CANTÃO DE BORACEIA - FOTO ROSELI JAN/10 - AONDE RESIDE O MEU CORAÇÃO

O DASA MAHAVIDYA ENTRA NUM FLUXO DE REEDIÇÃO.AO RELER VÁRIOS ESCRITOS AQUI POSTADOS, FICO PASMA E ENVERGONHADA. TOMO CONSCIÊNCIA DA DIMENSÃO DE MINHAS FACETAS DE MULHER. ALGUMAS BRILHANTES , OUTRAS TENEBROSAS.ENFIM PRESERVO AS TENEBROSAS, POIS NINGUÉM FOGE DO QUE É. E QUEM SABE AO REMEXER NESTES CASTELOS DE AREIA, EU ENFIM CONSIGA SARAR AS MINHAS FERIDAS.



QUANDO ALGO DEIXA DE EXISTIR ....NÃO HÁ O QUE DESCREVER....RESTA A LEMBRANÇA....QUE CADA UM PRESERV

QUANDO ALGO DEIXA DE EXISTIR ....NÃO HÁ O QUE DESCREVER....RESTA A LEMBRANÇA....QUE CADA UM PRESERV

DASA MAHAVIDYA - KAMLA

O DASA MAHAVIDYA
livro de areia
atemporal
tal qual as minhas lembranças.

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

LIVRO DE AREIA - CAPITULO 14



Introdução
Hoje recebi este email de uma amiga, ela faz referencia a desconhecer o autor do texto.
Eu também o desconheço, embora suas idéias aqui postadas caem feito uma luva em minhas reflexões
“Tempo que Foge...

Contei meus anos e descobri que terei menos tempo para viver daqui para
frente
do que já vivi até agora.
Sinto-me como aquele menino que ganhou uma bacia de jabuticabas.
As primeiras, ele chupou displicente, mas percebendo que faltam poucas,
rói o
caroço.
Já não tenho tempo para lidar com mediocridades.
Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflados.
Não tolero gabolices.
Inquieto-me com invejosos tentando destruir quem eles admiram, cobiçando
seus
lugares, talentos e sorte.
Já não tenho tempo para projetos megalomaníacos.
Não participarei de conferências que estabelecem prazos fixos para
reverter a
miséria do mundo.
Não quero que me convidem para eventos de um fim de semana com a proposta
de
abalar o milênio.
Já não tenho tempo para reuniões intermináveis para discutir estatutos,
normas, procedimentos e regimentos internos.
Já não tenho tempo para administrar melindres de pessoas, que apesar da
idade
cronológica, são imaturos.
Não quero ver os ponteiros do relógio avançando em reuniões de
"confrontação", onde "tiramos fatos a limpo".
Detesto fazer acareação de desafetos que brigaram pelo majestoso cargo de
secretário do coral.
Lembrei-me agora de Mário de Andrade que afirmou: "as pessoas não debatem
conteúdos, apenas os rótulos".
Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos.
Sem muitas jabuticabas na bacia, quero viver ao lado de gente humana, muito
humana; que sabe rir de seus tropeços, não se encanta com triunfos, não
se
considera eleita para a "última hora"; não foge de sua mortalidade,
defende a
dignidade dos marginalizados, e deseja andar humildemente com Deus.
Caminhar perto delas nunca será perda de tempo.
Quero sentir o prazer de ter ao meu lado pessoas que sejam positivas, que
vibrem com a vida, que chorem, se desnudem, sejam frágeis de vez em
quando, mas
que sempre levantem e dêem a volta por cima...
Quero sentir a leveza dos sentimentos positivos, sentir o sorriso sem
pudor, a
gargalhada mais extravagante que deixa todo mundo ao lado contagiado, com
vontade de rir...
Quero a loucura dos amigos ensandecidos de paixão pela vida, das noites
mal
dormidas de tantos papos e risadas, da falta de assunto com tanto assunto
pra
colocar em dia sempre...
Quero tomar muitos banhos de chuva, andar descalça, pisar na terra, sentir
o
cheiro de mato, do mar da vida..........
Quero vocês a quem tanto amo do meu lado, todos os dias , por que isso sim
vale a pena, o resto é conversa.... “
Estes dois últimos dias , não foram muito bons!
O convívio cotidiano familiar , em conjunto ao reeditar os textos deste blog, tem provocado um redirecionamento de minha parte.
A raiva contida durante todo esse ano com o desrespeito a minha pessoa aflorou e saiu tudo em cima de minha sobrinha. Diante da sacanagem , ou de sua desorganização! Constatei que usa o cartão adicional que lhe presenteei há 2 anos atrás, e não paga as suas compras. Como pirei legal em 2008, apenas efetuava os pagamentos e não conferia as suas origens. Como bem disse a vida particular se desorganizou, só tinha energia para administrar aquela gestão e o meu consultório. A partir de julho , a minha avaliação é que pirei, algumas vezes chegava aos sábados e desmaiava de cansaço. Nem sei se pode definir que estava deprimida, não diagnostico assim. Cindi para poder levar aquelas tarefas adiante e tudo o que acontecia. Todos terão a oportunidade , inclusive eu de revê-la a partir dos textos postados daqueles dias.
Agora fica a constatação e os enlaces que faço de meus ressentimentos, o importante não foi o que gastou, embora me faça falta, e nem a devolução parcial do que gastou.
Foi a traição, pois negou ter efetuado a compra! A fatura do cartão de credito não mente! E se houve a clonagem do cartão, foi do dela pois as compras aparecessem em nome. As compras são em estabelecimentos próximas a nossa residência e comumente freqüentado por ela e seu namorado. Desconfio do uso, pois a sua reação diante da fatura foi de surpresa, o que me levou a pensar que ela disponibilizou para uso de outros.
Quando lhe falo claramente de minhas suspeitas, ela nega dizendo : “Cartão fica na casa de minha mãe e não da dele” ..
Ela passa mais tempo residindo com ele do que em sua casa.
Deixei claro que gostaria de ter o cartão de volta e dei prazo. Em contato telefônico com minha irmã, mãe dela, esta me diz : “Roseli eu nunca fiquei com este cartão!!!”
Mentiras e mais mentiras!!!!
Quando ela me devolve o cartão ontem , após alguns acontecimentos e brigas sérias entre ela e o namorado. Que pelo mínimo de respeito que lhe tenho não vou clarear.
Fico tomada de uma ira , esmago o cartão na sua cara . A ira era muita, e disse vou perdeu a minha confiança...Não quero mais saber de você...E tudo que aparecer você vai pagar...
Ela ficou irada me acusou de jogar na cara o que faço pelos outros , a ajuda que presto. E que eu também precisei na vida de ajuda. E que assim vou acabar sozinha na vida.
O que indigna é a cara de pau. Eu nos momentos em que seus pais não disponibilizaram nada , eu o fiz! E o que tenho agora de volta , mentiras e traição a minha confiança. Eu disponibilizei o cartão para ela confiando em sua hombridade e honestidade. E não para serem usado com outros , com a dificuldade de outros. Que não cumpre com o que faz!
Sei das dificuldades financeiras que atravessam, eu já tive dificuldades financeiras e não paguei pessoas. A diferença é que as pessoas sabiam que não tinha dinheiro para pagar . E quando foi possível saldei as dividas.
Não menti e nem trai a confiança.
A partir disso mudei, agora a minha generosidade irá ser seletiva. Quero que me retire de fiadora do Banco que tem bolsa estudo da faculdade. É problema de seus pais, que tem condições, pois tem dinheiro para trocar de carro todo ano, viajar , comprar moto. Segundo ela o pai não pode ser porque é autônomo é o Banco Caixa Econômico não aceitou.
Agora se tem língua para mentir, dissimular que o tenha para ir atrás de outros.
Os enlaces que faço é que a estrutura de minha família é igual ao local em que fui gestora. Razão porque permaneci tanto tempo lá. As leis de atração que criam as esferas de espaço e tempo é a mesma.
As dissimulações, encobrir as sujeiras embaixo do tapete, não se posicionar por covarde ou conveniência...etc...
Ao refletir sobre o texto , “tempo que foge”, vejo que devemos questionar qual leis de atração que compactuamos para ficarmos capturados em espaço-tempo não compartilhamos!
Pelas leis da relatividade , não existe tempo sem espaço, e eles são criados pela ação gravitacional, lei da atração. E ninguém orbita este espaço-tempo se não faz parte do sistema. Vejamos, o nosso sistema solar. Estrela, planetas e luas fazem parte da criação (existe ali um determinado espaço e tempo em existem) e qualquer objeto errante que por acaso adentrar este espaço será capturado pela sua gravidade. Alguns serão incorporados como novas luas, outros irão colidir com os astros. Outros transformaram em cometas , que ciclicamente orbitaram nosso sistema solar . Vide o Cometa de Halley, viaja por outros sistemas , podemos dizer que não pertence ao que configura as leis que regem os nossos espaços tempo. No entanto foi capturado pela lei da atração. De alguma forma pertence e compactuada com o clima, pois orbita temporariamente este espaço tempo. Então não adianta reclamar dele , ou criticá-lo. Permanecendo como espectador. Não existem espectadores!
Então se isto te incomoda e o critica e esta exausto com estas leis de atração, posicione . Vá embora , ou admita as tuas semelhanças.
Concluo que em minha família e no NAPS , estão repletos de cometas !
Agora vou iniciar pelo texto em falo indiretamente da época em que fui convidada para ser gestora do NAPS-II.
Neste texto não conto, que fiquei indecisa com a proposta. E que no ato do convite , questionei o porque do convite a minha pessoa e não aquém a vinha substituindo em suas férias, a resposta que obtive foi : “Roseli , antes de convidar “tal pessoa”, sempre consultei você primeiro e na realidade quem abriu as portas e oportunidade para essa pessoa me substituir nas férias sempre foi você . Você a indicou desde a primeira vez. Eu aceitei a sua indicação, pois esta pessoa estava tão desmotivada e só reclamava e pensei que talvez isto fosse um estimulo para voltar a ser compromissada com o serviço e voltar a desenvolver o seu potencial profissional. Então a minha escolha sempre foi você. E ela não tem estrutura emocional para enfrentar uma encarregatura técnica neste ano. O NAPS-II compara-se ao filho que não tive , e o nosso filho nós só entregamos a quem confiamos e sabemos que cuidará dele”.
Esta palavras foram o que fizeram refletir durante o final de semana, e escolher por mim, pois a minha dúvida era que trairia a amiga ao aceitar o cargo. Ela desejava tanto ele, já tinha corrido atrás de pessoas influentes para conseguir o cargo.
Em meus devaneios com Deus, fiz o seguinte acordo : “Aceito , mas não moverei uma palha para que a indicação seja efetivada...Deixo em suas mãos esta questão!....Se tiver que ser a minha missão ela virá as minhas mãos , sem que eu faço nada para isso”. (vale dizer que apesar da indicação da “ex-chefe” , os escalões do poder acima teriam que aprová-lo. E a competição estava acirrada em relação a esta questão).
Continuei com minhas férias até a primeira semana de março/08, sem nenhuma resposta efetiva. A minha portaria só foi sair no final de março.
Hoje, eu questiono se recebi um presente , ou cavalo de tróia. Embora a ex-encarregada já se desculpou comigo por tudo que passei nestes 2008. Referiu-se que queria apenas ir embora deixando tudo ajeitado, é só via esta possibilidade com a sua indicação.
Respeito muito a minha ex-chefe, apesar de sermos pessoas diferentes. Ela foi durante este período sempre porto seguro e um farol no meio a tanta tempestade.
A colega que competiu pela vaga comigo, durante a conversa em que esclareço que não fiz nada para obter a promoção. A mesma me diz que foi por merecimento e que estava tranqüila com a resolução.
Ela faz parte do grupo que mais boicotou o meu trabalho , muitas vezes atingindo com suas ações não só a mim e sim ao serviço.
E o que me resta concluir:
 Neste espaço tempo, não quero mais ser planeta e nem satélite, e muito menos cometa
 Mereço muito mais que isso... E não pertenço a estas leis gravitacionais.

Roseli T. Montanari
15/01/09

TÍTULO : O JULGAMENTO - "A LEI DO RETORNO" - " O QUE FAZER COM ELA"


Existe realmente "Um Dia Depois de Amanhã"
Leitores, não atoa que o título é este...remete-me ao filme do mesmo título.
Sentia-me a verdadeira sobrevivente do "Um Dia Depois de Amanhã"....completamente desnorteada no início....olhando os destroços...e após a catatonia inerente a toda tragédia comecei a traçar um caminho errante...caminhei pelo vale dos sem destino e lá permaneci um bom tempo...neste lugar não há amigos ...apenas sobrevivemos no nada.. alimentei-me da desesperança...e sem saber pra onde ir....sentindo nas vísceras que não poderei permanecer na proteção do nada....caminhei sem rota, destino ....na procura do sei lá ....topei com o vale das lamurias....e lá pedi abrigo....e aprendi as lamber as feridas me lamuriando ....assim aprendendo a costurar as entranhas e as peles com a compaixão... e lá fiquei por anos exposta nua e crua ...deixe-me ver em carne viva ...aprendi a não temer a exposição a suportar a critica ...sem nada esperar ...
aprendi a lamber meu corpo... sentindo e digerindo as secreções purulentas exaladas de minhas feridas ....ao sentir o gosto do pus pude humanizar-me... e ai perdi o medo de realmente lamber o outro...e degustei...metabolizei ...e ai apreendi o outro em mim ...meia torta cambaleante decide de novo seguir caminho...sem muito esperar ou saber..fui fixando residência em tribos ....eles nada pediam ...nada questionavam...
ofereciam água...comida...um canto quente...e aí fui ficando...aprendi a gratidão...e sem muito esperar ....comecei a retribuir...tecendo o que eles confeccionavam.....
Da dor...fui aprendendo...a respeitar....a amar...e ter compaixão...a me perdoar....
Os dias foram clareando...o sol aquecendo....a lua inebriando....e fixei residência ...não mais em vales ...não em tribos...mais em mim...e decidi permanecer..por amor...por paixão...por entrega....meio sem nada esperar ...eis que um deus alado adrenta o meu campo...o mensageiro traz contigo o antigo ...com a cara de novo....e convida-me a deixar o mundo dos mortos....convida-me a renascer...olho..avalio...e sem nada esperar ....aceito o convite..
não tenho medo...tenho que ir sozinha...nascer...morrer...renascer....trajeto solitário...não há como negar o convite...fiz por merecer...agora me escolho....sei lá ...o que me espera...a vida é assim... incógnita.... renascer....ressuscitar.... oportunidade de um devir....conjugado ao ontem....

Amigos a vida sem eu nada pedir defronta-me com o novo, e sei que não posso por medo negar as oportunidade que me chegam as minhas peles e desdobram-me .
Feliz pois sem saber a que terras navegarei de braços dados com o medo , estou entregue ao desconhecido.
A vida coloca-me em cheque-mate : Você ou o outro! E certa que honestamente escolho eu!
Esta escolha ,portadora da esperança, de quem no intimo mesmo desnorteada, nunca deixou de ter fé.
A fé e a força de crer, no desconhecido, a certeza remota de que haverá "Um dia após o amanhã" com as "Esperança do ontem".
Agarro-me a pontos .....na esperança do tecer de nossos traços ....rumos a trajetos... que nos levam da tragédia a comédia....da comédia ao romance ...do romance a ação....da ação a tragédia....da tragédia a ficção.... a ficção devaneio de desejos de devires ....que um dia poderão ser...

O êxtase momentâneo vem da certeza que ponto de mutação é o vislumbro de novos mundo
O que importa é que sinto-me viva...porque realmente tomei a decisão que posso: "Escolher a mim "...grande salto....a quem só via o outro...será que realmente via o outro?...ou via o espelho de meu "medo".
Namastê


20/02/08 – POR RÔ666 ÀS 20H
TÍTULO : CAZUZA - O TEMPO NÃO PARA

O TEMPO NOS ESCORRE PELAS MÃOS
ESTA SENSAÇÃO SÓ TEM QUEM TÁ REALMENTE VIVO
MERGULHADOS NA ALIENAÇÃO DE SOBREVIVER
DESMERECEMOS OS MARCADORES DO TEMPO/ESPAÇO
QUE LIMITAM OS NOSSOS ABRAÇOS, AFAGOS EBEIJOS
ALIENADOS AMAMOS MENOS
MULTILAMOS NOSSAS ENTREGAS
A MORTE SEMPRE NOS REMETE
AO ENCONTRO DE NOSSA FRAGIL
REAL EXISTÊNCIA
QUEM ESTAVA CONOSCO NUM SEGUNDO
NO OUTRO NÃO MAIS.
HÁ UM BEIJO
A SER DADO
UM ABRAÇO ABORTADO
UM EU TE AMO ENGASGADO.
UM TE QUERO PERDIDO
DESPERDICIOS....
DESPERDICIOS.....

NAMASTÊ

HOMENAGEM A SANDRINHA
QUE ME ENSINOU A PRECIOSIDADE
DA SINCERIDADE

ROSELI MONTANARI
21/02/08 POR RÔ666 – ÀS 22H

TÍTULO : SKANK - DOIS RIOS

A música sempre disse que a boca não articulava
Alguns pulsares são tão fortes, que a poesia pode traduzir o que o coração sente e alma almeja.
Assim são Dois Rios, nestes últimos tempos.
Tão sem direção !...Ao mesmo tempo tão certa!...De quem sou!...Do que sinto!...Do que desejo!...Do penso...do faço!...Do que amo!!!
Namastê
Rose
22/02/08 POR RÔ666 ÀS 22 H

TÍTULO : A Compaixão de Garuda

Na maravilhosa região de Kailas(montanha)- o Kailas sutil que não pode ser visto por olhos humanos comuns - estava situada a Morada de Shiva (divindade da Trindade Hindú - Deus da Destruição (transmutação).


Uma tarde, Vishnu ( divindade da Trindade Hindú - Deus da Preservação) foi visitar Shiva. Ele deixou seu veículo vivo, Garuda (ave mítica - metade ave metade homem), em frente ao grande arco natural que levava à morada de Shiva.


Garuda ficou pousado, sozinho, maravilhado pela grandeza do lugar- o físico e visível a todos. Os esplendores dos raios do sol poente tinham espalhado sete cores pelas brumas e neves que envolviam os picos elevados.


De repente, seus olhos caíram sobre uma bela criatura, um pequenino pássaro pousado no arco de pedra. "Como é maravilhosa esta criação! Aquele que fez este gingantesco Himalaia, fez este minúsculo pássato - e ambos parecem igualmente magníficos!", pensou.


Justamente então, Yama, a Deidade que preside o Destino e a Morte, ia entrando no arco, talvez com a intenção de ter um "Darshan" de Shiva. Quando ele ia passar para o outro lado do arco, seus olhos caíram sobre o pássaro, encaminhando-o atentamente. Suas sobrancelhas se ergueram. Então, desviou o olhar e desapareceu por trás do arco.


Garuda, que estava observando a cena, disse para si mesmo: "Yama, quando olha desse jeito, só pode significar uma coisa : o tempo da ave findou! Talvez quando voltar ele leve sua alma embora!"


O coração de Garuda estava cheio de pena pelo pássaro. Ele queria salvá-lo da morte iminente. Mas disse: " As leis do Destino estão trabalhando. Não é de minha conta interferir nelas!"


Um minuto se passou. Garuda sentiu que suas emoções não estavam pacificadas. "Se eu posso salvar o pássaro, porque não devo fazê-lo?", ele se censurou. No momento seguinte, uma outra voz disse-lhe: "Este é meu impulso egoísta. Quem sou eu para salvar alguém?" De repente, ouviu uma voz sutil , falando de suas profundezas: " No momento, não estou certo se a sabedoria está em agir ou não agir. Suplico que, o que quer que faça neste estado de incerteza, se torne pare do esquema total Providencial. A Ti , meu Senhor, ofereço minhas emoções e ações!"


A seguir, apanhou o pássaro e, com a velocidade de um raio, desceu até Dandakaraya e colocou-o sobre uma rocha, ao lado de um regato. Retornou então a Kailas e esperou por Vishnu. Porém Yama saiu mais cedo e, ao ver Garuda, sorriu-lhe. Garuda cumprimentou o deus e disse:


"Posso lhe fazer uma pergunta? Quando estava entrando, você viu um pássaro pousado no arco e, por minuto, ficou pensativo. Por que?


"Oh! Já tinha esquecido tudo. Bem, quando meus olhos pousaram nele, vi que ia morrer em poucos minutos devorado por uma gigantesca serpente, lá longe em Dandakaranya, perto de um riacho. Fiquei imaginando como este minúsculo pássaro poderia cobrir esta enorme distância em tão curto tempo . Depois esqueci tudo, Certamente deve ter acontecido de algum modo. Era hora para essa pequenina criatura nascer de novo."


Yama sorriu e foi embora. Será que ele sabia do papel desempenhado por Garuda neste incidente? Não sabemos. Mas Garuda ficou aturdido. A principio, em dúvida se devia ficar triste ou feliz, logo transcendeu a necessidade de permanecer em tal estado de mente e disse:


"Oh! Senhor, sou um veículo Teu! Que eu permaneça Teu veículo, tanto na ação quanto na inação."


E voltou a seu ânimo de equanimidade iluminada.


Conto extraído do Livro de "Histórias da Índia antiga" - recontadas por MANOJ DAS - Editora Shakti


Gosto da simplicidade aparente dos contos hindus, o simples contém as facetas da sabedoria, a cada olhar devela-se uma face. A verdade é um ponto de vista, de nossa acuidade visual momentânea.


Ao folhear as páginas deste livro , em meio ao marasmo deste sábado aquoso, ao som da tempestade sob o tedo zinco, deparo-me com a Compaixão de Garuda. Como ler e não remeter a mensagem as minhas ações cotidianas, de um olhar viciado sobre o "si mesmo"! Mais sou assim, antes de ver as ações do outro ...olho pra minhas. No fundo vemos o mundo segundo os nossos sentidos.


Hoje , e não sei amanhã, o tema do conto remonta sobre a entrega. Não importa as tramas do destino, este definido como fatalista ou um emaranhado de teias de ações múltiplas e sistêmicas.


Afora os nossos desejos onipotentes ou impotentes diante do curso da vida , meras vaidades de nossa fragilidade humana, nos resta a potência de nossos sentimentos entregue em nossas ações ou inações . A paz não nasce da certeza de que escolhemos o certo, ou melhor, o dever!


A nossa potência na vida está na entrega aos nosso sentidos . A conjugação harmônica de nossos pensamentos , sentimentos , emoções , ações e inações . E creiam a não ação também é uma ação!


E quem sabe ao lerem este conto , decidam repartir o que ele lhes despertou!


Namastê


Rose







23/02/08 POR RÔ66 – 16H28MIN

ENCERRO POR AQUI E COM AS REFLEXÕES POSSÍVEIS DO CONTO ACIMA .
E QUEM SABE ! COMO TERIA SIDO DIFERENTE ! ALGUMAS CONFUNDIMOS E INTERFEREIMOS AONDE NÃO DEVIA! E MESMO ASSIM RECRIAMOS NOVAS POSSIBILIDADES.
VOLTO MAIS TARDE.
14/01/09

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