CANTÃO DE BORACEIA - FOTO ROSELI JAN/10 - AONDE RESIDE O MEU CORAÇÃO

O DASA MAHAVIDYA ENTRA NUM FLUXO DE REEDIÇÃO.AO RELER VÁRIOS ESCRITOS AQUI POSTADOS, FICO PASMA E ENVERGONHADA. TOMO CONSCIÊNCIA DA DIMENSÃO DE MINHAS FACETAS DE MULHER. ALGUMAS BRILHANTES , OUTRAS TENEBROSAS.ENFIM PRESERVO AS TENEBROSAS, POIS NINGUÉM FOGE DO QUE É. E QUEM SABE AO REMEXER NESTES CASTELOS DE AREIA, EU ENFIM CONSIGA SARAR AS MINHAS FERIDAS.



QUANDO ALGO DEIXA DE EXISTIR ....NÃO HÁ O QUE DESCREVER....RESTA A LEMBRANÇA....QUE CADA UM PRESERV

QUANDO ALGO DEIXA DE EXISTIR ....NÃO HÁ O QUE DESCREVER....RESTA A LEMBRANÇA....QUE CADA UM PRESERV

DASA MAHAVIDYA - KAMLA

O DASA MAHAVIDYA
livro de areia
atemporal
tal qual as minhas lembranças.

domingo, 18 de janeiro de 2009

LIVRO DE AREIA - CAPITULO 22 - (CONTINUAÇÃO)

TÍTULO : É PRECISO

"E preciso amor pra puder pulsar,"
"É preciso paz pra poder sorrir,"
“É preciso a chuva pra florir”
É assim que encontro o meu centro, é preciso chorar esta tristeza,
Viver esta solidão, pra deixar de ser só,
E preciso viver o desamparo, para voltar a amar,
É preciso caminhar pra fixar em meu lugar,
Boa Noite, aqueles que seguem simplesmente em frente.
Triste ou não....
Mas seguem em frente...
Namastê
Rose
21/05/08 POR RÔ666 ÀS 23:24H


TÍTULO : FORA........DENTRO


(Foto da Xilogravura – realizada pelos usuários e técnicos do NAPS-II – FOTO DE ANDRÉ NUNES)
A nossa percepção se atém mais aos processos internos e externos, muitas vezes só concebemos a existência destes dois universos. Ao entrar para espiar a Comuna dos Afetados pelo Zé Povão, há meses abandonada por mim, deparei-me com a reestruturação do layout do blog e da imagem da xilogravura e pensei neste terceiro universo, o desdobramento do dentro para fora e vice-versa.
Esta Xilô é a produção de três anos de parceria na construção de um novo saber, ela configura mais que uma técnica ou teoria na abordagem e tratamento ao grave sofrimento psíquico dentro de unidades de saúde mental, nas especificidades NAPS nível 3(NÚCLEO DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL). Ela representa a entrega e o mergulho na ação, desapropriada de papeis hierárquico e a conjugação de vários saberes, a dos técnicos e a dos usuários.
Nos últimos anos foi o projeto que obtive mais prazer em participar e do qual me orgulho, sem dúvida ali aprendi e cresci como profissional e pessoa.
Hoje, distante deste trabalho, apesar de enlutada pelo aborto inesperado que precipitou a minha saída do grupo, estou aliviada o projeto continua e ao olhar a imagem da xilô aqui postada digo, "eu fiz parte do processo e o que lá plantei continua dando frutos....muito de mim está lá".
Nestes 20 anos de trabalho dentro da saúde mental pública foram vários os projetos e programas aos quais participei e muitos deles foram extintos, e hoje as suas produções devem estar entulhadas em algum lugar compondo um cemitério de criações mortas-vivas.
Ontem, em um evento social de confraternização da equipe que compõem o NAPS, durante os preparativos para confraternização eu e uma colega de trabalho nos deparamos com um local aonde num canto encontravam-se empilhados vários objetos em desuso e no meio deles vi várias pinturas, provavelmente produções de algum projeto terapêutico e/ou oficina. “A colega olha para os objetos entulhados e diz:” Porque no setor da saúde pública, não importa a unidade ou departamento de saúde, tem tanta coisa entulhada. Alguém precisa começar a escrever sobre o significado disto “....
Neste mesmo evento converso com o colega com qual eu era parceira no Grupo de Xilô, o assunto de nossa conversa converge no final para a minha saída do grupo e falo a respeito de meus sentimentos luto e inconformidade. Sinto que a partir do dia em que falei de minha saída, eu deixei de existir, é como se nunca eu tenha estado lá!
O ex-parceiro argumenta: "Roseli a sua saída está sendo negada, é como se você fosse voltar... A sua atitude foi muito ética quando diz ao grupo que estaria saindo devido a ter aceitado o convite para ser diretora técnica do NAPS e devido as novas demandas da atribuição a impedirem de estar presente com freqüência e para não prejudicar a tarefa grupal estaria se afastando....O grupo esta negando a sua saída , sabe nós nunca mais cavamos e acredito que daqui a pouco quando voltarmos a cavar esse tema virá tona, a sua ausência". Bem sei que o colega valoriza o meu trabalho e o que construímos juntos, não é toa que uso o termo parceria ao invés dos termos técnicos de co-terapeutas. O mesmo deixa claro em nossa conversa a importância e a minha colaboração no processo da oficina de xilô, no entanto ao ouvir a sua argumentação uma tristeza aperta o meu peito e reflito: " Eu virei um material negado, parte de um processo reprimido que virá a tona em um determinado momento do grupo e será trabalhado tecnicamente.....no fundo farei parte do cemitério de mortos-vivos estocados em prateleiras....deixei de ser uma pessoa!"
Refletindo a respeito considero ser a negação das perdas e da impotência diante dos processos de construção e reestruturação dos programas de saúde pública, uma das faces responsável pela construção dos cemitérios de mortos-vivos.
As esferas sistêmicas que compõem os universos de ações relacionais das equipes técnicas das unidades de saúde e o impacto que sofrem devido os montantes de perdas e sentimentos de impotências vividos cotidianamente geram defesas de negação das perdas, das mortes, impedindo a digestão elaborativa dos lutos criando as ações de entulha-descartar tudo que esteja impregnado do processo de criação. Tudo que recorde a vida que lá existiu e que se foi. Passam a construir universos de análises racionais desprovidas de afetação, na intenção de esclarecer os processos existenciais internos, externos e excluímos tudo que esteve presente, no meio, durante ação de construção do processo.
É impossível estar presente na vida, negando a morte. A ação de negar as perdas impede-nos de nos apoderarmos do novo, do que está presente no dentro e no fora.
Há principio iria falar deste tema no Blog Dasa Mahavidya, nos marcadores de Cobertor de Retalhos, mas mudei de idéia, o Blog Comuna dos Afetados pelo Zé Povão está também nas prateleiras virtuais dos cemitérios dos mortos-vivos, por esta razão o lugar deste texto pertence a esse universo.
Para encerrar durante a fala do colega ex-parceiro veio-me a mente uma imagem que ajudou a elaborar o meu luto: " Imagino que sou feita de areia, e que tudo que compus é feito de areia configurando um belo desenho que quando o vento inesperado surgir e soprar desmanchando as imagens-desenhos e espalhando e levando-as a compor outras esferas/universos, a energia impregnava aquele universo de ações – criações – afetos continuará viva e gerando nossas criações. "
Os Monges Budistas Tibetanos constroem mandalas feitas de areias, que se configuram obras de arte belíssimas, após termino eles fazem um ritual de desmanchar as mandalas, e jogam a areia no rio. O ritual representa o estado impermanencia do mundo, um aspecto da sabedoria de Dasa Bhuvaneswari, entretanto a energia que contida na mandala não se dissipada, não é destruída. Espalha-se pelo mundo e compõem o novo, outros devires.
Ao negarmos as nossas perdas, cronificamos nossas criações, as desenergitizamos, tornam-se entulhos escondidos, estocados, inertes e desnecessários.
Ao ver a imagem da xilô aqui postada, a minha alma sorri parte mim vive nela.

Namastê
Roseli








Namastê
Roseli


TEXTOEDITADO NO BLOG COMUNA DOS AFETADOS PELO ZÉ POVÃO - EM 23/05/08
23/05/08 POR RÔ666 ÀS 20:49


TÍTULO : MAS QUE CONSTATAÇÃO - É O MEU LUGAR

AMANHEÇO O PEITO AINDA DÓI DAS CONVULSÕES DOS CHOROS, SOLUÇOS A MUITO GUARDADOS E AGORA NÃO MAIS ESTANCADOS.
NÃO TEMO MAIS VIVER A DOR E POR ISSO CONSIGO RENASCER.
DEIXO O POETA LEVAR A MENSAGEM PARA QUEM QUISER OUVIR!
BEM SEI, QUE MINHA CHAGA E SALVAÇÃO É SER TÃO INTENSA!
E ESTA INTENSIDADE ASSUSTA QUEM DO MEU ESTIVER!
HOJE, JÁ NÃO SEI SER DE OUTRA FORMA, SEI QUE AO MESMO TEMPO O QUE É SALVAÇÃO TORNA-SE UMA CHAGA VIRULENTA E O OUTRO TEM MEDO DE SER AFETADO POR TANTA INTENSIDADE DE AFETADO.
É UMA PENA ESTE VÍRUS NÃO MATA, ELE APENAS DESCONGELA A VIDA E A FAZ PULSAR NOVAMENTE
ENTÃO APENAS QUERIA QUE VOCÊ SOUBESSE QUE PODE SE ACHEGAR E SE ACONCHEGAR A MINHA INTENSIDADE DE VIDA NÃO IRÁ MATÁ-LO
NAMASTÊ
ROSE
24/05/08 POR RÔ 666 ÀS 11:03


TÍTULO : FENDAS DIMENSIONAIS
ZÉ RAMALHO - PRA NÃO DIZER QUE NÃO FALEI DAS FLORES

CHARLIE BROWN JR - PRA NÃO DIZER QUE NÃO FALEI DAS FLÔRES

GERALDO VANDRÉ - PRA NÃO DIZER QUE NÃO FALEI DAS FLORES

PRESA AS AFETAÇÕES E INUNDADA AGORA PELA AVALANCHE DE ELABORAÇÕES NÃO CONSIGO PARAR DE MERGULHAR EM MEU INTERIOR E FICAR NAVEGANDO PELOS ENLACES DIMENSIONAIS DA TRAMA QUE SE DESVELA NESTES DIAS.
ENTÃO CONTINUO A ESCREVER ELABORANDO ESTES MOMENTOS DIFÍCEIS E DELICIOSOS, REFLITO CÁ COM MEUS BOTÕES: "ESCREVO OU ENLOUQUEÇO" ....SERÁ ASSIM OS MOMENTOS QUE ANTECEDEM O ENLOUQUECER?....VIVER E ENTENDER O QUE MAIS NINGUÉM VÊ? ....SERÁ QUE SE PIRA QUANDO TENTAMOS CONTER A ENXURRADAS DE ENERGIA QUE BROTAM E NOS ATEMOS A RACIONALIZAÇÕES?
A DELICIA DESTE INSTANTE É A LUCIDEZ QUE ENCONTRO A CADA NÓ QUE DESATO.
O MEU INTERIOR E EXTERIOR São RETRATADOS POR COMO SE CONFIGURA ESTE MAHAVIDYA. AO OLHAR A QUANTIDADE DE INFORMAÇÃO POSTADA NESTES ÚLTIMOS DIAS É NO MÍNIMO É ESTRANHA, CAÓTICA A UMA PRIMEIRA IMPRESSÃO. E QUEM SE ENCONTRA DO OUTRO LADO DE NADA SABE OU TALVEZ ENTENDA! ACREDITO QUE NEM SE IMPORTE, POIS ENTRAM AQUI E NADA DIZEM!NO FUNDO SAIBA EU NÃO ME IMPORTO!
JÁ PENSEI QUE ERA HORA DE TERMINAR COM ESSE ESPAÇO, DEPOIS COMPREENDI A IMPORTÂNCIA QUE ELE ASSUMIU EM MINHA VIDA E POUCO ME IMPORTO COM O USO QUE FAÇAM DELE. FICO FELIZ SE ELE ALIMENTA A TUA CURIOSIDADE, SE ELE TE DIVERTE. QUEM SABE SE VOCÊ ATÉ SE NUTRA AQUI DAS IDÉIAS QUE DESENVOLVO. SUGA, POIS NADA DIZ DISCORDANDO. NÃO ALIMENTANDO, ENXERTANDO O DASA COM TUAS IDÉIAS / AFETAÇÕES.
SOU ACOSTUMADA COM A SOLIDÃO E COM O ISOLAMENTO PROVOCADO PELA MANEIRA QUE SOU NA VIDA! E NÃO VOU ME DESFAZER DO ESPAÇO QUE É MEU COMPANHEIRO. ENTÃO CONTINUO A FALAR ACREDITANDO QUE HÁ ALGUÉM DO OUTRO LADO QUE TRAVA UMA CONVERSA COMIGO E REALMENTE SE INTERESSA PELO QUE DIGO. POIS SE EXISTE UM SÓ SER QUE SE NUTRE DO QUE DIGO. JÁ BASTA PARA CONTINUAR. EM NOSSA SOBERBA SEMPRE ESPERAMOS OBTER LOUROS E GLÓRIA QUANDO NOS EXPOMOS E CRIAMOS. QUEREMOS TER A NOSSA CRIAÇÃO GLORIFICADA OU CRITICADA PARA ALIMENTAR AS NOSSAS VAIDADES EGÓICAS. O DASA MAHAVIDYA JÁ ULTRAPASSOU ESTAS ESFERAS. CAMINHANDO ALÉM DESTAS TERRAS, AS TERRAS DA VAIDADE! FICO FELIZ QUANDO ALGUÉM FALA COMIGO. A PRESENÇA É MAIS IMPORTANTE QUE A AUSÊNCIA. TUDO É UMA QUESTÃO DE FOCO. FALO APENAS SOBRE O QUE REALMENTE VALORIZAMOS NAS RELAÇÕES.
PROGRAMEI UMA SÉRIE DE VÍDEOS QUE ABORDAM SOBRE O UNIVERSO E A CRIAÇÃO DA VIDA NO PLANETA TERRA, E ENTRELAÇADO ENCONTRA-SE OS TEXTOS DE MINHA AFETAÇÃO INTERNA.
OLHANDO, VEJO, CONSTATO É ASSIM QUE ME ENCONTRO NESTE QUANTUM EXISTENCIAL, EM DOIS MOMENTOS, DUAS FACES DA ROSELI ACONTECEM INTENSAMENTE. A QUE FOI E SE DESPEDE DO ESPAÇO QUE OCUPAVA E AMAVA E O NOVO LUGAR QUE OCUPO.
VIVER NESTA FENDA DIMENSIONAL SERIA ENLOUQUECIDO, OU NO MÍNIMO MORTÍFERO AO PULSAR REAL DA VIDA SE AQUI EU NÃO O ESTIVESSE DESVENDANDO. ENTRANDO E SAINDO ATRAVÉS DA FENDA.
NÃO FIQUEM ENTEDIADOS HÁ MUITO FALO DO MESMO TEMA, PELO QUE CONSTATO DESDE A CRIAÇÃO DESTE ESPAÇO! PERCEBO NO ENTANTO QUE ELE VEM SENDO CLAREADO OU MELHOR, DIRIA DESENLAÇADO...
NAMASTÊ
ROSE
24/05/08 POR RÔ666 ÀS 14:59


TÍTULO : HOMENAGEM PÓSTUMA : " AO AMOR "
ZÉ RAMALHO - ENTRE A SERPENTE E A ESTRELA

AMAR É ASSIM VIVER SE ENTREGANDO, MERGULHANDO NAS ENTRANHAS DO OUTRO.
ASSIM FOI NOSSO EXISTIR,
LUTA TRAVADA POR MEDO DE AMAR E PERDER.
O NOSSO AMOR TAVA DE CERTA FORMA MARCADA PRA MORRER.
NÃO SOBREVIVEU A TANTAS DIFERENÇAS, DE IDADES, DE VIVÊNCIAS
DE COMPREENSÃO DE MUNDOS.
ELE ERA PEDRA RARA, PELA OUSADIA QUE TIVEMOS DE ATRAVESSAR FENDAS TEMPORAIS.
E LÁ NOS AMARMOS.
A AÇÃO DE AMAR SEMPRE TRAZ UMA SABEDORIA A SER ADQUIRIDA!
E A MINHA POR TER AMAR, FOI VIVER INTENSAMENTE O COMEÇO, O MEIO E O FIM!
ESTA CANÇÃO MARCA POR SER AQUELA QUE CANTAVA PRA MIM E COM ELA ME ENSINAVA A CANTAR.
TIRO-TE DAS PRATELEIRAS DO MEU CEMITÉRIO DE MORTOS- VIVOS.
E ME DESPEÇO DESSE AMAR.
UMA AMIGA COSTUMA DIZER: "VOCÊ FOI ATÉ FIM, E ESTE FIM QUASE TE CONSUMIU, PORQUE ELE FOI O AMOR DE TUA VIDA"
ELA TEM RAZÃO, MAS NÃO AMAMOS UMA VEZ SÓ NA VIDA, O NO NOSSO SER CABE VÁRIOS GRANDES AMORES.
A INTENSIDADE DO AMOR NÃO É POSSE DO OBJETO AMADO E SIM POTÊNCIA DE QUEM AMA.
LEMBRA AQUI FICA A CANÇÃO QUE GOSTAVA TAMBÉM DE TE OUVIR , E INCONFORMADO VOCÊ DISCORDAVA DE EU SENTIR QUE AMAR É ASSIM
RAUL SEIXAS - MEDO DA CHUVA

NAMASTÊ
ROSE
24/05/08 POR RÔ666 ÀS 15:53H
Nota : (FALO DO MEU CASAMENTO DE 10 ANOS E DO EX- MARIDO)

Nenhum comentário: