CANTÃO DE BORACEIA - FOTO ROSELI JAN/10 - AONDE RESIDE O MEU CORAÇÃO

O DASA MAHAVIDYA ENTRA NUM FLUXO DE REEDIÇÃO.AO RELER VÁRIOS ESCRITOS AQUI POSTADOS, FICO PASMA E ENVERGONHADA. TOMO CONSCIÊNCIA DA DIMENSÃO DE MINHAS FACETAS DE MULHER. ALGUMAS BRILHANTES , OUTRAS TENEBROSAS.ENFIM PRESERVO AS TENEBROSAS, POIS NINGUÉM FOGE DO QUE É. E QUEM SABE AO REMEXER NESTES CASTELOS DE AREIA, EU ENFIM CONSIGA SARAR AS MINHAS FERIDAS.



QUANDO ALGO DEIXA DE EXISTIR ....NÃO HÁ O QUE DESCREVER....RESTA A LEMBRANÇA....QUE CADA UM PRESERV

QUANDO ALGO DEIXA DE EXISTIR ....NÃO HÁ O QUE DESCREVER....RESTA A LEMBRANÇA....QUE CADA UM PRESERV

DASA MAHAVIDYA - KAMLA

O DASA MAHAVIDYA
livro de areia
atemporal
tal qual as minhas lembranças.

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

LIVRO DE AREIA - CAPITULO 26

LIVRO DE AREIA - PARTE 26

INTRODUÇÃO
ONTEM, AO ENCERRAR A ÚLTIMA POSTAGEM SURGE O DESEJO DE TERMINAR LOGO COM ESSE CAPITULO. SINTO QUE ELE NÃO TEM NADA DE NOVO A ME APRESENTAR. SAI DA BARRIGA DA BALEIA E ESTOU DE VOLTA PARA CASA.

TÍTULO : EU SONHAVA


SABE DEVE SER LOUCURA, OU TALVEZ EU SEJA MESMO UMA "SUICIDA" , OU ENTÃO CHEGO A CONCLUSÃO QUE AMAR ESTAR VIDA E ENTREGUE NESTA AÇÕES É MINHA SANIDADE.
VIVER É UM ATO DE AMOR...E HÁ ESPAÇO PARA VIDA E O AMOR NESTAS ESFERAS RELACIONAIS ATUAIS .... PARECE QUE ESTAR MORTO É A ATUAL OPOSIÇÃO SOCIAL-RELACIONAL...
A TENDÊNCIA DA MODA ATUAL.....VIVER A MARGENS DAS TENDENCIAS DAS ATUAIS "MODAS" SOCIAIS ...É VIVER SÓ ....DE SOZINHO.
VIVER AS NOSSAS POTENCIALIDADES DE ENTREGA...BEIRA AS LOUCURAS DA SANIDADE!
07/07/08 POR BAGALA ÀS 22H

TÍTULO : INTENSIDADE
DEPOIS DESSES DIAS INTENSOS.
DEPOIS DE OUVIR O QUANTO A MINHA FORMA INTENSA DE ME RELACIONAR AFETIVAMENTE INCOMODA E AFASTA AS PESSOAS. FIQUEI DE MOLHO NUM RETIRO INTERNO MESMO.
CONCLUO : SOU "LOUCA " , NÃO FAÇO POSSE PARA FOTOGRAFIAS. SOU AUTÊNTICA
TENHO A DIZER NÃO SEI SER DIFERENTE, EU NÃO CONSIGO. AS VEZES GOSTARIA DE VOLTAR SEI LÁ ,AOS 20 AN AS TEORIAS DE PERSONALIDADE , AS OS, AOS 30 ANOS , AONDE FUGIA DE MIM MESMA . AGARRAVA-ME TEORIAS QUE ESTRUTURAVA PARA VIVER E SEGUIA A FRENTE ME DEFENDENDO DA VIDA , OU MELHOR AINDA DIRIA DO VIVER.
INVESTI TANTO EM SER MAIS ESPONTÂNEA E SINCERA , E AGORA TORNOU-SE MEU FARDO!?
TENHO A DIZER A TODOS QUE ESTEJAM DISPOSTOS A OUVIR:"NÃO CONSIGO RETORNAR E HOJE NÃO MAIS ME ENVERGONHO DE QUEM SOU E DAS MINHAS INCOERÊNCIAS . EU JÁ NÃO MAIS AS ESCONDO, E EU AS ASSUMO .
ASSUMO AS CONSEQÜÊNCIAS DOS MEUS ATOS NEM SEMPRE TÃO ACEITOS DENTRO DAS DITAS ORLAS ÉTICAS SOCIAIS .
ACEITO OS MEUS LADOS ESCROTOS, AS MINHAS MAZELAS, AS MINHAS
INSANIDADES, MEU PRANTO, MINHA ALEGRIA, MEU PRAZER .
INVISTO PELA TRANSPARÊNCIA DO SER E ESTAR , E ELAS AMIGOS NÃO EXPRESSAR SOMENTE O QUE VOCÊ VALORIZA E ACEITA , É MOSTRAR E ASSUMIR OS LADOS OBSCUROS DO MEU SER E ESTAR !
APESAR DE NESTE MOMENTO ESTAR CIENTE DO QUANDO ISTO ME TORNA SOLITÁRIA, AFASTA AS PESSOAS , POIS COMO OUVI À DIAS ATRÁS : "NINGUÉM SUPORTA TANTA INTENSIDADE NUMA RELAÇÃO , SEJA ELA DE QUE ESFERA FOR."
HOJE, ESTAR INTENSAMENTE ENTREGUE AS MINHAS EMOÇÕES ,É UMA OPÇÃO DE VIDA E DE ESTAR NO MUNDO, POIS FOI ASSIM QUE ENCONTREI A PAZ INTERIOR ...A VERDADEIRA SANIDADE QUE SE REVELA NO MEU ESPÍRITO, NO MEU CORPO E NA MINHA MENTE.
SINTO MUITO POR AQUELES QUE NÃO SUPORTAM TANTA INTENSIDADE DE SER....SEI QUE DEVE EXISTIR PESSOAS QUE NÃO COMPACTUAM COM AS MINHAS ESCOLHAS ,E NO ENTANTO SE RELACIONAR COMIGO. ALIÁS, EU AS CONHECI UM DIA , EMBORA MUITAS ESTEJAM AGORA DISTANTES , POR AI A FORA NESTE MUNDÃO DE DEUS, MAIS O QUE VIVEMOS ME PREENCHE E ALIMENTA A MINHA FÉ NAS VERDADEIRAS RELAÇÕES HUMANAS. AS QUE SUPORTAM A INTENSIDADE DO HUMANO , DO DIVINO, DO MUNDANO E DO ESCROTO.
NAMASTÊ
07/07/08 POR BAGLA ÀS 23 H

TÍTULO : PRA LEMBRAR DE ONDE E DO QUE SOU FEITA


JÁ PASSEI POR MUITO, E JÁ PERDI MUITO OURO CONTIDO EM MINHA ALMA.
TRILHEI JÁ MUITOS CAMINHOS...E TENHAM CERTEZA NÃO É POR TÃO POUCO,
AGORA, QUE QUEBRO.
NA REALIDADE JÁ FIZ POR MERECER, BEM MAIS QUE TENHO.
E SE O POUCO QUE POSSUO TE INCOMODA TANTO.
CAI FORA!!!
POSSO NÃO SER A MAIS INTELIGENTE, A MAIS CAPAZ!
A MAIS INTEGRA.
MAIS SEI QUE SOU MAIS SINCERA E AUTÊNTICA.
POSSUO MAIS CORAGEM.
E NA VERDADE O PENSAS E CRITICAS
NA MINHA CONDUTA?
VENHA PARA O LUGAR ONDE ESTOU,
E FAÇA MELHOR.
DAÍ AONDE SE ENCONTRA, É FÁCIL FALAR.
DIRIA EU DE UMA FORMA BEM PROTEGIDA E CAMUFLADA.
QUEM SERÁ MAIS INCOERENTE? EU, VOCÊ?
NÃO TENHO ESSA RESPOSTA!
SÓ SEI QUE ESTOU MAIS EXPOSTA E PERDI O MEDO.
E VOCÊ? ESCONDE-SE AONDE? TEM MEDO DO QUE?
DO QUE VOCÊ É!
AS TRAMAS DO PODER APODRECERAM, E TODOS FICARAM EXPOSTOS.
O QUE IRÁ DIFERENCIAR OS INDIVÍDUOS, NÃO É SOMENTE A SUA ÍNDOLE,
A SUA CONDUTA, MAIS AS ESCOLHAS QUE FAREMOS APÓS NOS OLHARMOS NO ESPELHO.
VAMOS NOS ESCONDER E PROTEGER A VELHA IMAGEM?
VAMOS COMPOR NOVAS "TRAMAS"?
VAMOS "TRAMAR"?
OU HUMILDEMENTE, VAMOS RECONHECER QUE O QUE NOS PRENDEU FOI UMA ILUSÃO!
COMPOMOS FIGURAÇÕES, RETALHOS DE VÁRIAS REALIDADES.
UMA BELA OBRA DE ARTE!
MAIS A OBRA DE ARTE , NÃO É O ARTISTA.
PELO SIMPLES FATO QUE O ARTISTA É HUMANO!
AS VEZES BELO, AS VEZES FEIO?
NAMASTÊ
08/07/08 POR BAGALA ÀS 22:30

TÍTULO : PRA NÃO DIZER
RAPIDINHO, E PRA NINGUÉM OUVIR! EHEHEH !PRA NÃO DIZER QUE USO ESSE ESPAÇO SÓ PRA RECLAMAR. AGORA CLAMO BAIXINHO!TÁ PINTANDO NOVA PAIXÃO!AH! COMO É GOSTOSO FLERTAR! DIRIA COMO É GOSTOSO FLERTAR DE VERDADE. DIGO ISTO, PORQUE É DIFÍCIL ENCONTRAR PESSOAS FRANCAS E DIRETAS. REALMENTE ME APAIXONO FACILMENTE POR HOMENS QUE NÃO TEM MEDO DE MOSTRAR AFEIÇÃO. AMO A AUTENTICIDADE!
NAMASTÊ
A EMOÇÃO
ROSE
08/07/08 POR BAGALA 23 H


TÍTULO : ILUSTRAÇÕES - 1ª PARTE
O TEXTO ABAIXO PERTENCE AO UM BLOG QUE CRIEI, COMUNA DOS AFETADOS PELO ZÉ POVÃO, ELE OBJETIVAVA A COMPOSIÇÃO COLETIVA ENTRE TÉCNICOS E USUÁRIOS DO NAPS (NÚCLEO DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL) AONDE TRABALHO A 12 ANOS , E FIZ PARTE DA EQUIPE QUE O CRIOU. USO O TERMO "CRIOU" INTENSIONALMENTE, POIS VOU FALAR DA CRIAÇÃO DE UM ESPAÇO DE ACOLHIMENTO AO GRAVE SOFRIMENTO PSIQUICO , DE UMA LUTA DE 20 ANOS CONTRA AS INSTITUIÇÕES MANICOMIAIS , AS CONCRETAS E AS SUBJETIVAS. OS ESPAÇOS FEITO DE CONCRETOS E AQUELES QUE CONSTRUÍMOS NAS RELAÇÕES E EM NOSSAS MENTES .
HOJE, NÃO FAÇO MAIS PARTE DA EQUIPE DA COMUNA DOS AFETADOS PELO ZÉ POVÃO , E DESCONHEÇO COMO ANDA ESSE ESPAÇO. ACREDITO QUE INATIVO. A PULSÃO QUE O MOVIA VINHA DE MIM E DE MINHA CONCEPÇÃO E VALORES . NO INÍCIO AS PESSOAS EMBARCARAM NA MINHA ONDA ENERGÉTICA , MAIS PARA NAVEGAR NELA É NECESSÁRIO UMA ENTREGA DE CORPO E ALMA , DIRIA QUE É MAIS QUE UMA VISÃO DE MUNDO, NO FUNDO É UMA FORMA DE ESTAR NO MUNDO. NÃO DÁ PARA SER CARONISTAS . DEIXEI O VOLANTE DESTA CRIAÇÃO, BEM SEI QUE DAQUI A ALGUM TEMPO OUTROS PEGARAM ESTE VOLANTE E VÃO SE APODERAR DA CRIAÇÃO, DANDO OUTRO NOME "CRIANÇA" , E ESQUECERAM QUE O ÓVULO ERA MEU. ISTO FAZ PARTE , E ACONTECE COM QUEM NÃO REINVINDICA A CRIA SÓ PARA SI E ACREDITA QUE TODA CRIAÇÃO PERTENCE AO MUNDO E NÃO AO CRIADOR.
ENTÃO FIQUEM COM A INTRODUÇÃO DO BLOG DA COMUNA DOS AFETADOS PELO ZÉ POVÃO E MINHA ÚLTIMA POSTAGEM NELE.
última postagens
A nossa percepção se atém mais aos processos internos e externos, muitas vezes só concebemos a existência destes dois universos. Ao entrar para espiar a Comuna dos Afetados pelo Zé Povão, há meses abandonada por mim, deparei-me com a reestruturação do layout do blog e da imagem da xilogravura e pensei neste terceiro universo, o desdobramento do dentro para fora e vice-versa.
Esta Xilô é a produção de três anos de parceria na construção de um novo saber, ela configura mais que uma técnica ou teoria na abordagem e tratamento ao grave sofrimento psíquico dentro de unidades de saúde mental, nas especificidades CAPS nível 3(CENTRO DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL). Ela representa a entrega e o mergulho na ação, desapropriado de papeis hierárquico e a conjugação de vários saberes, a dos técnicos e a dos usuários.
Nos últimos anos foi o projeto que obtive mais prazer em participar e do qual me orgulho, sem dúvida ali aprendi e cresci como profissional e pessoa.
Hoje, distante deste trabalho, apesar de enlutada pelo aborto inesperado que precipitou a minha saída do grupo, estou aliviada o projeto continua e ao olhar a imagem da xilô aqui postada digo, "eu fiz parte do processo e o que lá plantei continua dando frutos.... muito de mim está lá".
Nestes 20 anos de trabalho dentro da saúde mental pública foram vários os projetos e programas aos quais participei e muitos deles foram extintos, e hoje as suas produções devem estar entulhadas em algum lugar compondo um cemitério de criações mortas-vivas.
Ontem, em um evento social de confraternização da equipe que compõem o NAPS, durante os preparativos para confraternização eu e uma colega de trabalho nos deparamos com um local aonde num canto encontravam-se empilhados vários objetos em desuso e no meio deles vi várias pinturas, provavelmente produções de algum projeto terapêutico e/ou oficina. A colega olha para os objetos entulhados e diz: " Porque no setor da saúde pública, não importa a unidade ou departamento ,tem tanta coisa entulhada. Alguém precisa começar a escrever sobre o significado disto"....
Neste mesmo evento converso com o colega com qual eu era parceira no Grupo de Xilô, o assunto de nossa conversa converge no final para a minha saída do grupo e falo a respeito de meus sentimentos luto e inconformidade, sinto que a partir do dia em que falei de minha saída, eu deixei de existir, é como se nunca eu tenha estado lá!
O ex-parceiro argumenta: "Roseli a sua saída está sendo negada, é como se você fosse voltar... A sua atitude foi muito ética quando diz ao grupo que estaria saindo devido a ter aceitado o convite para ser diretora técnica do NAPS e devido às novas demandas da atribuição a impedirem de estar presente com freqüência e para não prejudicar a tarefa grupal estaria se afastando....O grupo esta negando a sua saída , sabe nós nunca mais cavamos e acredito que daqui a pouco quando voltarmos a cavar esse tema virá tona, a sua ausência". Bem sei que o colega valoriza o meu trabalho e o que construímos juntos, não é toa que uso o termo parceria ao invés dos termos técnicos de co-terapeutas. O mesmo deixa claro em nossa conversa a importância e a minha colaboração no processo da oficina de xilô, no entanto ao ouvir a sua argumentação uma tristeza aperta o meu peito e reflito: " Eu virei um material negado, parte de um processo reprimido que virá a tona em um determinado momento do grupo e será trabalhado tecnicamente.....no fundo farei parte do cemitério de mortos-vivos estocados em prateleiras....deixei de ser uma pessoa!"
Refletindo a respeito considero ser a negação das perdas e da impotência diante dos processos de construção e reestruturação dos programas de saúde pública, uma das faces responsável pela construção dos cemitérios de mortos-vivos.
As esferas sistêmicas que compõem os universos de ações relacionais das equipes técnicas das unidades de saúde e o impacto que sofrem devido os montantes de perdas e sentimentos de impotências vividos cotidianamente geram defesas de negação das perdas, das mortes, impedindo a digestão e os processos de assimilação e elaboração dos lutos, criando as ações de entulhar/descartar tudo que esteja impregnado do processo de criação, tudo que lembre a vida que lá existiu e que se foi. Passam-se a construir os universos de análises racionais desprovidas da afetação, na intenção de esclarecer os processos existenciais internos, externos, agindo assim excluímos tudo que esteve lá presente, no meio, durante ação de construção do processo.
É impossível estar presente na vida, negando a morte. A ação de negar as perdas impede-nos de nos apoderarmos do novo, do que está presente no dentro e no fora.
Há principio iria falar deste tema no Blog Dasa Mahavidya, nos marcadores de Cobertor de Retalhos, mas mudei de idéia, o Blog Comuna dos “Afetados pelo Zé Povão” encontra-se também nas prateleiras virtuais dos cemitérios dos mortos-vivos, por esta razão o lugar deste texto pertence a esse universo dos afetos pelo Zé Povão.
Para encerrar durante a fala do colega, ex-parceiro, visualizo uma imagem que me ajudou a elaborar o meu luto: " Imagino que sou feita de areia, e que tudo que compus vira areia, compondo um belo desenho Mandálico e quando o vento inesperado surgir e soprar ,desmanchando as criações imagens-desenhos-mandalas, espalhando pelo mundo os grãos da criação . Levando as sementes-energias a compor outras esferas/universos. A energia impregnava aquele universo de ações – criações – afetos continuará viva e gerando novos amanhãs. "
Os Monges Budistas Tibetanos constroem mandalas feitas de areias, que se configuram obras de arte belíssimas, após seu termino as desfazem num ritual de desconstrução do todo para unidade, jogando-as no rio. O ritual representa o estado impermanencia presente e que compõem a vida, um aspecto da sabedoria de Dasa Bhuvaneswari, entretanto a energia que contida na mandala não se dissipada, espalha-se pelo mundo e compõem o novo, outros devires. O ritual de construção e desconstrução das Mandalas de Areia é uma ação de espalhar as bênçãos pelo universo.
Ao negarmos as nossas perdas, cronificamos as nossas criações, as desenergitizamos, tornam-se entulhos escondidos, estocados, inertes e desnecessários.
Ao ver a imagem da xilô aqui postada, a minha alma sorri, parte mim vive nela.
introdução do blog
Em meados de maio/2007, o caos instala-se no NAPS - NÚCLEO DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL, aonde trabalho na cidade Santo André.Caos decorrente de duas mortes de usuários deste serviço de atenção ao grave sofrimento psíquico. Uma das mortes por suicídio e outra causada por um quadro clínico de insuficiência respiratória. As duas são trágicas, estas pessoas eram usuários deste serviço há mais de 10 anos, encontravam-se estabilizados psiquicamente e dentro dos seus limites levando suas vidas normalmente, vindo o NAPS raramente. Eu acompanhei os seus processos em busca da vida, ou seja fui terapeuta dessas pessoas e os conhecia intimamente . Porque amigos para tratar de alguém é necessário ser íntimo, sem intimidade não se usufrui a vida.
Ao recebermos a informação da segunda morte, a pessoa com insuficiência respiratória, instalou-se um caos denso e silencioso, profundo e repleto de dor , mais um amigo se ia de forma solitária, como é a exclusão em vida do doente mental. Ele foi encontrado morto após 3 dias em sua residência.Após divulgação em uma assembléia extraordinária na unidade de saúde, a grande maioria do usuário repartiu-se em duas salas, e lá permanecemos entre o choro silencioso de mãos entrelaçadas, ora ocorriam lembranças do ente querido perdido, ora devaneios, ora algum delírio.
Encerro as minhas atividades naquele dia ouvindo frases interpretativas de alguns colegas técnicos, que fazem discursos a respeito da trajetória de tratamento e morte desses "casos clínicos" e de como os técnicos em saúde mental não devem se deixar afetar pelos acontecimentos (neutralidade terapêutica).
E certa que essas pessoas tinham duas coisas em comum, a solidão da exclusão social e afetiva que o psicótico sofre em nossa sociedade. O primeiro suicida-se, pois não encontrava lugar no mundo mesmo recuperando a sua lucidez, já não conseguia mais delirar. O segundo morre sozinho e lá permanece até que a família se dê por sua falta! Solidão, dor do não pertencer!
Volto para casa profundamente entristecida e abalada emocionalmente, mais em paz, eu estive com essas pessoas intimamente! Posso chorar por essas mortes, sem ter que me defender de minha dor tecnicamente.
As avaliações teóricas/técnicas cabem em outros momentos.As mortes ocorreram uma semana antes da comemoração do 18 maio, Dia da Luta Anti-manicomial, aonde haveria um evento comemorativo com a presença de técnicos, autoridades dos serviços de saúde da cidade , usuários e familiares dos serviços de saúde mental e contaríamos com a presença de professores da USP (Universidade de São Paulo) , fui convidada explanar, neste evento, sobre o tema , “ referência terapêutica”. Ironia, eu era minha referência terapêutica da pessoa que se suicidou e da fui terapeuta durante anos. Os dois freqüentaram o grupo de psicoterapia em análise bioenergética que eu coordenava, sendo esta a única atividade que aderiram no NAPS.
Durante a semana mudo de idéia quanto a palestrar sobre o tema e decido apenas encerrar o evento com grupo de movimento em bioenergética tendo como parceiros dois colegas técnicos e o grupo de usuários que integrava o grupo de bioenergética. Esta foi à dinâmica de sensibilização que mais me emocionou e afetou nestes longos anos de profissão, no fechamento da dinâmica, encerro falando das dores das mortes recentes e traço um paralelo , aonde os papeis técnicos desempenhados na ações de referência terapêuticas, bem na construção de projetos de tratamentos, eram ações conjuntas, entre técnicos , usuários e familiares, fincadas no respeito, na liberdade de escolha, na intimidade dos afetos.
Após minha fala, o Zé, um usuário do NAPS do qual também sou referência terapêutica achega-se a mim, colocando em minhas mãos um copo de refrigerante que estava tomando e pede para eu beber também do copo. Pega o microfone de minhas mãos e começa a cantar: "Vem vamos embora que esperar não é saber...quem sabe faz hora não espera acontecer". Canta repetidas vezes esta canção contagiando e emocionando o público presente que aos vão aderindo e cantado em conjunto.Este Zé que em seus delírios ...ora é Dono do Banco Itaú...em outras se intitula Zé Povão...e acredita e denomina-me como Dra Delegada do DROPS (Divisão de Repreensão ao Uso de Psicotrópicos), olhando a sua atitude lúcida e certeira naquele dia que encerrou com chave de ouro aquele evento. Cantando o que muitos não conseguiram dizer ou propor! Inspirou-me a criar no dia seguinte uma Comunidade no Orkut " Comuna dos Afetados pelo Zé Povão" e que hoje desdobra-se neste Blogger .Criação estendida a todos aqueles que se sintam afetados nas relações de cuidador em saúde mental.Um espaço de experiências, ideais, valores e saberes, aonde as diversidades possam expressar-se . É na inclusão das diversidades que a vida pulsa, vibra e se desdobra!
09/07/08 POR BAGALA ÁS 11 H

TÍTULO : ILUSTRAÇÕES - 2 ª PARTE


As minhas palavras, imagens recortadas, vozes emprestadas, este blog configura-se por uma ilustração do que sou e de minha jornada existencial. Assim são as ilustrações, recortes de várias facetas e cada um ao lê-las as interpreta como bem quiser e a partir do ponto de vista de sua acuidade existencial. Revelando e compondo novas idéias e realidades muitas vezes tão distante do que foi a principio. Recriando novas realidades e campos do existir. E quem não detectar ou diferenciar os campos de realidade, mergulhará na criação confundindo com o criador.
Ao reunir os 4 blogs que criei neste último ano, aos quais estive inteiramente entregue e desnudei as minhas intimidades. Hoje, nestes recortes que compõem, Bagalamukthi - Dasa Mahavidya, acredito que poucos viajantes poderão apreender a essência do foi esta minha jornada. Já que quem a acompanhou de perto nada compreendeu e se omitiu. A intensidade da intimidade até agora exposta é profunda e não como aqui aparecer sem se mostrar, várias pessoas já me falaram pessoalmente que o que escrevi as remetiam a pensarem sobre si e suas dificuldades internas e externas, por isso era difícil até deixar um comentário simples ou apenas dizer um "oi". Não queriam ser identificadas de forma alguma publicamente com os temas ali postados.
09/07/08 POR BAGALA ÀS 12 H

TÍTULO : MAL - 1ª parte – apresentação

APRESENTANDO O MAL

"AQUELE QUE NÃO RECONHECE A PRESENÇA DO MAL EM SUAS AÇÕES, NUNCA ESTARÁ LIVRE PARA OPTAR PELO BEM" Roseli Montanari

Os momentos pós tsunamis existenciais, aquelas ondas que vem arrebatam a nossa existência, são cruciais e nem sempre dignos .

Nestes últimos tempos compreendi melhor o mal em mim, entendi as minhas explosões de ira , pouco compreendidas por meus alvos. E qual alvo da ira lá quer compreender o agressor? Impossível.

Não estou aqui a justificar meus atos e sim assumi-los. Sempre prezei pela transparência e sinceridade, e esta têm que ser levada até a última conseqüência, ou seja, assumir o mal que reside em nós. E o mal interior só é combatido quando o aceitamos publicamente e o revelamos.

Já falei dos ataques de meu serial killer interior, e sabem o porque o chamo assim? Porque o alvo dele é aquilo que mais amo! Mato o amor! Mais não o faço gratuitamente, nenhuma ação o é.

Vários foram os discursos que ouvi nestes últimos tempos sobre " boa e má " índole humana, entre eles : "Que as pessoas mudam de opinião....mais a índole delas não ."

Estranho, a índole não é inata, quanto a ser uma construção de valores morais e sociais, ela não está presente no animal selvagem...Então não é instintiva...instintivo é a preservação da vida e da espécie.

A criação da vida se manifesta em um sistema auto regulável , e nem sempre esta regulação é norteada pelos conceitos de mau e bem humanos.

O homem pertence a este sistema , está contido nele. Não governa, não o contém ou o controla.

E os valores sociais, religiosos alteraram-se muito durante a história da civilização humana , e se formos avaliarmos os conceitos de boa ou má índole do homem, durante percurso humano, veremos que os mesmo variam e se contradizem durante o desenrolar da história da civilização. O bem e o mal também é uma questão do referencial.

Não me vanglorio e nem me orgulho de minhas ações impulsivas e intempestivas dos últimos 15 dias , mais tenho a dizer : Se eu desferi um rajada de tiros em meus alvos , eles não foram realizados de emboscada e nem pelas costas.

Quem os recebeu sabe muito bem de onde vieram e quem os desferiu. O mesmo já não posso dizer das ações que provocaram a minha ira, sei que nem todas foram intencionais , muitas foram ações inconscientes , entretanto nem por isso elas doeram menos em mim.

Mais não estou aqui para falar e julgar a ação do serial killer de outros e sim para admitir a existência do meu.

Por hora é só .....tô cansada .....vou dormir

continua.......


10/07/09 POR BAGALA ÀS 21h30min

TÍTULO : MAL - 2ª PARTE - O SEUS SINAIS

Respiro e revejo estes últimos tempos e os enlaço às recordações passadas. Constato ser um momento em que espelho as minhas faces enrugadas e o meu corpo flácido. Revejo as velhas vivências incrustadas em minhas entranhas, visão que me enoja. Sempre esperamos e valorizamos o melhor em nós. Bem sei que tenho qualidades, a ética social, profissional e minha grande capacidade de perdoar. Conheço o perdão, porque já vivi demais, chorei demais, amei demais, errei demais, conheço a dimensão de meu amor e de meu ódio. E tenho buscado deter o mal que sempre se volta no fundo contra mim. Hoje, eu não mais o denomino de boicote, pois o vejo como autodestruição. Vejam bem, sou uma fumante inveterada, e mesmo assim já efetuei duas paradas, a primeira a pior delas, fiquei cinco anos sem fumar, na segunda vez dois anos. E afirmo na segunda vez simplesmente joguei o maço fora e nem se quer sofri. Diferente da primeira que o foi experimentar o inferno em vida. Na segunda vez voltei quando pintava a casa que morava, eu ia entregá-la, após a separação conjugal. Estava sozinha, falida e traída em todos os pactos verbais que havia efetuado com o ex-marido, ex-sócios, colegas de trabalho e a família. Quando fali e desenvolvi uma síndrome de pânico coligada ao um hipotireodismo que me assombravam na madrugada e me jogavam numa emergência hospitalar, confronto final com a minha impotência diante do controle sob minha vida.
Durante estes anos de re-construção interna e externa de meu mundo, fui ganhando força e dando a volta por cima de todo fracasso e humilhação pública daquela época. Alguns usariam a metáfora de renascer das cinzas, Fênix, balelas eu não renasci, sobrevivi.
Sobrevivi meio torta, pois não consigo admitir amar de novo. Entro em pânico quando cai a ficha que estou amando, e hoje faço pior, o objeto de meu amor nem precisa demonstrar algum interesse para expulsá-lo de minha vida. Basta-me perceber que meu coração insiste em querer amar e acabo cindindo e cometo uma "cagada" tão grande, que o sujeito a partir daí nem suporta me ver a sua frente.
O mal se revela em mim através do medo de amar e de ser rejeitada. A qualquer sinal de traição enlouqueço, acabando cindindo e a IRA apossa-se de meu corpo e simplesmente não consigo detê-la. Acabo destruindo tudo aquilo que prezo e que esteja ligado àquela situação. O meu pai costumava em vida, citar uma frase que me amedrontava muito desde de pequena (acredito hoje, que a frase expressava a sua mazelas de magoas vividas): " Para todo esperto na vida , existe um trouxa!" ..." E filho meu não tem que ser trouxa"!
Eu não queria ser um "trouxa", a partir ai me tornei muito inteligente, no entanto permanecia "trouxa" no coração. Há uma parte de mim muito saudável, esta denominada de trouxa no coração. Considero que é o melhor que existe em mim, e o que não me deixa desistir de encontrar saídas para as dificuldades e desejar viver feliz. Posso parecer "trouxa", mais acredito na felicidade!
O que concebo como felicidade, é fazer e estar com que amo, trabalhar, estudar, conhecer lugares e coisas novas desafiadoras. Ter liberdade!
Apesar de esse momento atual configurar-se por estar em uma ocupação que me é pouco prazerosa. Embora já estou buscando saídas para situação e poder transformá-la em um LUGAR DE PRAZER E CRIAÇÃO DO NOVO. Admito não ter competência para ser uma Diretora Clínica, detesto o lugar constituído do PODER, pelo simples fato de não saber o que fazer com ele.
A vida neste ano me colocou em confronto com aquela situação que descrevi acima, há 4 anos atrás, as mesmas pessoas que observaram e degustaram toda a humilhação daquela época, estão lá, e hoje sou eu que tenho o poder nas mãos.
Graças a não sei o que? Constato que não operei nenhuma vingança e isto me mostra que perdoei estas pessoas, pois elas não significam mais nada para mim.
E ainda bem continuo trouxa no coração! E integra entre o que sinto e faço!
Embora não fui integra neste dias com uma pessoa. Uma das únicas pessoas que não merecia foi alvo de minha ira. Em sua indignação, o meu ex-amigo me interroga: " Porque tenho que ser eu ao ouvir tudo isso?" .....As respostas que dei, um tanto afetado emocionalmente não foram integras. O que falei era meia verdade sentia-me abandonada em nossos pactos enquanto grupo de trabalho. Consigo entender que ele fez o que podia, conseguia e sentia, embora no fundo eu só necessitasse de seu ombro pra chorar e me refazer e não me sentir tão só desamparada e desnorteada. E agora sei que naquele momento ele não tinha para dar, era só isso, ele também precisava de um ombro.
A resposta completa, no entanto não foi expressa, pois não era consciente para mim.
Então respondo para mundo, uma forma de reparar e enfrentar o mal existente em mim, apenas. Não vejo campos possíveis para reparação com outros a não ser eu.
Então digo ao mundo, como se fosse para o ex-amigo, sei que dificilmente lerá este texto, pois não vem mais aos universos paralelos da Dasa Mahavidya. Outros irão ver e que tirem o proveito que desejarem deste texto -depoimento, para tanto faço a seguinte analogia para clarear os usos que podaram vir: " Os organismos vivos para sobreviver se alimentam de matéria inorgânica, matéria orgânica viva, morta e em decomposição, o que é uma condição de sua existência. Algumas pessoas pela própria condição interna de miséria existencial, já não consegue se alimentar na vida, desta forma não se arriscam a viver para não sofrer, permanecendo sedentos de prazer , então não lhe resta opção a não ser obter prazer através da dor e da vida do outro. Enfim alimentam-se de carniça! Diferente do reino animal , aonde os carniceiros são aqueles que tem a nobre função de limpar o ambiente em que habitam. Os carniceiros afetivos geram a discórdia, insuflam a desordem, promovem a dor, usam o que sabem sobre a vida do outro para manipular situações a seu favor.
Orgulho-me aliviada ao ver que meu serial killer não se alimenta de carniça.
Voltando, para Completar o que não foi dito:
"Eu falei a você tudo o que me magoava e o agredi em sua integridade pessoal , porque não queria admitir que o amava e estava muito difícil para mim deixar os espaços conjuntos de trabalho.
Ao tomar consciência que não via a situação sobre outra ótica, deixo claro que não estou falando de seus sentimentos quanto a minha pessoa. Aceito não ser correspondida neste amor. Falo aqui de toda conjectura instalada no grupo , da negação da perda de minha pessoa enquanto técnica , dentro das várias razões e intenções que movem esta negação a que mais me magoe foi a de me sentir traída , usada e manipulada. E em meu medo provenientes de feridas antigas e poucas cicatrizadas , eu conclui que você pensava e agia como aquelas pessoas.
Tenho claro agora, que sua ótica era outra, apenas considerava normal esta transição profissional, e o desenrolar de seu trabalho não havia sido afetado pela minha ausência , além de acreditar e investir em mim como Diretora Clínica.
Ao mesmo tempo em que você encontrava-se contrariado e desiludido com toda crise grupal instalada. As máscaras de todos vieram à baila, já não há aonde se esconder, é um momento critico. Difícil, pois ele nos tirou da acomodação e nos faz rever conceitos e imagens pré-concebidas, questionar quem e o que e para quem fazemos. Estagio dolorido, pois as técnicas e teorias já não nos servem de escudo. Vejo que teu movimento é olhar para tudo isso e reorganizar o seu lugar lá dentro, e apesar de compartilharmos da mesma visão critica desta crise, toda esta situação nos distanciou e eu simplesmente não suportei esta distancia. "
Ufa! Consegui falar!!
Devem estar pensando que confusão, mistura de sentimentos e papeis. Estar vivo é assim, afetado pela vida e pelas emoções e relações. Estas afetações não são o mal em si! O mal é perpetuação inconsciente delas, é a negação do que somos. Ao se revelarem estas afetações , clareamos os nossos estados e conseguimos compreender e aceitar não só a nós mesmos , mas ao outro também.
De forma geral navego bem por estas afetações e tenho mais compaixão pela “nossa miséria existencial “.
Estou aliviada descobri onde o mal está residindo, no meu medo de amar!
O Medo é tamanho que se transforma em Ira!
Encontro a chave que abre a minha prisão!

O espaço existente fora da minha prisão revela uma infinidade de relações, co-relações, eventos, experiências vividas passadas e presentes. Não consigo dizer e traduzir em palavra-texto a compreensão que absorvo de minha existência. Só uma sensação aperta o peito e vejo admirada e compadecida : "Quanta vida desperdiçada ....Melhor tarde do que nunca!
Compreendo melhor agora aqueles a quem cuido e que procuram os meus cuidados no NAPS, pois a estou sentido nas carnes. Definitivamente me torno apenas gente!
No entanto aumenta a compreensão da dimensão da responsabilidade do lugar que ocupo em minha vida seja ela nas esferas pessoais, bem como Diretora Clínica do NAPS. Tenho em minhas mãos a chave-potência de várias prisões.
Chave-potência = a magia do poder da realização.
Entendi a Noite do Poder da Paralisação de Dasa Mahavidya Bagalamukhi.
12/07/08 POR BAGALA ÀS 12:35 H

TÍTULO : MAL - 3ª PARTE - FACE-lamento
Metade (Oswaldo Montenegro)
Que a força do medo que tenho
Não me impeça de ver o que anseio
Que a morte de tudo em que acredito
Não me tape os ouvidos e a boca
Porque metade de mim é o que eu grito
Mas a outra metade é silêncio.
Que a música que ouço ao longe
Seja linda ainda que tristeza
Que a mulher que amo seja pra sempre amada
Mesmo que distante
Porque metade de mim é partida
Mas a outra metade é saudade.
Que as palavras que eu falo
Não sejam ouvidas como prece e nem repetidas com fervor
Apenas respeitadas como a única coisa
Que resta a um homem inundado de sentimentos
Porque metade de mim é o que ouço
Mas a outra metade é o que calo.
Que essa minha vontade de ir embora
se transforme na calma e na paz que eu mereço e que essa tensão que me corrói por dentro
Seja um dia recompensada
Porque metade de mim é o que penso
Mas a outra metade é um vulcão.
Que o medo da solidão se afaste
E que o convívio comigo mesmo se torne ao menos suportável
Que o espelho reflita em meu rosto num doce sorriso
Que eu me lembro ter dado na infância
porque metade de mim é a lembrança do que fui a outra metade não sei.
Que não seja preciso mais do que uma simples alegria pra me fazer aquietar o espírito
E que o teu silêncio me fale cada vez mais
Porque metade de mim é abrigo
Mas a outra metade é cansaço.
Que a arte nos aponte uma resposta mesmo que ela não saiba
E que ninguém a tente complicar
Porque é preciso simplicidade pra fazê-la florescer
Porque metade de mim é platéia
e a outra metade é canção.
E que a minha loucura seja perdoada
porque metade de mim é amor
e a outra metade também./em>
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APÓS POSTAR MEU TEXTO-DEPOIMENTO ADORMEÇO EM PAZ, E NOS SONHOS DA NOITE REVELAM AS FACES QUE DESNUDAREI A PARTIR DESTE "AGORA".
NÃO OLHEM ESTE DESFACELAMENTO DE MINHAS FACES COMO SINAL DE LAMENTO, OU PENSANDO BEM, SIM! E NO LAMENTO À FRENTE DESTE MURO QUE SOZINHA RECOMPONHO MEU COBERTOR DE RETALHOS.
AO DECIFRAR OS CÓDIGOS DE MEU SERIAL KILLER INTERIOR, A IRA PROVENIENTE DE MEU MEDO DE AMAR. DECIDO CONTINUAR ESTA JORNADA POR MEUS AMORES, DOS HOMENS QUE AMO E TAMBÉM DOS MEUS AMORES! DESTA FORMA EMPRESTAREI A VOZ DO POETA, OSWALDO MONTENEGRO.
METADE, POEMA QUE É O FUNDO MUSICAL DESTE BLOG,
QUE REVELA O MEU ATUAL SENTIR E PENSAR NO MUNDO. ELE REVELA E DÁ CONTINUIDADE A ESTA JORNADA DE IDENTIFICAR, ASSUMIR E INTEGRAR O MAL EM MINHA ESSÊNCIA.
COMO BEM REVELEI NO TEXTO ANTERIOR, ABRI AS PORTAS DE MINHA PRISÃO, MUITO DO QUE VI, NÃO CONSIGO DESCREVER, ENTÃO QUE AS MÚSICAS FALEM POR MIM.
É INTENCIONAL POSTAR OS VÍDEOS E AS LETRAS, É UMA FORMA QUE TENHO DE FALAR DO QUE SINTO E DE CONTAR MINHA HISTÓRIA DE MULHER E DE AMANTE.
SE UM POR UM ACASO, OBRA OCASIONAL DAS SINCRONICIDADE ENERGÉTICAS DESTE UNIVERSO, ALGUM HOMEM QUE AQUI ENTRAR E SE RECONHECER. NÃO SE MELINDRE! NÃO É MINHA INTENÇÃO INVADI-LOS PELA EXPOSIÇÃO PÚBLICA, AQUI NÃO CITAREI NOMES... TODOS NÓS ESTAREMOS COBERTOS PELO MANTO QUE ENCOBRE AS FACES, MAS NÃO AS CARNES.
AMANHEÇO SENHOURA DE MEU DIREITO DE AMAR...
O SENTIR É MEU E EM NADA ELE PODE FERIR O OUTRO.
NAMASTÊ
ROSE
-segue-
13/07/08 POR BAGALA ÀS 13 H

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