CANTÃO DE BORACEIA - FOTO ROSELI JAN/10 - AONDE RESIDE O MEU CORAÇÃO

O DASA MAHAVIDYA ENTRA NUM FLUXO DE REEDIÇÃO.AO RELER VÁRIOS ESCRITOS AQUI POSTADOS, FICO PASMA E ENVERGONHADA. TOMO CONSCIÊNCIA DA DIMENSÃO DE MINHAS FACETAS DE MULHER. ALGUMAS BRILHANTES , OUTRAS TENEBROSAS.ENFIM PRESERVO AS TENEBROSAS, POIS NINGUÉM FOGE DO QUE É. E QUEM SABE AO REMEXER NESTES CASTELOS DE AREIA, EU ENFIM CONSIGA SARAR AS MINHAS FERIDAS.



QUANDO ALGO DEIXA DE EXISTIR ....NÃO HÁ O QUE DESCREVER....RESTA A LEMBRANÇA....QUE CADA UM PRESERV

QUANDO ALGO DEIXA DE EXISTIR ....NÃO HÁ O QUE DESCREVER....RESTA A LEMBRANÇA....QUE CADA UM PRESERV

DASA MAHAVIDYA - KAMLA

O DASA MAHAVIDYA
livro de areia
atemporal
tal qual as minhas lembranças.

sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

ESQUELETOS


A PRIMEIRA APARIÇÃO
ESPECTROS DA SOLIDÃO NOTURNA
Parte 1



Na madrugada os olhos estalam! Estranho o colchão, o cobertor.
Apalpo a procura do conhecido e nada encontro.
Não dormi em minha cama, não estou em casa, embora segura, pois sei que estou em lar amigo!
Há tempos venho sobrevivendo sem meu lar!
A garganta aperta de sede, de ressaca!
Aperta mais forte ainda pelo choro mal derramado na noite anterior!
Caminho pelo escuro a procura de luz, de água e de cigarro.
Fixada na janela, meio corpo dentro, meio corpo fora.
Hipnotizada pelo chão longicuo!
Um fascínio a muito conhecido!
Imagens, frases, sons da noite anterior insistem em penetrar-me .
O gosto do cigarro agora é amargo e cheira a aborto!
Censuras insistem em me apegar!
O que fiz, o que disse!
Que se dane, cada um que carregue seu fardo!
E o meu é ser transparente!
Despeço-me do chão acolhedor, que insiste em me chamar.
Enrolada, encolhida, feito um feto, procuro pelo sono
Fuga da solidão dantesca que aperta a alma.
Imagens invadem a tela mental!
Homens decapitados circundam o espaço.
Pescoços abertos preenchidos por gosma esverdeada.
Procuro as cabeças.
Não há cabeças.
Só há corpos vivos e decapitados!
Em rumos desnorteados!
Perdi a cabeça!
Desperta-me a luz matutina.
A chuverada norma recobra-me o animo.
A água carrega as farpas esgoto afora.
As farpas do "arrame farpado" dilaceraram as carnes
A alma permanece intacta!
O apartamento permanece no silencio.
Tanto eu como chão permanecemos sós!
Amanheci para o amanhã!
Rose
29/02/08

Nenhum comentário: