que, antes do big bang, houve outro universo, idêntico ao atual onde as galáxias ao invés de se afastarem se aproximariam[1].
Sobre este tópico:
Barnet, Lincoln. The Universe and Dr. Einstein. New York: Sloane, 1956.
Gamow, George. Mr. Tompkins in Paperback. Cambridge: Cambridge University Press, 1965.
Mermin, David. Space and Time and Relativity. New York: McGraw-Hill, 1968.
Weinberg, Steven. The Firts Three Minutes: A Modern View of The Origin of The Universe. New York: Basic Books, 1977.

A formação dos primeiros átomos

Radiação de Fundo resultante do Big-Bang
A nucleosíntese foi a formação inicial dos primeiros núcleos atômicos elementares (Hidrogênio, Hélio). Esta ocorrreu porque a atuação da Força Nuclear Forte acabou atraindo prótons e nêutrons que se comprimiram em núcleos primitivos. Sabe-se que esta força nuclear forte só é eficaz em distâncias da ordem de 10-13 cm. Presume-se que a nucleosíntese ocorreu 100 segundos após o impulso inicial, e que esta foi seguida de um processo de repentino resfriamento devida irradiação, que segundo alguns, ocasionou o surgimento dos núcleos, segundo outros, o surgimento dos núcleos ocasionou o resfriamento. Independente do ponto de vista, é sabido que houve o resfriamento por irradiação. Em função daquele evento (nucleosíntese), a matéria propriamente dita passou a dominar o Universo primitivo, pois, é sabido que a densidade de energia em forma de matéria passou, a partir daquele momento, a ser maior do que a densidade em forma de radiação. Isto se deu em torno de 10.000 anos após o impulso inicial. Com a queda de temperatura universal, os núcleos atômicos de Hidrogênio, Hélio e Lítio recém formados se ligaram aos elétrons formando assim átomos de Hidrogênio, Hélio e Lítio respectivamente. Presume-se que isto se deu em torno de 300.000 anos após o chamado marco zero. A temperatura universal estava então em torno de 3.000 K.
O processo, ou a era da formação atômica, segundo uma parcela de pesquisadores, durou em torno de um milhão de anos aproximadamente. À medida que se expandia a matéria, a radiação que permeava o meio se expandia simultaneamente pelo espaço, porém em velocidade muito maior, deixando a primeira para trás. Daquela energia irradiada sobraram alguns resquícios em forma de microondas, que foram detectadas em 1965 por Arno A. Penzias e Robert W. Wilson, tendo sido chamada de radiação de fundo. O som característico da radiação propagada é semelhante ao ruído térmico, ou seja, um silvo branco (Ruído branco contendo todas as freqüências), contínuo, linear igual ao ruído que se ouve num receptor de televisão, ou de receptores de freqüência modulada, quando estão fora de sintonia. O som característico é um "sssssss" constante, ou um ruído de cachoeira.
O satélite COBE, em 1992, descobriu flutuações na radiação de fundo recebida, aquelas explicariam a formação das galáxias logo após a Grande Explosão.
Um exemplo ilustrativo da expansão repentina a que se seguiu após o evento inicial, seria que a matéria comprimida num volume hipotético do tamanho de uma cabeça de alfinete, em torno de 1 mm de diâmetro, se expandiria para cerca de 2 mil vezes o tamanho do sol da Terra.
Antes de completar um segundo de idade o Universo estava na era da formação dos prótons e nêutrons. Os nêutrons tendem a decair expontaneamente em prótons, porém prótons recém formados pelo decaimento não decaem. Devidos experimentos em aceleradores de partículas, é sabido que o Universo naquela era, (1 segundo aproximadamente), ficou com 7 prótons para cada nêutron, este, era uma massa turbilhonante das partículas mais elementares. Era também mais denso do que o ferro e tão opaco que nenhuma luz poderia penetrá-lo.
Outro dado apontado pelas pesquisas realizadas, leva à cifra de aproximadamente 500 mil anos, em média, do resfriamento universal acelerado. Supõe-se que as partículas elementares ao se fundirem, (formando hidrogênio e hélio) formaram imensos bolsões de gás que poderiam ter sido causados por pequenas alterações da gravidade, resultando assim, entre 1 e 2 bilhões de anos após o Big Bang, em protogaláxias que teriam originado estrelas.
A evolução estelar aponta para as gigantes vermelhas e supernovas, que durante a sua vida, geraram o Carbono e demais átomos. Todos os elementos, presume-se, seriam espalhados no meio interestelar através das supernovas, uma data limítrofe para estes eventos, seria algo em torno de 1,1 bilhão de anos após a explosão inicial.
As supernovas semearam nas galáxias a matéria-prima para posteriores nascimentos de estrelas.
Veja:
animações dos eventos descritos acima.
Weinberg, Steven. The Firts Three Minutes: A Modern View of The Origin of The Universe. New York: Basic Books, 1977.
O dia em que o universo quicou - UNESP
Supernovas-Boletim brasileiro de Astronomia

Os dois pré-supostos
É crença corrente entre os cosmólogos que o Big Bang baseia-se em dois pré-supostos; o primeiro, é a Teoria da Relatividade Geral de Albert Einstein, que explica a interação gravitacional da matéria; o segundo pressuposto é o conhecido princípio cosmológico, onde a visão do universo independe da direção de onde, e para onde, se olhe, ou da localização do observador: analisando o espaço tridimensional, pressupomos a expansão de um determinado ponto isolado, porém, tomando-se por base um universo quadridimensional, podemos chegar à conclusão de que o Big Bang, ou Grande explosão, não se deu numa determinada região puntual do espaço vazio, mas, em todo ele ao mesmo tempo.

A unificação das origens
Da teoria da gravidade de Newton sabe-se que a força gravitacional entre dois corpos depende somente de suas massas e não da matéria de que são constituídos. A teoria geral da relatividade descreve a estrutura do Universo e a força da gravidade, isto é, o macro-universo ou as interações do trinômio energia-tempo-matéria, onde as massas são mais importantes* que as cargas; a mecânica quântica descreve o micro-universo e as interações também do trinômio energia-tempo-matéria, onde as massas são menos **importantes que as cargas, embora tratem da mesma natureza, diferenciando-se o tamanho é claro, as interações em muitos aspectos são idênticas às teorias, porém estas são incompatíveis e não se completam. Portanto, falta a chave da unificação teórica de ambas, pois não podem estar ao mesmo tempo corretas e erradas. Portanto, podemos nos deparar com n teorias a respeito do início do Universo, mas apenas uma nos dá pista de que houve um começo, ou seja, a teoria do Big-Bang (por enquanto), é a que une as duas teorias de macro e micro-Universo.
A questão da "**importância" é discutível. Acredita-se que o termo mais correto seria ênfase devido às comparações entre os tamanhos e das interações no cosmo.
Sobre este tópico:
Weinberg, Steven. The Firts Three Minutes: A Modern View of The Origin of The Universe. New York: Basic Books, 1977.

As massas, as ondas e as leis da física na singularidade

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Uma dúvida que fica à mente dos astrofísicos é quanto à natureza da matéria e as distorções que ocorrem nas leis que a regem quando esta começa a ser comprimida ao cair em objetos massivos. Os buracos negros são por natureza um exercício de abstração intelectual. Não há como saber se as leis da natureza se aplicam em condições tão extremas de compressão gravitacional, distorção de tempo e espaço. Na prática é impossível criar as condições dos efeitos gravitacionais de um objeto tão massivo na Terra, porém, já existem métodos onde é possível a simulação dos efeitos de forma virtual, ou seja, em sistemas de ensaio operados por poderosos super-computadores. Mesmo com simulações e construção de objetos massivos em ambiente virtual, ficam lacunas quanto à possibilidade de compressão de massa cujo volume aplicado é nulo e a densidade infinita, à isto se dá o nome de singularidade de Schwarzschild.
Einstein acreditava que o aumento da intensidade da gravidade cria uma distorção que retarda a percepção temporal. Em outras palavras, objetos muito massivos como buracos negros ou estrelas de nêutrons retardam o tempo devido aos efeitos gravitacionais. Se fosse possível observar a queda de objetos num buraco negro, qual seria o panorama observado? Presume-se que veríamos o objeto mover-se cada vez mais devagar, ao contrário do que poderia naturalmente supor, pois à medida que este se aproxima da singularidade a distorção temporal seria de tal forma que não o veríamos parar. Einstein diz que há o desvio para o vermelho e este também é dependente da intensidade gravitacional. Se analisarmos sob o ponto de vista corpuscular, imaginando-se que a luz é um pacote quântico com massa e que esta partícula ocupa um determinado lugar no espaço, e esta está acelerada energeticamente, isto é vibrando. A oscilação gera o comprimento de onda de luz, que se propaga como frente de onda em espaço livre. Longe de campo gravitacional intenso, a freqüência emitida tende para o azul. À medida em que o campo gravitacional começa a agir sobre a partícula, esta começará a se movimentar, ou vibrar com menos intensidade, logo desviará para o vermelho, pois a oscilação foi retardada. Neste ponto, a análise funde a dualidade matéria-energia. Sabemos que não é possível analisar a partícula como matéria e energia ao mesmo tempo: ou se enxerga sob o ponto de vista vibratório ou corpuscular, porém próximo à singularidade temos que fazer este exercício de raciocínio, pois a atração gravitacional é tão forte que pode fazer parar o movimento oscilatório, e ao mesmo tempo atrair o objeto para si. Portanto, qualquer que seja o ângulo de observação, a gravidade prende a radiação em si mesma. Logo, a conclusão é que não podemos observar absolutamente nada o que ocorre dentro do raio de Schwarzschild, ou singularidade.
Como antes do Big-Bang o Universo era uma singularidade, presume-se que o tempo então não existia, pois se objetos massivos tendem a retardar o tempo, logo quando se tem matéria infinita em espaço nulo a singularidade é tal que o tempo pára.
Sobre os tópicos acima:
Campbell, Joseph. The Mythic Image.Princeton: Princeton University, 1974.
Ferrys, Timothy. The Red Limit: The Search by Astronomers for the Edge of the Universe. New York:William Morrow, 1977.
Gingeric, Owen. Cosmolology +1 . A Scientific American Book. San Francisco: W.H. Freeman, 1977.

Novas Possibilidades

Apesar de ser uma tendência da cosmologia investir num princípio, devemos considerar que o argumento que endossa a teoria do Big Bang é uma expansão do universo observada, no entanto, essa dilatação pode ser um fenômeno regional, existente apenas nos limites do universo observável ou no alcance do atual telescópio Espacial Hubble. Diante disso (quando surgirem outros telescópios espaciais com maior resolução) existe a possiblidade desse fenômeno não atender todo o universo. Nesse caso, o que até hoje foi observado seria somente um processo de dilatação regional de causa ainda desconhecida.
Não aceitar a constante de afastamento das galáxias mais distantes como uma verdade absoluta, implica endossar outras teorias que melhor se identificariam com o efeito sonda encontrado na informação de luz emitida de fontes muito distantes. A observação da propagação no meio inter-espacial da energia eletromagnética de supernovas, (verdadeiros Tsunamis de energia que constantemente varrem o espaço), com a nova tecnologia dos futuros telescópios e radiotelescópios espaciais, brevemente poderá identificar e esclarecer muitas dúvidas sobre o comportamento da luz através da matéria escura. Independente disso, e embora ainda não possa ser confirmado com as imagens de fundo provindas dos limites de observação, habitar e observar apenas parte de um hipotético universo que se desloca linearmente, e, em paralelo com velocidade acelerada, seria uma dessas teorias que atendem a região que esta sendo mapeada. Essa teoria estima que estaríamos no meio a um universo acelerado em paralelo, e cujo efeito retardado da informação da luz que nos chega, só seria permitido observar as ondas luminosas com desvio do espectro para o vermelho.
Em linguagem matemática, o ponto de vista das informações "emitidas e recebidas" entre duas partículas que se movem com velocidades próximas à luz e em paralelo poderiam melhor explicar o fenômeno da expansão.
Sobre este tópico:
Ferrys, Timothy. The Red Limit: The Search by Astronomers for the Edge of the Universe. New York:William Morrow, 1977.
Gingeric, Owen. Cosmolology +1 . A Scientific American Book. San Francisco: W.H. Freeman, 1977.
Astronomia estelar, evolução estelar: A nebulosa planetária de Formiga. A ejecção de gás da estrela moribunda no centro tem padrões simétricos intrigantes diferentes dos padrões caóticos esperados de uma explosão ordinária. Cientistas usando o Hubble tentam entender como uma estrela esférica pode produzir tais simetrias proeminentes no gás que ejecta.



Breve História da Astronomia
Na parte inicial da sua história, a astronomia envolveu somente a observação e a previsão dos movimentos dos objetos no céu que podiam ser vistos a olho nu. O Rigveda refere-se aos 27 asterismos ou nakshatras associados aos movimentos do Sol e também às 12 divisões zodiacais do céu. Os antigos gregos fizeram importantes contribuições para a astronomia, entre elas a definição de magnitude aparente. A Bíblia contém um número de afirmações sobre a posição da Terra no universo e sobre a natureza das estrelas e dos planetas, a maioria das quais são poéticas e não devem ser interpretadas literalmente; ver Cosmologia Bíblica. Nos anos 500, Aryabhata apresentou um sistema matemático que considerava que a Terra rodava em torno do seu eixo e que os planetas se deslocavam em relação ao Sol.


O estudo da astronomia quase parou durante a Idade Média, à exceção do trabalho dos astrónomos árabes. No final do século IX, o astrónomo árabe al-Farghani (Abu'l-Abbas Ahmad ibn Muhammad ibn Kathir al-Farghani) escreveu extensivamente sobre o movimento dos corpos celestes. No século XII, os seus trabalhos foram traduzidos para o latim, e diz-se que Dante aprendeu astronomia pelos livros de al-Farghani.
No final do Século X, um observatório enorme foi construído perto de Teerã, Irã, pelo astrônomo al-Khujandi, que observou uma série de trânsitos meridianos do Sol, que permitiu-lhe calcular a obliquidade da eclíptica, também conhecida como a inclinação do eixo da Terra relativamente ao Sol. Como sabe-se hoje, a inclinação da Terra é de aproximadamente 23°34', e al-Khujandi mediu-a como sendo 23°32'19". Usando esta informação, compilou também uma lista das latitudes e das longitudes de cidades principais.
Omar Khayyam (Ghiyath al-Din Abu'l-Fath Umar ibn Ibrahim al-Nisaburi al-Khayyami) foi um grande cientista, filósofo e poeta persa que viveu de 1048 a 1131. Compilou muitas tabelas astronômicas e executou uma reforma do calendário que era mais exato do que o Calendário Juliano e se aproximava do Calendário Gregoriano. Um feito surpreendente era seu cálculo do ano como tendo 365,24219858156 dias, valor esse considerando a exatidão até a sexta casa decimal se comparado com os números de hoje, indica que nesses 1000 anos pode ter havido algumas alterações na órbita terrestre.
Durante o Renascimento, Copérnico propôs um modelo heliocêntrico do Sistema Solar. No século XIII, o imperador Hulagu, neto de Gengis Khan e um protetor das ciências, havia concedido ao conselheiro Nasir El Din Tusi autorização para edificar um observatório considerado sem equivalentes na época. Entre os trabalhos desenvolvidos no observatório de Maragheg e a obra "De Revolutionibus Orbium Caelestium" de Copérnico, há algumas semelhanças que levam os historiadores a admitir que este teria tomado conhecimento dos estudos de Tusi, através de cópias de trabalhos deste existentes no Vaticano.
O modelo heliocêntrico do Sistema Solar foi defendido, desenvolvido e corrigido por Galileu Galilei e Johannes Kepler. Kepler foi o primeiro a desenvolver um sistema que descrevesse corretamente os detalhes do movimento dos planetas com o Sol no centro. No entanto, Kepler não compreendeu os princípios por detrás das leis que descobriu. Estes princípios foram descobertos mais tarde por Isaac Newton, que mostrou que o movimento dos planetas se podia explicar pela Lei da gravitação universal e pelas leis da dinâmica.
Constatou-se que as estrelas são objetos muito distantes. Com o advento da Espectroscopia provou-se que são similares ao nosso próprio Sol, mas com uma grande variedade de temperaturas, massas e tamanhos. A existência de nossa galáxia, a Via Láctea, como um grupo separado das estrelas foi provada somente no século XX, bem como a existência de galáxias "externas", e logo depois, a expansão do universo dada a recessão da maioria das galáxias de nós. A Cosmologia fez avanços enormes durante o século XX, com o modelo do Big Bang fortemente apoiado pelas evidências fornecidas pela Astronomia e pela Física, tais como a radiação cósmica de microondas de fundo, a Lei de Hubble e a abundância cosmológica dos elementos.
Para ter uma história mais detalhada da Astronomia, ver História da astronomia