CANTÃO DE BORACEIA - FOTO ROSELI JAN/10 - AONDE RESIDE O MEU CORAÇÃO

O DASA MAHAVIDYA ENTRA NUM FLUXO DE REEDIÇÃO.AO RELER VÁRIOS ESCRITOS AQUI POSTADOS, FICO PASMA E ENVERGONHADA. TOMO CONSCIÊNCIA DA DIMENSÃO DE MINHAS FACETAS DE MULHER. ALGUMAS BRILHANTES , OUTRAS TENEBROSAS.ENFIM PRESERVO AS TENEBROSAS, POIS NINGUÉM FOGE DO QUE É. E QUEM SABE AO REMEXER NESTES CASTELOS DE AREIA, EU ENFIM CONSIGA SARAR AS MINHAS FERIDAS.



QUANDO ALGO DEIXA DE EXISTIR ....NÃO HÁ O QUE DESCREVER....RESTA A LEMBRANÇA....QUE CADA UM PRESERV

QUANDO ALGO DEIXA DE EXISTIR ....NÃO HÁ O QUE DESCREVER....RESTA A LEMBRANÇA....QUE CADA UM PRESERV

DASA MAHAVIDYA - KAMLA

O DASA MAHAVIDYA
livro de areia
atemporal
tal qual as minhas lembranças.

domingo, 20 de abril de 2008

TEIAS


Volto aqui amigos para mais uma composição em que talvez haja um tanto de lamurias, entendi o significado do Muro das Lamentações . Ao se lamentar para o muro-espelho e desconectados do olhar-energia do outro, saimos dos campos energéticos da retro-alimentação da comizeração, da inveja, do ressentimento, da magoa ,raizes dinamicas do massoquismo da alma. Ao lamuriar para os olhos do murro, lamuriamos a nós e conectamos com os olhos de nossa alma. O murro nos retro-alimenta nas buscas de nossas feridas, nos coloca de frente com nossas responsabilidades pela manutenção de nossas dores. Em muito talvez não sejamos responsáveis pela criação dos machucados d'alma , pela dor que nos consumiu e consome , entretanto somos responsáveis pela manutenção e ampliação das nossas Perdoem ulceras existenciais.
Concluo que esta foi ação do Dasa Mahavidya em mim e em minhas feridas, colocar-me diante de minhas lamurias e agradeço a todos que leram estes lamuriar e nada falaram, deixaram que assim permanecessem no vacuo e retornassem ao meu íntimo.
Fico aqui a me perguntar, a qual das Dasas Mahvidyas deve pertencer estas Grande Sabedoria , acredito que seja a Senhoura que perpetua e verena o Lixo, bem como a Devi Viuva, aquela sem consorte, portanto estagnada.
Perdoem os estudiosos e sabios tantricos pela salada aqui apresentada, mais estou tentando viajar por estas terras e no momento sem nenhum guia ou companheiro de viagem , levo apenas uma tosca lanterna cuja luz mau ilumina meus passos.E estou aberta a quem se apresentar e me ajudar nesta jornada.
É uma micelania, cruzamento de meus aspectos existenciais, enlaço a minha intimidade, história pessoal a minha historia profissional , meus estudos acadêmicos com meus estudos místicos. Acredito que tudo esta tecido numa mesma ordem, uma grande composição de enlaçes e entrelaçes.E aqui estou paenas tentando desfazer alguns nôs existenciais e refazer caminhos.
Os últimos acontencimentos em minha vida vem apontando que estou no caminho certo, estou saindo do marasmo e voltou a deparar com os obstáculos, isto significa que optei pela vida e pelo crescimento.
Embora com pé na terra da cremação, outro no lixo , outro ainda no ovulo da criação, outro chorando as perdas....e outros em tantos lugares que já não sei mais.
E sabe quem me aponta isso, o Sr.J.E, assim o chamo para preservar sua identidade.
J.E. é um usuário da unidade de saúde mental aonde trabalho e atualmente passei a coordenar. Sofre de uma grande dor, a esquizofrenia, e de uma grande sabedoria, enxerga com os olhos da alma , não possui as vendas dos ditos "normais" , os saúdaveis psiquicamente.
Este sabio, a quem eu sou referência terapeutica há mais ou mesmo 8 anos, em seus delirios desde o inicio identificava-me como psicologa delegada, no inicio da policia e com decorrer do tempo passou a uma construção de Dra. Delegada do Drops (Divisão de Reapreensão ao Uso de Psicotropicos)e ludicamente pactuei com seus delirios. Este pacto possibilitou nossa vinculação e a tecer nossa amizadade. Muitas vezes estive em seu inferno existencial e quem adentra ao inferno por ele é afetado, e desta forma ele também conheceu o meu inferno existencial.
No inicio deste ano entrei em férias, que durou uns 40 dias, e como descrevi em outras postagens aqui foi um período conturbado e no qual recebi a proposta de ser a nova Diretora Técnica do NAPS, relutei em aceitar o cargo ele me distanciaria do que tenho prazer em fazer, que é clinicar e buscar novas respostas e saberes. Instalou-se um grande conflito interno, ele apontava perdas, perdas no contato cotidiano com a clínica, com os usuários ,os técnicos-amigos , com os projetos clinica-arte-bioenergética. Grandes perdas para mim, estou em meio ao velório delas e chorando sozinha por estes lutos, em meio ao tumulto de afazeres e demandas desta minha gestão de 1 mês, tentando ter vários braços e pernas para tantos afazeres e desligamnetos. Estou só em meio a minha tristeza e aceleração mental. Não tenho com quem repartir e chorar estas perdas, a equipe técnica , hoje, só vê a Diretora . Acredito que isto resolve uma ansiedade e angustia grupal instalada com a mudança. Traz uma certa segurança e ao mesmo tempo esperança por mudança e possibilidade da construção grupal. Todos nós enquanto equipe sofriamos pelas cisões grupais. Fato este que me faz aceitar o cargo. Uma meta que durante este ano, tempo que dou para minha gestão, plantaria as sementes para a coesão grupal.
Durante este último mês o Sr.J.E, esteve estranho comigo, ora se apresentava para mim como se estivesse me conhecendo naquele instantes, em outros me procurava como psicologa, em outros ficava feliz pela minha promição profissional, com tudo permanecia a tristeza e o pedido para que continuassemos como antes.
Decodifiquei as suas mensagens e entendi ele tem razão estou ocupando vários lugares e ele tem razão em estar triste ele perdeu a Dra. Delegada.
Em alguns desligamentos terapeuticos que tenho realizado aparece a mesma mensagem, acrescida de votos de esperanças para esta gestão e por sentimentos de gratidão pelo trabalho terapeutico que realizei junto a eles. O que tem me emocionado e energizado dando gás para continuar e elaborar o meu luto. Embora fico triste pois quando tento
falar sobre isto com alguns da equipe não tem resonância, da mesma forma quando falo da angustia do que perco e do tenho que assumir, não há resonância aos meus afetos.
Deixo claro, que todos nós, equipe, estamos envolvidos e empenhados na busca de resolução para as questões técnicas do NAPS. Tenho recebido neste sentido apoio em minha gestão , seria ingratidão de minha parte dizer o contrario.
Vejo que nós os "normais" nos empenhamos tanto em executar, energizamos tanto as perfonances, os objetivos que negligenciamos o afetivo das relações. Os ditos não "normais" conseguem enxergar além das aparências das funções e dos papeis ocupados.
Alguns da equipe sairam comigo para comerar o inicio de minha gestão e despedir-se da antiga gestora.
Chama-me a atenção, agora, o fato de não termos nos despedidos da Roseli/técnica, lá deixei projetos, sonhos e realizações pela metade. Fica agora uma forte de sensação de incompletude. Apesar dos desasfios da missão que abraço, funções que não domino e que as vezes me assustam pois esbarram em lacunas de copetencias que tenho, em dificuldades ainda não elaboradas e que contudo que levaram a nossos universos de conhecimento e crescimento. Desperdir-me desses espaços que ocupei, significa que existi lá e que esta existencia fez a diferença, contribui para construção daquele espaço, não sou impresindivel, ninguem o é , a vida e o crescimento neste espaços continuará após minha saida. Não ter esse retorno deixa-me com a sensação estranha e a questionar o quanto era efetivo e produtivo o lugar que lá ocupava.
Crescer é isto adentramos a novas esferas e nem sempre atigimos as nossas metas anteriores.
Sigo adiante enterrando os fetos e ao mesmo tempo germinando novas sementes.

Namastê
A lucidez que consegue me ver além dos papeis que ocupo.
A vinculação-amizade, a verdadeira teia-relacional.
A única capaz de curar feridas.
A gratidão sinal que existemos dentro de uma relação.

Rose

2 comentários:

andre miolo disse...

Roseli, gosto de quando vc estabelece essas conexões entre os vatos externos a todos e os fatos internos. E acho que agora minha ficha cai que em meu blog tb faço isso, antes achava que o lance tinha que ser menos pessoal (vai saber, deficiências em minha percepção!!!hehehe). Mas nisso que tu postas-te, gostei demais dessa imagem da rede mandálica. E de se pensar as relações nos tempos e nos espaços... percebi algo: que o tempo externo exige uma espécie de maturidade inscrita no tempo interno. São tempos necessários para que potencialidades, talentos, capacidades, interesses, possam elaborar-se intelectual e emocionalmente, desdobrando-se assim de cada um de nós, de modo tão intimamente ligado ao ser, que o fato de isso já ser feito é uma grande elaboração e experiência vital que integra vitalidades, ampliando cada tempo mais nossas visões e saberes frente a vida e nossos processos.
Grande abraço e biejo
namastê
andré

Rose666 disse...

Caro amigo,este espaço que aqui nos apoderamos tem muita força , ela não esta apenas nas palavras, e
sim num quantun energético que ainda não mensuro. Pode ser doideira mais tem vida ...no sentido energético! E não é metafora quando a comparo a força energética e mística do muro das lamentações.
Tua amiga pode estar ficando louca...mais as mudanças em mim e em minha vida são mensuraveis.
Não sei se uma só dos processos inconscientes! Ou intercambiamos também energéticamente ...afinal ao elaborar estas escritas despendemos um quantun de energia e isso caminha através do mundo como...com outro quantun de energia.
Tô doida não!!!
Namastê
E grata pela sua presença
Rose