CANTÃO DE BORACEIA - FOTO ROSELI JAN/10 - AONDE RESIDE O MEU CORAÇÃO

O DASA MAHAVIDYA ENTRA NUM FLUXO DE REEDIÇÃO.AO RELER VÁRIOS ESCRITOS AQUI POSTADOS, FICO PASMA E ENVERGONHADA. TOMO CONSCIÊNCIA DA DIMENSÃO DE MINHAS FACETAS DE MULHER. ALGUMAS BRILHANTES , OUTRAS TENEBROSAS.ENFIM PRESERVO AS TENEBROSAS, POIS NINGUÉM FOGE DO QUE É. E QUEM SABE AO REMEXER NESTES CASTELOS DE AREIA, EU ENFIM CONSIGA SARAR AS MINHAS FERIDAS.



QUANDO ALGO DEIXA DE EXISTIR ....NÃO HÁ O QUE DESCREVER....RESTA A LEMBRANÇA....QUE CADA UM PRESERV

QUANDO ALGO DEIXA DE EXISTIR ....NÃO HÁ O QUE DESCREVER....RESTA A LEMBRANÇA....QUE CADA UM PRESERV

DASA MAHAVIDYA - KAMLA

O DASA MAHAVIDYA
livro de areia
atemporal
tal qual as minhas lembranças.

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

LIVRO DE AREIA - CAPITULO 27

INTRODUÇÃO

SIGO NA TAREFA DE REEDIÇÃO.
UM PEQUENO COMENTÁRIO: “MEU DEUS QUANTA “COISA” ESCREVI! ISTO REALMENTE ME SALVOU DA LOUCURA!
NA REALIDADE REVEJO QUE MUITOS DOS NÓS EXISTENCIAIS QUE RELATAVA ESTAR RESOLVIDO SÃO FERIDAS ABERTAS. ESTES TEXTOS SÃO UM CONTATO COM ELAS , UM CONTATO –TRATAMENTO . NINGUÉM CONSEGUE ELABORAR TANTO MATERIAL INTRA- PSÍQUICO DE UMA VEZ.
SINTO NO ENTANTO QUE ESTOU NO CAMINHO, NÃO TEMPO QUANTO TEMPO DEMORE , EU SEI QUE VOU CONSEGUIR ! SANAR ESTAS DORES EXPOSTAS E ENCERRAR ESTE CAPITULO DE VIDA.
ROSE
20/01/09

TITULO : POEMA QUEBRADO - OSWALDO MONTENEGRO

“POEMA QUEBRADO
OSWALDO MONTENEGRO
Eu era apenas rio
Esperando que você navegasse
Poema quebrado no frio
Num salão vazio
Esperando que você recitasse
Eu era manhã cinzenta
Esperando de você a aurora
Um lobo de olhar em brasa
Te vendo em casa
(e o lobo do lado de fora)
E eu era, quem diria
A melodia que jamais compusera
E eu, que jamais daria
Era o verbo dar
Dizendo assim: quem dera!
Então não vá embora
Agora que eu posso dizer
Eu já era o que sou agora
Mas agora gosto de ser”


BELO POEMA!
QUEM NOS PRÓXIMOS ENCONTROS, QUE A VIDA PROPORCIONAR , EU POSSO DIZER :
ENTÃO NÃO VÁ EMBORA.
FICA INTEIRO
PORQUE EU MEREÇO
NAMASTÊ
AOS FUTUROS ENCONTROS
QUE ESTES POSSAM SER
SIMPLESMENTE ENCONTROS
13/07/08 – POR BAGALA ÀS 19H

TÍTULO : A PROCURA
Eita! Depois de tudo já falado hoje, entrei para reunir .
Fechar os pensamentos a procura do momento seguinte.
Depois de tudo que revi e falei de mim, terei que fazer algo!
Confesso , entrei em um site de relacionamento.
Uma forma de enfrentar o meu medo.
Ta, muito engraçado, no feriado conheci um rapaz!
A principio só conversamos , ele parece ser bem bacana!
Acho que não será desta vez!
O bom de ter tomado essa atitude foi assumir para mim,
que estou a procura de alguém !
Agora tenho que operar outras mudanças,
fico a pensar tenho que tomar uma atitude
que mexa com alguma dificuldade séria minha.
Um entrave , algum nó da teia que reveste as minha defesas.
Estou a pensar :
Para de Fumar?
Doar o que tenho guardado da minha antiga casa?
Remexer naquelas caixas que contém tantas lembranças?
Vender aquele carro ?
Comprar outro carro?
Comprar uma casa?
Largar a minha profissão? Não essa opção nunca? Esqueça?
Deixar a Direção do NAPS e pedir a Transferência? Não , isto só vou fazer o ano
que vem! Tenho que reestruturar o meu consultório antes!
Aprender a me organizar ?
Voltar a acreditar em meus sonhos?
Voltar para Sociedade de Bioenergética?
O meu racional me diz , desta vez comece pelo que é mais fácil , ou aquilo você
tem energia para fazer!
Sei que a operação já começou a partir do momento em que tive a coragem de ousar e aceitar este novo cargo . E enfrentar os meus medos, boa parte do que temia já aconteceu: fiquei sozinha de novo, fui traída fiz papel de idiota, sou
alvo de intrigas . E as três coisas que mais temia : 1- perder os amigos ; 2- colocar em risco o meu trabalho no consultório; 3- confrontar-me realmente com as minhas incompetências.
Arriscar e sair dos meus campos de conforto, tem efetuado uma grande mudança interior e ela tem sido muito dolorida.
Mas enfim, quando mexemos em nossos campos de conforto , nada permanece inalterado.
Namastê
Que encontre coragem e força para continuar
Rose
13/07/08 POR BAGALA ÀS 20 H

TÍTULO : En-CADEIA-Mentos
Em minha mente surge série de cadeias....
Prisões, opções, escolhas nem sempre tão inconscientes!
Conexões com fatos, sentimentos.....
Estranhamente sinto-me mais "solta", leve....
Sensação forte, fora do NAPS....
Neste lugar, NAPS, por mais que ao inicio de cada jornada
Proponha não me deixar afetar pelo clima do local,
Não consigo, irrito-me e reajo diante das posturas de desleixo,
Manipulação e displicência com relação às responsabilidades assumidas
por cada um lá. Quando vejo estou assumindo posturas de ter "um punho de ferro " mediante ao falta de compromisso pelo trabalho.
E a cada me sinto mais distante daquele lugar. A sobrevivência até o final do ano será difícil, embora comece a compreender que ela definitivamente irá me transformar!
Hoje, fico a me questionar, que não deve ser por acaso ter "optado" em trabalhar no serviço público e lá ficar por 20 anos. Em nada o meu perfil se adequar ao padrão do funcionalismo público. Não sou uma pessoa que tira vantagens da "segurança no trabalho" e desta forma não cumpre as jornadas de trabalho, rompe acordos de equipes, boicota programas e joga a culpa no sistema governamental. Pergunto por que permaneci neste lugar?
Às vezes penso que ele se compara aqueles relacionamentos amorosos, aonde carregam o "outro" nas costas!
Percebi a minha irritação, eu não estou mais "cabendo" dentro daquele sistema,
sinto muito, mais ele é muito sociopata e estou vendo que estou deixando de ser tão masoquista. E não estou compondo e vibrando mais naquela freqüência.
Vejo a mudança que se opera em mim quando saio e vou para o consultório, é outro padrão e nível de energia. Saio de lá tranqüila e bem comigo mesmo!
E neste dia a sensação foi melhor ainda, andei no final do dia refletindo sobre os amores em minha vida. Eles mantêm o mesmo padrão, me apaixono por pessoas que não vão manter o mesmo nível de troca afetiva. Em suma são paixões fadadas ao fracasso, talvez explique em parte a minha ira, quando me dou conta desta realidade. Faço pactos na vida irreais, auto-referentes, focados somente na minha capacidade de entrega e envolvimento, vejo isto em todos os relacionamentos, com as pessoas que trabalho, com as pessoas que amo e com os amigos. É claro que existem exceções, mais o conjunto do sistema em que me envolvo e permaneço é sempre este. O meu adoecimento é perceber e ficar neste lugar, ou pior ainda é sair e encontrar outro lugar igual. No final o que busco e vivo é um mundo irreal, construído a partir de um "delírio" dos meus desejos.
Talvez a única coisa, ou essencial em assumir e exercer este Cargo de Encarregatura Técnica seja aprender técnicas de como me encarregar de minha vida, e sair da ilusão concebem até o presente momento, que estava na direção dos meus projetos de vida. No fundo conheço os meus desejos e projetos, só não consegui operacionalizá-los! Utilizo-me de técnicas ineficazes para alcançar e operar os meus projetos de vida. Por isso a eterna sensação de "falta" e a necessidade de preencher o vazio com "coisas" em que nada consegue me nutrir. Crio ilusões, expectativas que nunca se realizam!
Utilizo o meu PODER DE CRIAÇÃO na construção de CASA de vidros , iludindo-me que são CASAS DE CRISTAIS!

14/07/08 POR BAGALA ÀS 22 H

TÍTULO : MORADIAS DE VIDRO - LARES DE CRISTAIS
Espaços expostos, escancarados para vomitar tanta indignação!!
Uma vez, lá pelos meus trinta e poucos anos, vivi um momento muito parecido a este. E ele me volta a lembrança agora.
Foi um tempo em que as máscaras de um grupo caíram, lá eu não possuía tanta voz ativa , me calava e amedrontava mais facilmente. Embora mesmo assim nunca me calei completamente, e de forma impulsiva e contra-fóbica eu ainda reagia.
São momentos tensos, e doloridos .... Porque as pessoas se mostram suas faces ocultas.
A raiva tem aparecido de forma acentuada, algumas vezes sinto-me invadida pela descompensação emocional. Uma face da qual tenho apreciado em mim , face que o coletivo começa a desprezar , é mostrar o meu desagrado e ocupar o lugar a que fui eleita, não da forma como esperavam me manipular . A dor de perceber que entrei de gaiato nesse barco já se dissipou, a raiva aflora!
Lowen coloca que a raiva é a energia que cura , e ela tem curado as minhas feridas e medos de me posicionar e perder o afeto. Vejo que aqueles possuem consciência de suas faces ocultas, conseguem se olhar no espelho, temos uma chance de preservar o afeto . Os que não, neste momento não fazem a mínima diferença ,e não me causam dor também. Prefiro a franqueza dos sentimentos e das intenções a adulações narcíseas. Estou profundamente afetada por duas ações que presenciei. 1º O descarado ataque por parte de quem não executa as funções , e ataque e distorce uma história passada envolvendo terceiros não presentes. Nem ouso falar mais disso, sou sei que prudentemente estou averiguando a dita história. Apesar da citação de que desta ocorrência eu não responderia , pois era de uma época anterior a minha responsabilidade. As pessoas esquecem que não sou omissa, e respondo hoje, inclusive pela fala difamatória da colega!
A 2ª é terem me informado que sou responsabilizada por uma situação que não criei e que me posicionei perante ela na intenção de resolver o conflito sem causar danos aos envolvidos. É incrível como algumas pessoas conservam e relacionam com o poder da mesma forma que o fizeram na infância.
Os pais que estão na situação de "poder", ou seja, de proporcionar a sobrevivência de sua prole, resgatar e promover condições para seu desenvolvimento e futura autonomia. Situação que no sistema patriarcal se cristaliza , endurece , não flexibiliza , não obedecendo curso de desenvolvimento da autonomia da prole. Críamos dois pólos de conflitos e subseqüentes formas de existir no mundo. Vou ressaltar apenas uma das formas: um sistema gerado através do PODER centralizador e castrador, aonde pais determina o que a prole deve fazer sempre. E por outro lado uma prole que se mantém acomodada na vida. Os pais apesar de castradores são o provedor e o responsável pelos atos. Aquele que tem provê-lo e ser o alvo de suas criticas e o responsável por tudo.
É incrível como as pessoas relutam ,atacam e boicotam qualquer um que ouse agir de forma diferente. Vejo que algumas pessoas perversamente boicotam um novo sistema conscientemente e outras nem se dão conta de seus boicotes e a origem deles. Apenas reclamam e se deixam manipular pelas primeiras.
Tenho pensado muito no merecimento, e estou ciente que apesar de minhas deficiências funcionais, assumi esta posição na intenção de compor por um coletivo. E estou ciente que não mereço a atual reação do grupo. Existe uma cegueira geral em relação a situação , uma mesquinharia em manter seus pequenos , passageiros ganhos ilusórios . Apesar de minha raiva, reação frente ao massacre energético que sofro. As pessoas simplesmente não as minhas ações e mesmo quanto tomo atitudes que seriam compor pelo coletivo, postura anterior minha , simplesmente não é reconhecida . Sou encaixada em suas concepções de poder e rotulam a minha atitude segundo seus preceitos. Triste.. muito triste.
Neste dias optei não mais buscar recursos para desvendar essas teias sistêmicas, rompi definitivamente com o grupo. As minhas atitudes estão voltadas para cumprir as ações pelas quais me responsabilizei ao assumir essa função. Ao romper com grupo sei que meus dias estão contados, não só pela reação do sistema e sim porque eu não mais pertenço a ele. E graças a Deus tenho a coragem de não ficar aonde não pertenço!
Entrei em uma casa de vidro, atraente,luminosa , transparente, mas energeticamente morta. O vidro reflete a luz apenas, algumas vezes o confundimos com cristais. O cristal , entretanto, possui inúmeras outras propriedades ,além de refletir a luz, entre tantas outra propriedades , está energeticamente carregado , neste sentido está vivo.
Apesar de sua aparente fragilidade vítrea , ele não se quebra tão facilmente!
Recorda de um sonho da época que citei acima:
"Estava no telhado de uma casa , aonde era um espaço cultural de um grupo místico que freqüentava. O telhado desaba parcialmente pela primeira vez, apavorada esforço-me para não cair .Acontece outro desabamento . Já neste olho intrigada para cena a minha frente entre os escombros do telhado semi destruído , encontra-se uma câmara fotográfica e uma drusa de cristal. A câmara fotográfica está parcialmente quebrada, sua lente de vidro encontra-se espatifada. O flex dispara de forma estereotipada. Ao lado encontra-se a drusa de cristal intacta! Fico intrigada a refletir , o meu mestre ao lado me diz: " Na quebra as aparências se rompem, o superficial não resiste, as máscaras quebram-se. Apenas temos a reação sem objetivo a se repetir infinitamente. Já a essência permanece integra, sofre a queda, mas não se rompe, o que é autentico revela a verdadeira essência e esta prevalecerá. Aí esta a sua opção diante da crise, revelar e não esconder as intenções de suas ações, desta forma você permanecerá integra consigo , mesmo que tudo a sua volta desmorone. "
A última queda do telhado leva-me num instante ao chão e no interior . Na sala de estar da casa meu mestre devora a dentadas um frango assado. A brutalidade e voracidade de seu ato me revelam as intenções por de trás das ações e condutas socialmente aceitas e camuflados. Todos temos um outro lado, nossa sombra, nossos desejos, sentimentos reprimidos , que nos dominam e controlam!
O sonho muda de cena e estou diante de uma criança ,apesar de sua aparência meiga , seus olhos tem um brilho escuro e devastador . Sua aparência não me ilude e olho e vejo o mal. Neste instante a criança começa atirar flechas em minha direção e eu calmamente começo a entoar um mantra do Deus Shiva (deus hindu da destruição e transmutação do universo) em minhas mãos estão batutas e com elas começo a reger uma reação , e as flechas transformam-se em flores antes de atingirem. Há um estrondo e a criança transforma-se em um adulto. O meu mestre.
Neste estágio encontra-se a saída para a atual situação. O confronto com o mal instalado, camuflado, disfarçado.
Medito neste estágio, embora sei que dinamicamente, agora , já entôo o mantra da destruição e em minhas mão estão as batutas! Onde está a minha força de transmutação, a magia que rege as minhas ações! E sei que minha batalha é solitária! Pois só eu vejo o brilho escuro, frio, devastador por detrás das falsas e segundas intenções!
Namastê
Rose
15/07/08 BAGALA ÀS 22 H

TÍTULO : Construindo Lares de Cristais

Paralelamente construo novos espaços, pequenas atitudes , semeando e arando novas terras. Fertilizando antigos jardins!
E sei que é uma questão de tempo para ir residir lá, porque tenho a certeza que mereço...investi...trabalhei...então colherei. Só que desta vez escolherei quem convidarei para se servir desta colheita. Nenhuma colheita é farta quando consumida solitariamente. Colhemos não só para nós , eu bem que aprendi essa lição nestes anos de jornada pela vida, agora aprendo a diferença entre generosidade e abuso. Escolho com quem sou generosa e a quem ofereço e reparto meu prato de comida.
Namastê
Rose
16/07/08 POR BAGALA ÀS 00:21 H

TÍTULO : Enfrentar o mal
Tenho refletido sobre a segunda metade de meu sonho, percebo que só podemos enfrentar o mal que reside em nosso interior. Olhar no reflexo de nosso olhar já é um grande trabalho.
Acredito que já me iludi e cai no conto do vigário várias vezes! Faces infantil e puras já me seduziram muito, esquecia de reparar o que contém o seu olhar!
Esse tema talvez esteja lhe cansado caro leitor, no entanto para falar de Dasa Bagala é necessário refletir e compreender a força mágica da criação da palavra. E como o mal-dito é a maior força que reside no homem de nossos dias!
Estamos presos a mesquinharias infantis e na busca de repartir migalhas deixadas ao chão, nos atiramos sobre fagulhas e brigamos e nos reagrupamos nos esquecendo dos nossos ideais, pactos efetuados, palavra empenhada. Quem era nosso inimigo torna-se nosso amigo se juntos ele nos garantir o pedaço de migalha atirada ao chão. Destorcemos fatos, os reeditamos, acusamos os outros de serem desleais e invasores e nem ao mesmo conseguimos reavaliar as nossas ações. Talvez aquilo que acusamos tanto o outro, de forma equivalente, temos as mesmas ações que tanto julgamos.
Poderia de estar falando a respeito de símbolos esotéricos, mitos , psicologia linkando coisas legais que acontecem por ai a fora.
Dasa Bagalamukhi fala da força do mal contido nas palavras e de suas criações nas ações. Vejo que não apenas os mantras que destroem a magia negra, os que concedem as dádivas. São a expressão da inveja, da cobiça, das fofocas, das intrigas e por fim da falta da própria palavra empenhada. A palavra empenhada perdeu a sua força e sua dignidade. Ela vale o que a manobra do momento me permite. Criticamos tantos os discursos , as promessas dos políticos e o que fazemos com que acordamos conosco e com outro . Qual o verdadeiro valor que assume em nossas ações cotidianas, desqualificamos o trabalho do outro, acusamos , injuriamos o outro em publico ,como se estivéssemos compondo e recitando um belo poema. Na primeira oportunidade nos vingamos do outro de forma escusas , utilizando de fatos e situações em que nada se relacionam com a ocorrências em que sentimos tão magoados. Porque temos que dar o troco e afirmar nossa força e poder. E cometemos os mesmos erros de que tanto acusamos o outro. Não temos a coragem de nos posicionar e mostrar os nossos sentimentos na hora em que os fatos ocorrem e covardemente reagimos pela traição, sem nos darmos conta e assumirmos a quantas pessoas serão prejudicadas e envolvidas em ocorrências que não lhe dizem respeito. O que importa é somente mostrar seu poder. Ou compõem comigo ou de destruo pela costa! Pior ainda utilizamos de pessoas e seus problemas para atingirmos terceiros , nos resguardando em distorções racionais e teóricas da realidade dos fatos . Após nos utilizarmos dessas pessoas e seus problemas , as esquecemos porque não nos é mais útil e nos dará muito "trabalho" continuarmos envolvidos em suas questões!
Afinal se um sistema de relações de um grupo , não se configura por ser extremamente narciso, perverso e caracteriológico psicopática, então precisamos redefinir estes conceitos!
Cansada de tanto hipocrisia, infantilidade, alienação e perversidade!
Considero mesmo perverso, mais autentico e integro, o sujeito que assume publicamente e mostra as faces de seu caráter rude, egoísta , mesquinho. Aquele que tem a coragem de dizer não doa a quem doer.
Hoje, me disseram que eu tenho que aceitar ser uma mãezona e que as pessoas vão mamar mesmo em minhas tetas. Discordo não gerencio bebes, não sou mãe, e não estou para nutri incondicionalmente as pessoas em suas necessidades imediatas. Respondi de forma bem afetadas várias vezes : "Eu não sou mãe e não quero ser agora destas pessoas!" .
Nenhuma mulher ou fêmea suporta amamentar indefinidamente. Há um tempo e condições de necessidades temporárias que configuram o ato de amamentar e ser amamentado passou desse e necessidade torna-se perversidade de ambas as partes. Posso nutrir outro ser enquanto ele necessitar devido a sua fragilidade de sustentar a si próprio, e isso não esgota as minhas energias e nem me irrita. Ultrapassando esse ponto é se permitir ser sugada, e nesta situação reajo instintivamente com repulsa e agressão.
Explorar e fazer as analogias entre este estágio de meu sonho e mal que enfrento nas relações cotidianas. Clareou em muito a minha angustia e começo a entender melhor o sistema no qual estou inserida e de como devo navegar dentro dele e quais as reais expectativas que posso ter com relação ao comportamento das pessoas e os meus reais limites de ação dentro dela. E continuo a apostar em deixar sem explicito o que sinto, penso e as razões e objetivos que orientam a minha ação , estejam ou não as pessoas satisfeitas com ela. Como disse em um texto anterior : Quem não reconhece e nega o mal em si, não consegue optar pelo bem ! ... Acrescento, somente quando nos revelamos e admitimos o mal inconsciente em nossas intenções -desejos-impulsos, temos a condição, o grouwding e o foco para redirecionar o bem em nossas escolhas de vida.
Entendo por mal : a negação, dissimulação , distorção , racionalização , a mesquinharia, o sadismo, a vingança, o uso e abuso, alienação a miséria de espírito,manipulação de nossos reais desejos, intenções, objetivos . Na metáfora a meiga criança com o olhar negro e maligno, desprovido de energia e vida.
Entendo pelo bem : a integridade entre emoção , afeto e ações , a espontaneidade , a clareza e transparência das ações sejam elas aprovadas pelo grupo ou não. O sentimentos não são em si nem bons ou ruins, apenas a expressão energética ,pulsão que nos move nos nossos universos internos e externos . O grau de coerência existente entre sentimentos e ações nos revela o quanto o individuo está conectado com sua natureza primaria e com o prazer de viver e o grau de integridade de seu self. Quanto mais espontâneo for sua expressão maior será o seu contato com a realidade de sua existência , mesmo rancor e ressentimento ele terá e menos vingativo será nos seus relacionamentos inter e intrapessoais. Assim entendo integridade de caráter , ou como se expressa a sua índole.
O grau de conexão do individuo a realidade de seu self , nos diz o quanto ele respeita a si mesmo e ao outro. Encontra a paz , prazer , integridade e justiça nas relações com o mundo.
Boa noite a todos que me visitam !
Namastê
Rose
POR BAGALA ÀS 22 H

TÍTULO : Anjos da Morte


SEXTA FEIRA, 18 DE JULHO DE 2008
Uma profunda tristeza me invadiu, uma forte dor no peito .A minha dor encontrou eco e espelhou-se em uma ocorrência. Uma usuária do NAPS , hoje, em meu plantão, gritava muito . Em sua condição de baixa autonomia, resultado sindrômico de sua grave deficiência mental e anos de isolamento humano dentro de um manicômio psiquiátrico. Pouco ou nada consegue utilizar as formas convencionais de comunicar com o mundo . E como levar as mensagens de seus sentir para os olhos e ouvidos surdos daqueles que se propõem a prestar-lhes cuidados. Tudo tenta é transmitir é traduzido como sendo sua "loucura".Seu corpo carrega fortes marcas deixadas pela sofreguidão de sua história nada bonita ao ser ouvida ..traduzidas por formas que em nada são atrativas dentro dos padrões esperados do belo ....Então, os sons que emite ,a imagem que projeta , nos ensurdece e nos cegas. Alguns técnicos presentes na unidade de saúde, aliás sempre os mesmos , vão ao seu encontro , e lá se vão várias abordagens para compreender seu comportamento. Lá em uma das várias tentativas se pergunta o que tá acontecendo ? E ela puxa a camiseta pela gola e deixa desnuda seu peito e o expõe a vistas do presente , indicando que lá acontece algo e traz com sua mão a minha mão em direção aos seus peitos . E lá fico a tentar decifrar o que acontece dentro de tantas possibilidades! Há uma dor ali, a enfermeira presente mostra sua preocupação e nos dá a dica , sua pressão arterial está alterada , nada que se configure um alarme. Ela permanece a repetir esse comportamento, em meio a não saber que direção tomar , arriscamos na direção de seu pedido de ajuda, lá existia uma dor física e não mental. E a encaminhamos para avaliação clínica, aonde se constatou problemas cardiológicos. Revendo a cena em meio a minha de alma , aquela que aperta a garganta , um aperto que tenta deter os soluços e a constatação que para muitos estou morta. No final do dia , de forma ainda tímida e contida, trava-se um "dialogo ", digo dialogo e não conversa propositalmente, porque nessa conversa houve troca de experiências e de afetos e pode-se dialogar sobre as nossas reações e sentimentos durante esses últimos 4 meses de minha gestão como encarregada técnica do NAPS, dos conflitos camuflados , negados pela minha transição de técnica (psicóloga) a encarregada. Diante do insight da não elaboração das perdas e mortes concretas enfrentadas pelo NAPS durante neste último ano e da necessidade de um salvador sonho narciso da equipe técnica , a Roseli jaz morta e não há como ressuscitá-la. A amiga , a companheira de tantas jornadas , a profissional , 12 anos de exercício profissional e relação afetiva se vai em um segundo após a nomeação de minha direção técnica. Lutei e não me calei, gritei, denunciei que meu coração se partia e que me encontrava sozinha em minha dor. Estendi a minha mão em vão a aqueles que observavam também os meus sofrer. Eles simplesmente não me viram. Ao receber o convite o que mais temia é o que vejo agora. Em meus devaneios e sonhos de onipotência acredita ser capaz de sair do meu leito de morte, e que ao denunciar e desvelar a situação, os meus gritos de dor seriam acolhidos. E todos que simplesmente nem velaram ou choraram a minha morte, ao ouvir som de minha voz reconheceriam que ainda estava VIVA...A Roseli de antes estava ainda existia! Não tinha morrido! Devaneios apenas , desfeitos ao ouvir meu ex-companheiro de jornada pelas terras da loucura de dizer que não suportou a minha morte. As minhas esperanças vão por água a baixo, numa enxurrada de lagrimas contida e desaguada internamente em meu peito. Se aquele com o qual criei tantas cri-ações não me enxerga viva e não vê saídas para a situação-conflito e entre aspas me pedi para me calar, porque não adianta mais denunciar, o fato é dado ,eu já estou morta para equipe. Tenho duas escolhas , ou saio e vou a procura de vida e compor com pessoas que pulsem e escolham pela alegria e pela dor, ou me deixo infectar e torno-me um morto vivo. Assim adormeço, com a visão da usuária , compadecia pela sua dor , porque no fundo eu também sofro da mesma dor.
19/07/2008
Amanheço, olhos inchados, o emaranhado de meu penteado revela o conflito vivenciado durante a noite,2008, ano difícil, em prol de não criar conflitos que dificultem as relações com o sistema governamental acima, me submeto a uma situação da qual muito me aborrece a nível pessoal. Enfim os ônus do lugar que ocupo! Represento a unidade de saúde , e em primeiro tem que ver quais ações que facilitem as relações entre os setores da saúde e não as dificultem. Assim caminho pelas ruas , ao lado da comitiva, elaborando como entregarei o cargo de encarregada técnica e ao mesmo tempo pensando em minha transferência para outra unidade de saúde mental. Refletindo sobre as mudanças que operarei em minha vida e nas suas complicações. A tristeza é grande e só amenizada quando vou ao consultório para atender, estar perto das ações clínicas em muito me energiza. Durante os atendimentos o celular toca e é o usuário que sou referencia, o Sr.Jr Zé Povão. Em sua fala afetada e aflita me pede para irmos estudar "internet" e minha casa, ele quer ver a minha mãe. Nestas ultimas semanas o seu quadro clínico tem se agravado, tem estado hostil, misturado bebida as medicações. A sua hostilidade comigo é grande, as vezes penso que se deve a ele sentir que eu a suporto e confia em mim o suficiente para saber que agüento a sua agressão , sem ser destruída, diferente de outras pessoas e de sua família. A minha atual ocupação tem me distanciado dele, pelo simples fator tempo! Ele tem sentido muito a minha falta e num momento em que precisa de minha presença. Tenho possibilitado e facilitado a vinculação dele com outros técnicos, para amenizar a situação e possibilitar que ele continue sendo assistido. Embora , eu tenho observado uma situação e ações que tem me preocupado muito, temo que devido aos conflitos e ao jogo de poder instalado na equipe técnica . Devido ao nosso forte vinculo de anos (12 anos) ,o Sr. Jr. Zé Povão seja usado e manipulado para me atingirem e me desestabilizarem !!Por fim, apesar do cansaço, acordo com o Sr. Jr. Zé Povão que iremos estudar "internet" e ver minha mãe, sob a condição de que ele não esteja sob efeito de álcool e ele me garante que hoje não bebeu. Pois segundo o nosso acordo, não bebe com o dinheiro que lhe empresto, não sai comigo bêbado e/ou estuda internet nestas condições , e nem vê a minha mãe sob efeito de álcool...Ao chegar em frente de sua casa e estacionar em cima da calçada, pois sua residência encontra-se situada em uma avenida de fluxo viário intenso e numa curva perigosa! Buzino várias vezes e nada dele sair da casa, resolvo lhe telefonar . Ele atende e informa que não ouve buzinas, pois sua casa é blindada a qualquer entrada som para não ser assaltada e metralhada!Ao sair do carro para ajudá-lo, pois está carregando bolsas cheias de papeis e livros para estudarmos, percebo que um liquido escorre da frente de meu carro .Confiro, o liquido é água e se origina do carro. A mangueira de água furou! E partir desse momento instala-se uma nova aventura da Dra. Delegada Drops e o Sr. Jr. Zé Povão e só termina lá pelas 20 horas do sábado. Viagens em identificar o que ocorreu com o carro, chamar o guincho e trazer o carro até a oficina. Outra viagem em minha casa no universo "internético" e por fim levar o Sr. Jr.Zé Povão de taxi de volta a sua residência. Agora, ao escrever este e tomada pelo cansaço e uma profunda paz , reflito para o Sr.Jr. Zé Povão eu não morri, ainda sou a mesma pessoa e ele sabe e aposta no nosso vinculo. Apesar de estar acomodado em sua casa e de minha insistência que não havia necessidade de me acompanhar até a oficina mecânica, ele insistiu em acompanhar, pois o problema não era só meu, ERA NOSSO. E em minuto algum ele me deixou ou questionou que eu abandonaria após ele ter me acompanhado. Não foi necessário pacto verbal e explicito, a certeza e a confiança estavam em nossas ações. Não sei como será o meu amanhã, nem que decisões tomarei, mais tenho certeza que sou a Diretora Técnica do NAPS , não pela equipe técnica e sim pelos usuários do NAPS! Para eles a Roseli não é fragmentada em funções, a relação é honesta e compartilhada. Para encerrar deixo o questionamento aonde reside a real doença, quem esta mais em contato com realidade? Será que estas pessoas que diagnosticamos como psicóticas, são realmente as anormais nesta nossa sociedade?Quem é o Anjo da Morte? Alguém dos muitos que aqui entram podem me responder a estas questões ?
Namastê
Rose
20/07/07 POR BAGALA ÀS 19 H

TÍTULO : ESTAR ACORDADO

Amanheço, apesar de ter dormido profundamente, sinto-me desvitalizada, completamente sem forças!
Amadureço as minhas reflexões e agora organizo as minhas ações para a próxima semana.
Ao reeditar o texto , "Anjos da Morte", ouço ao fundo Oswaldo Montenegro recitando o poema, "Metade", e vou aprofundando a minha compreensão e analise dos conflitos escancarados! Não sou alienada, e meu foco de visão não é restrito , percebo as outras pessoas, os personagens que compõem esta peça cotidiana descarnada . Compreendo não só a minha miséria existencial, bem como a alienação da própria miséria existencial de cada um daqueles que compõem esta história. Infeliz daquele que não ver a própria imagem refletida no espelho, permanecerá eternamente prisioneiro nas "terras da cremação de Kali", devorando carniça, iludindo-se e negando a natureza do que se alimenta. Compreendo, já fiz a minha parte neste calvário ao denunciar e escancarar os conflitos velados neste sistema relacional. Na realidade somos impotentes frente à regulação-energética-sistémica configurada dentro de uma instituição, mas nos resta a potência ,a lucidez da escolha de pertencer ou não a este sistema. Muitas vezes o medo das conseqüências de nossas escolhas, nos paralisa e nos iludimos que podemos permanecer nestes lugares sem nos contaminar. Desta forma nos omitimos e nos acomodamos dentro do sistema, sendo aos poucos contaminados pela peste emocional. Dependendo do grau de compreensão adquirido, do quanto operamos a cura das feridas existenciais internas, do quanto estamos conectados à nossa natureza primária , sintonizados ao nosso self, teremos que aceitar a realidade de que nosso corpo/estrutura/vital não cabe mais dentro deste espaço-sistema. Caro ex-amigo , eu não vou fazer o que me orienta, calar-me. Quando não existe mais lugar nem para fala-silêncio, quando o calar-omissão-conformismo for a única saída para o conflito-estrutural, não existe mais outras opções! É ficar e acomodasse ao sistema e adoecer também, ou ir embora!
Amadureço a minha partida e a morte de tudo que acreditava ser possível construir naquele local, não cale e que o silêncio de minha partida revele-se na informação injetada nesta estrutura-conflito-omissão deste sistema necessária para germinação das sementes plantadas. Que as sementes-palavras saiam dos campos inférteis dos teoremas-teorias-racionalizações e ganhem a potência dos mantras-verbos-ações e recebam as dádivas da Mágica Sabedoria de Dasa Bagalamukhi.
Namastê
20/07/08 POR BAGALA ÀS 9:40 H

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