CANTÃO DE BORACEIA - FOTO ROSELI JAN/10 - AONDE RESIDE O MEU CORAÇÃO

O DASA MAHAVIDYA ENTRA NUM FLUXO DE REEDIÇÃO.AO RELER VÁRIOS ESCRITOS AQUI POSTADOS, FICO PASMA E ENVERGONHADA. TOMO CONSCIÊNCIA DA DIMENSÃO DE MINHAS FACETAS DE MULHER. ALGUMAS BRILHANTES , OUTRAS TENEBROSAS.ENFIM PRESERVO AS TENEBROSAS, POIS NINGUÉM FOGE DO QUE É. E QUEM SABE AO REMEXER NESTES CASTELOS DE AREIA, EU ENFIM CONSIGA SARAR AS MINHAS FERIDAS.



QUANDO ALGO DEIXA DE EXISTIR ....NÃO HÁ O QUE DESCREVER....RESTA A LEMBRANÇA....QUE CADA UM PRESERV

QUANDO ALGO DEIXA DE EXISTIR ....NÃO HÁ O QUE DESCREVER....RESTA A LEMBRANÇA....QUE CADA UM PRESERV

DASA MAHAVIDYA - KAMLA

O DASA MAHAVIDYA
livro de areia
atemporal
tal qual as minhas lembranças.

quarta-feira, 5 de março de 2008

MEDITANDO COM OS GATOS


EM NOSSA ÂNSIA DESMETIDA NOS AGUARRAMOS AO QUE VIMOS, ALGUMAS ATRAVÉS DE ÓCULOS E CREMOS QUE AS DISTORÇÕES QUE ENXERGAMOS SÃO A REVELAÇÃO DA VERDADE.
HÁ DE VER, OUVIR E SENTIR COM OS OLHOS DA "ALMA".
INTUIÇÃO UM SENTIDO DESPROVIDO DE APROVAÇÃO, MARGINALIZADO E MENOSPREZADO.
OS ÓCULOS DO MATERIALISMO QUE A TUDO PEDE A CONFIRMAÇÃO, NOS ALEJA EMUITAS VEZES CONSTRUÍMOS VERDADES AONDE NÃO HÁ. OU MELHOR APENAS LHE VEMOS UMA FACE E CONCLUÍMOS SER O TODO!

MANOJ DAS EM HISTÓRIAS DA ÍNDIA ANTIGA NOS TRAZ UM CONTO, "MEDITANDO COM OS GATOS", QUE NOS REVELA A IRONIA DOS NOSSOS ACERTOS E ERROS NA BUSCA PELA VERDADE E PELA FELICIDADE. ADEMAIS SE NOS ATERMOS E OLHAMOS MAIS ADIANTE VEREMOS QUE A BUSCA DEVE-SE INICIAR POR ONDE ELA NOS APARECER, A ENTREGA MESMO A ILUSÕES SE FAZ NECESSÁRIO.
O MAIOR PERIGO RESIDE EM NUNCA SE ENTREGAR COM MEDO DE NÃO ESTAR CERTO. É CLARO E POSSÍVEL , E EU SEI , POIS VI , O CONTO ESCONDE MUITAS MENSAGENS . APENAS CITEI UMA DAS QUE EU VI , POIS A PEGUEI PARA MIM!

ENTÃO MEDITEM NO CONTO : "MEDITANDO COM OS GATOS"
E DIVITAM-SE !!
ROSE
'O folclore indiano tem algumas jóias de exercício em senso comum. Mais do que qualquer outra disciplina, o misticismo é claro em declarar que nossa inspiração não pode ser imitada por ninguém. Qualquer função destituída de esperíto, torna-se um ritual morto. Esta é uma que investiga a gênese de um ritual.

Ao pé de uma colina, às margens de um rio, vivia um eremita. A floresta à volta fornecia-lhe os frutos e os vegetais que ele necessitava. A água do rio era pura. as pessoas das aldeias vizinhas ficavam feleizes de fazer qualquer coisa para o eremita. Porém, suas necessidades eram poucas.
Muitos acorriam para encontrá-lo. Ouviam conselhos e iam embora. Mas um se apegou a ele, apesar de nunca ter sido encorajado pelo ermita. Contudo, deve ser admitido queo jovem servia bem a seu mestre. ele se arrogava ser o principal discípulo do ermitão e este não se importava.As pessoas começaram a chamá-lo de Chelababa.
Uma tarde, enquanto meditava profundamente, o eremita recebeu um chamado de seu Guru, que vivia nos Himalaias.
"Estou indo para as colinas altas", o ermitão anunciou a Chelababa de madrugada. Na verdade, seu pé direito já estava fora da cabana. Chelebaba foi tomado de supresa, mais conseguiu controlar-se e dizer:
"Por favor, leve-me consigo".
O eremita sorriu amavelmente, mas foi categórico ao expressar sua impossibilidade em levá-lo.
"Qaundo voce voltará?", perguntou Chelababa à beira das lágrimas.
"Por que deveria eu ficar preso a qualquer compromisso sem valor? Sou um asceta. Vou para onde quiser. Não tenho apego a nenhum lugar, voce deve saber disso."
"O que acontecerá a este ermitério encantador?", perguntou Chelababa muito interessado.
O eremita riu e disse:
"O ermitério era para mim; eu não era para o erimitério. Não foram muitos castelos e fortes reduzidos à poeira através dos séculos? O que importa se uma mera cabana desaparecer?"
Chelababa não pareceu apreciar a resposta. Chorou e disse:
"Mestre, pelo menos permita-me viver aqui em sua memória. Talvez um dia você retorne."
O eremita sentiu pean do jovem que, apesar de tudo, o tinha servido tão bem.
"Que seja", disse. "Pode dizer a todos que pedi pra voce conservar meu eremitério."
Não sabemos para onde foi o eremita depois ter encontrado seu Guru. Pode ser que tenha perambulado pelos Himalaias. Trinta nos se passaram. Mas, um dia, talvez tenha se lembrado de seu velho eremitério, às margens do rio, e do discipulo que deixara lá. Decediu visitar o lugar.
Andou durantes vários meses e aproximou-se da colina. Muito havia mudado naquela região e ele, também, mudara muito. Ninguém o reconheceu. No caminho para seu ermitério, encontrou uma feira. Curioso, entrou e o que viu o supreendeu tremedamente. Uma seção da feira era dedicada apenas à venda de gatinhos!
"Este aqui está destinado a crescer e tornar-se um maravilhoso macho, muito apropriado para meditação", explicou um vendedor segurando um gatinho listrado.
"O meu está destinado a se tornar o mais belo gato malhado do mundo - o tipo exato para a pura
meditação", gritou um outro.
"Venham aqui, estes gatinhos são descendentes direto do gato de estimação do Guru, aquele com o qual o grande eremita meditava!", declarou um terceiro.
O eremita ficou perplexo. Levou um homem para o lado e observou:
"Senhor, nunca ouvi falar sobre uma feira de gatos!"
"Como podia ter ouvido? Os discípulos de Chelababa vivem, a maior parte, nesta área. Naturalmente, como o gato é muito importante aqui, nós temos esta feira quinzenal!" disse o homem.
Isso, porém, não satifez a curiosidade do eremita. continuou andando em direção ao seu eremitério. No caminho, ouviu um senhor idoso, chamando a atenção do filho:
"Como pode você pensar em meditar sem um gato amarrado ao pilar? O que pensará de você Chelababa se vier a saber de sua condura extravagante?"
Perplexo cada vez mais, o eremita chegou à margem do rio. Sua velha cabana estava lá, mas era conservada como um santuário sagrado. Seu discípulo, Chelababa, vivia numa bela casa, que lhe fora ofertada por seus admiradores. Alguns discípulos estavam a seu serviço.
Todos olharam com supresa para o inesperado visitante, porém ninguém ousou paraá-lo. O eremita prosseguiu em seu caminho até o quarto de Chelababa. Anoitecia, Chelababa meditava. Diante dele estava deitado um gato. amarrado a um pilar.
Enquanto o eremita olhava com compaixão, veio-lhe a vis~~ao de tudo que havia acontecido. Décadas atrás, ele possuía um gato de estimação. O gato travesso tinha o hábito de brincar com ele e puxar sua barba sempre que o encontrava sentado tranqüilamente. Quando o eremita sentava-se para meditar, amarrava-o a um pilar, para não ser pertubado por ele. Chelababa havia observado esta prática e concluíra que, amarrar um gato ao pilar, era o primeiro requísito a ser seguido para uma meditação saudável.
Assim que Chelababa abriu os olhos, viu seu mestre.
Estava para gritar de alegria, mas o eremita impediu-o a tempo e disse:
"Não tenho a intenção de atrair a atenção dos outros sobre mim . Devo deixar este lugar imediatamente."
"Mestre! por favor, leve-me consigo", em lágrimas , Chelababa implorou.
O eremita sentiu que suas súplicas eram genuínas.
Embora simplório, Chelababa era uma boa alma, um sincero devoto.
"Tudo bem. Encontre-me no outro lado da colina, sozinho, dentro de uma semana. Enmquanto isso, anuncie a seus discípulos que a era da meditação com gatos amarrados ao pilar já passou. De agora em diante , eles podem meditar sem esta formalidade", disse o eremita e foi embora para a
colina."...
conto extraído de "Histórias da Índia Antiga - recontadas por Manoj Das - editora Shakti
Namastê

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