Durmo , acordo, reviro na cama . Brigo com a Gata Mouse que insiste em requerer proximidade e carinho e no momento não tenho pra dar.
O suador da febre noturna me acomete esses dias de virose, as vezes alucino que não estou sozinha na cama e procuro por um ombro , um peito e só encontro os traveseiros vazios. As minhas pernas tentam enlaçar outras e só encontro o vazio dos cobertores. Atordoada fico a indagar : "Saudade do sujeito" ? Nem pensar ! Só de pensar a ansia de vomito aumenta!
Ai vem a resposta: " Só queria não estar tão só! "
A cama toma dimensões gigantescas! A última vez que este sentimento me arrebatou , seis meses depois estava amaziada!!eheheheh
Hoje, são outros tempos , acredito que isto não se configure assim.
Em meio ao ardor da febre virulal, um nome de filme martela-me a mente : "Os Outros" ! E sou arremessada a história aonde Nicole Kidman está sozinha com um casal de crianças em uma mansão imensa e sinistra!
Assistiram o filme ? Apesar de ser amante de filmes de suspense e terror e não me amedontrar por pouca coisa, este em particular me dei medo, muito medo qdo o assisti pela primeira vez. E agora entendo a razão de tanto medo, a trama é sobre a alienação da alma, não a social, a politica ou intelectual. Fala sobre a alienação e a soberba da negação do mal que reside em todos nós . Não estou aqui falando de possessões denomiacas e de ações do maligno na vida dos cidadões, Citações tão em voga nos dias de hoje, falo dos sentimentos que não reconhecemos em nós , projetamos no outro e criamos verdades próprias que nos tornam prisioneiros, carrascos , acusadores e por fim vitimas .
O filme acontece , acredito eu que no inicio da 2ª guerra mundial, aonde uma jovem Senhora e seus filhos ficam sozinhos em uma enorme casa , o marido foi para guerra e não há noticias alguma de seu paradeiro. Esta Senhora acorda um dia e se dá conta que os empregados foram embora e que esta só , não se recorda do que ocorreu e o porque a abandonaram . A casa que fica situadaem uma ilha no meio de rio ou lago nos EUA, uma densa neblina cerca os arredores e impede o ir e vir. Seus filhos sofrem de uma grave doença de nascença , aonde não podem ter contato com a luz do sol , se não adoecem e morrem . Há um ritual que permea o filme de fechar cortinas e trancar os comodos a chave assim que cada criança sai do recinto. O ritual é um tormento e uma prissão!
A Senhora é muito religiosa, diria fanatica em tudo vê a obra do maligno e a salvação através da oração , a sua filha começa a questioná-la durante o filme o que a irrita e a torna violenta ou impõem castigos severos e humilhantes a criança. Ela não se dá conta dos sentimentos que as motiva e acreditar ser uma ótima mãe e temente a Deus!
Em resumo a trama esquenta com a chegada de tres camponezes solicitando emprego, de aparencia sinistra , uma moça que nunca fala é a camareira e serviços gerais, uma senhora de meia idade que faz o papel de governata e cozinheira e um senhor idoso que cuida dos reparos da casa e do jardim. Estranhos acontecimentos ocorrem:
> cortinas somem , são retiradas
>chaves dos comodos da casa desaparecem
> comodos fechados são abertos
> estranhas pessoas são vistas pelas crianças , um menino , uma velha etc.
E sempre quando são questionados os autores das mudanças , a resposta pela criada é : "Foram os outros".
No desenrolar do suspense trama sinistra , muito bem arquetada e que nos tira os suspiro , nos damos conta que os empregados estão mortos, assim como é subentidido a aparição do pai , como morto também.
Enfim o filme se desenrola na seguinte trama final : > Todos estão mortos!
> A Senhora em seu desespero , pela solidão , confinamento dividida entre o conflito de amor e ódio pelos filhos, decorrente da doenças deles e de seu fevor fanático religioso que a impedia de de ver e reconhecer a ambiguidade de seus sentimentos . Acaba em uma noite sufocando os filhos com travesseiros e após os matar sucida-se com tiro de espingarda na cabeça. E eles permanecem presos aquele local e apartir desse ponto percebe-se que a única pessoa na trama que estava alienada a situação era senhora interpretada por Nicole Kidman.
Caros leitores , acredito que estejam a indagar : "O que essa mulher tá querendo dizer com toda essa história"? Aonde quer chegar?
Quero lançar uma meditação sobre a cegueira cotidiana que cerca os nossos mundos realcionais, querem sejam eles nos âmbitos pessoais, afetivos, sociais, trabalhista e etc. Não estou falando aqui de grandes analises de conjuturas socio-econômicas -politicas-religiosas, estou falando de nossas pessoas ações no dia a dia que validam e cedimentam este sistema currupto e desumano ao que apontamos o dedo todo dia dizendo : - são eles , os outros os autores do mal que permeia a sociedade.
>Criticamos a currupção , mais não abrimos mão de nossos pequenos ganhos, obtidos por baixo do pano. Nos defendendo dizendo , isto não causa mau a ninguém , é sobrevivência dentro do atual sistema.
E é nestes pequenos atos de sobrevivência que fundamenta os alicerces do sistema que tanto criticamos e combatemos.
Será que em nossa cegueira fanática não adimitimos um quantun de inveja do lugar e das regalias dos tidos "outros"?
Já que em nossas ações e manobras para combater o sistema "dos outros" nos utilizamos dos mesmos artificios e falta de ética?
Aonde reside o mal é sempre nos "outros". Bem sei que todos me responderam que não e farão uma série de análises a nível social , político , religiosos, e psicologico para repudiar e entedermos a questão por outras óticas. Leitores não de análises teóricas que quero falar e sim de como estamos dispostos ou não de abrir não mão no cotidiano de nosso fanatismo cego , de nossos valores e verdades, ou no mínimo reconhecermos o gama de nossas mesquinharias e o quanto é dificil abrirmos mãos dela. O quanto é dificil constatar que o outro somos nós também. E que quando mais certos estamos do lugar que ocupamos no mundo , corremos o risco de estarmos completamente enganados.
Bom já basta de tanto devaneio noturno !!!
Lembrar deste filme me fez relembrar muitos ocorrências em minha vida e talvez a razão do porque teço este retalho de coberto on-line e torno viva e pública a minha história , uma forma de trabalhar e curar o mal em mim . Além de refletir e procurar novas saídas para reparar e não repetir as mesmas ações.
Namastê
Rose
CANTÃO DE BORACEIA - FOTO ROSELI JAN/10 - AONDE RESIDE O MEU CORAÇÃO
O DASA MAHAVIDYA ENTRA NUM FLUXO DE REEDIÇÃO.AO RELER VÁRIOS ESCRITOS AQUI POSTADOS, FICO PASMA E ENVERGONHADA. TOMO CONSCIÊNCIA DA DIMENSÃO DE MINHAS FACETAS DE MULHER. ALGUMAS BRILHANTES , OUTRAS TENEBROSAS.ENFIM PRESERVO AS TENEBROSAS, POIS NINGUÉM FOGE DO QUE É. E QUEM SABE AO REMEXER NESTES CASTELOS DE AREIA, EU ENFIM CONSIGA SARAR AS MINHAS FERIDAS.
QUANDO ALGO DEIXA DE EXISTIR ....NÃO HÁ O QUE DESCREVER....RESTA A LEMBRANÇA....QUE CADA UM PRESERV

DASA MAHAVIDYA - KAMLA
O DASA MAHAVIDYA
livro de areia
atemporal
tal qual as minhas lembranças.
livro de areia
atemporal
tal qual as minhas lembranças.
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