DASA MAHAVIDYA: LIVRO DE AREIA

LIVRO DE AREIA - PARTE 19

PÔR DO SOL NA PRAIA DE BORACÉIA (QUEM CONHECE MEUS QUADROS SABE QUE É UMA PAISAGEM QUE SEMPRE RETRATO - ESTA PRAIA É O LOCAL AONDE NA INFÂNCIA ATÉ ADOLESCÊNCIA PASSAVA AS FÉRIAS COM A MINHA FAMÍLIA - E É LÁ NO CANTÃO DE BORACÉIA QUE PLANTEI MEU CORAÇÃO)

INTRODUÇÃO:
ABAIXO APRESENTO TRECHOS DA INTRODUÇÃO DO LIVRO A FUNÇÃO DE ORGASMO DE REICH.
COMO BEM SABEM NÃO COSTUMO FALAR DE TEORIAS DESPROVIDAS E DESCONECTADAS COM A MINHA EXPERIÊNCIA PROFISSIONAL E INTIMA.
CONTUDO DIANTE DO NÍVEL DE AFETAÇÃO NESTAS ÚLTIMAS HORAS PROCUREI ABRIGO NO CIENTISTA QUE APROFUNDOU O ENTENDIMENTO DAS CHAGAS EMOCIONAIS QUE CONTAMINAM AS RELAÇÕES DE GRUPOS .
EXPERIMENTO O SEU COLO ACOLHEDOR E TÃO ESCLARECEDOR E DECIDI COMPARTILHAR UM POUCO DESTE GRANDE HOMEM COM VOCÊS.
NAMASTÊ
ROSELI
" Este livro compreende o meu trabalho médico e científico no organismo vivo ao longo dos últimos vinte anos. Não era, a princípio, destinado à publicação. Assim, não hesitei em exprimir o que, no caso contrário, poderia ter omitido, com vistas a considerações materiais, à boa reputação no sentido geral da palavra, e a alguma correntes de pensamento ainda indecisas.......
O tema "sexualidade" atravessa realmente todos os campos científicos de pesquisa. No fenômeno central, o orgasmo sexual, nos deparamos com questões derivadas do campo da psicologia tanto quanto do campo da fisiologia, do campo da biologia não menos do campo do da sociologia. A ciência natural oferece apenas outro campo de pesquisa igualmente bem aparelhado para mostrar a unidade fundamental de tudo quanto vive, e para proteger contra limitação e a especializações fragmentadoras. ........
O método funcional de pesquisa atua como uma bússola em uma região estranha. Não conheço nenhuma prova mais clara da validade da teoria de economia sexual do que a circunstância de que a "potência orgástica", descoberta em 1922, elemento mais importante de economia sexual, levou à descoberta do reflexo orgástico (1935) e da radiação orgonal (1939).......
Há certas vantagens em escrever biografias científicas nos anos da juventude. Algumas ilusões que ainda se têm nesse período, principalmente a de que a opinião pública está preparada para aceitar critérios revolucionários, tornam o indivíduo apto a aferrar-se aos fatos básicos, a resistir às múltiplas tentações de fazer acordos à complacência intelectual, à paz de espírito, ou à aprovação do mundo......
Foi só com grande esforço que consegui estabelecer o termo economia sexual. Este conceito pretende abarcar um novo campo científico: a investigação da energia biopsiquica. De acordo com a visão corrente da vida, sexualidade é um termo ofensivo. É muito tentador negar completamente a sua importância para a vida humana. Será necessário, sem dúvida, o trabalho de muitas gerações antes que a sexualidade seja levada sério pela ciência oficial e pelos leigos; não o será provavelmente antes que as questões sociais de vida e da morte atirem sob nós a absoluta necessidade de compreender e de dominar os processos sexuais, livres de repressões sociais. Uma das questões é o câncer; a outra é a chaga psíquica que dá origem às ditaduras.....
A teoria da economia sexual e a sua investigação dos fenômenos da vida podem ser definidas em poucas palavras. A saúde psíquica depende da potência orgástica, i.e.,do ponto até o qual o individuo pode entregar-se, e pode experimentar o clímax de excitação no ato sexual natural. Baseia-se na atitude de cunho não neurótico da capacidade do indivíduo para o amor. As enfermidades psíquicas são o resultado de uma perturbação da capacidade natural de amar. No caso da impotência orgástica, de que sofre a esmagadora maioria, ocorre um bloqueio de energia biológica, e esse bloqueio se torna fonte de ações irracionais. A condição essencial para curar perturbações psíquicas é o restabelecimento da capacidade natural de amar. Depende tanto de condições sociais quanto de condições psíquicas.
As enfermidades psíquicas são a conseqüência do caos sexual da sociedade. Durante milhares de anos, esse caos tem tido a função de sujeitar psiquicamente o homem às condições dominantes de existência e de interiorizar a dinâmica externa da vida. Tem ajudado a efetuar a ancoragem psíquica de uma civilização mecanizada e autoritária, tornando o homem incapaz de agir independentemente.
as energias vitais regulam-se a si mesma naturalmente, sem qualquer obrigação compulsiva ou moralidade compulsiva - ambas , sinais certos da existência de impulsos anti-sociais. as ações anti-sociais são a expressão de impulsos secundários. Esses impulsos são produzidos pela supressão da vida natural, e estão em contradição com a sexualidade natural.
Os indivíduos criados com uma atitude negativa diante da vida e do sexo contraem uma ânsia de prazer, fisiologicamente apoiada em espasmos musculares crônicos. Essa ânsia neurótica de prazer é a base na qual certas concepções de vida, negadoras da vida e produtoras de ditadores, são reproduzidas pelos próprios povos. É a própria essência do medo de um modo de vida independente, orientado para a liberdade. Esse medo se torna a mais significativa fonte de força para qualquer forma de reação política, e para a sujeição da maioria dos homens e mulheres que trabalham a indivíduos ou grupos. É um medo biofisiológico, e constitui o problema central do campo psicossomático de investigação das funções vitais involuntárias, que um neurótico pode experimentar apenas de um modo misterioso e assustador.
A estrutura do caráter do homem moderno, que reflete uma cultura patriarcal e autoritária de seis mil anos, é tipificada por um encouraçamento do caráter contra a sua própria natureza interior e contra a miséria social que o rodeia. Essa couraça do caráter é a base do isolamento, da indigência, do desejo de autoridade, do medo à responsabilidade, do anseio místico, da miséria sexual e da revolta neuroticamente impotente, assim como de uma condescendência patológica.
O homem alienou-se a si mesmo da vida, e cresceu hostil a ela. Essa alienação não é de origem biológica, mas é socioeconômica. Não se encontram nos estágios da história humana anteriores ao desenvolvimento do patriarcado.
O prazer natural do trabalho e da atividade tem sido substituído pelo dever compulsivo. a estrutura média da maioria das pessoas transformou-se me uma estrutura marcada pela impotência e pelo medo à vida. Essa estrutura distorcida não apenas constitui a base biológica das ditaduras partidárias: torna possível a essas ditaduras o justificar-se evidenciando certas atitudes humanas como irresponsabilidade e a infantilidade. A catástrofe internacional que estamos vivendo é a conseqüência última dessa alienação da vida.
A formação das massas no sentido de serem cegamente obedientes à autoridade se deve não ao amor parental, mas à autoridade da família. A supressão da sexualidade nas crianças pequenas e nos adolescentes é a principal maneira de conseguir essa obediência.
Natureza e cultura, instinto e moralidade, sexualidade e realização tornam-se incompatíveis, como resultado da cisão na estrutura humana. a unidade e congruência de cultura e natureza, trabalho e amor, moralidade e sexualidade - desejada desde tempos imemoriais - continuará a ser um sonho enquanto o homem continuar a condenar a exigência biológica da satisfação sexual natural (orgástica) . A democracia verdadeira ,e a liberdade baseadas na consciência e responsabilidade estão também condenadas a permanecer como uma ilusão, até que essa exigência seja satisfeita. Uma situação sem remédio às condições sociais caóticas continuará a caracterizar a existência humana. Prevalecerá a destruição da vida pela educação coerciva e pela guerra.....
A causa imediata de muitos males assoladores pode ser determinada pelo fato de que o homem é a única espécie que não satisfaz à lei natural da sexualidade. A morte de milhões de pessoas na guerra é o resultado de manifesta negação social da vida. Essa negação, por sua vez, é expressão e conseqüência de perturbações psíquicas e somáticas da atividade vital. ...
Supressão sexual,, rigidez biológica, moralismo e ascetismo não estão confinados a certas classes ou camadas da população. Encontram-se me toda parte.
Os poderes sociais, exercidos pelo povo, através do povo, e pares ao povo, produzido pelo amor natural à vida e pelo respeito ao trabalho executado, seria invencível. Entretanto, esse poder pressupõe que as massas trabalhadoras se tornem psiquicamente independentes e capazes de assumir a responsabilidade total pela existência social, e de determinar racionalmente a sua própria vida. O que impede isso de acontecer é a neurose psíquica da multidão, neurose coletiva e o irracionalismo na vida social, e para efetuar uma verdadeira higiene mental, é necessária uma estrutura social que deve, antes de tudo, eliminar a miséria material, e salvaguardar o livre desenvolvimento das energias vitais em cada um e em todos os homens. Essa estrutura social só pode ser a verdadeira democracia.
Entretanto, a verdadeira democracia não é uma condição de "liberdade" que possa ser oferecida, concedida ou garantida a um grupo populacional por um governo eleito ou totalitário. a verdadeira democracia é um processo longo e difícil, no qual o povo, protegido social e legalmente , tem todas as possibilidades de se exercer a si mesmo na administração da sua conduta social, individual e vital, e de progredir em direção a todas as formas melhores de vida. Em suma, a verdadeira democracia não é uma manifestação acabada que, como certos anciãos, goze o seu glorioso passado de lutas. É, antes, um processo de luta incessante com os problemas de desenvolvimento ininterrupto de novas idéias, de novas descobertas e de novas formas de vida. O desenvolvimento será contínuo e impossível de ser rompido somente quando o antiquado e senil que desempenhou o seu papel em um estágio anterior do desenvolvimento democrático, for suficientemente lúcido para dar ligar ao jovem e novo em vez de reprimi-lo apelando para dignidade, ou para a autoridade convencional......
O nosso mundo, na verdade, se tornou desconjuntado. Não importa, porém, a maneira como as sangrentas lutas do presente ensombrassem os séculos vindouros, permanece o fato de que a ciência da vida é mais poderosa que a tirania e que todas as formas de negação da vida. Foi Galileu, não Nero, quem assentou os fundamentos da tecnologia; Pasteur, e não Napoleão, quem combateu as enfermidades; Freud e não Schickgruber, quem sondou as profundidades psíquicas, Foram esses cientistas, em suma, que asseguraram a nossa existência, Os outros apenas abusou das realizações de grandes homens para destruir o processo vital. As raízes da ciência natural penetram mais fundo que qualquer transitório tumulto fascista.

Wilhelm Reich
Nova York
Novembro de 1940.

TÍTULO: PESTE EMOCIONAL - PARTE 2
Neste instante limitada pelo esvaziamento de tantos afetos.
Sinto a teia-mandala dos enlaces de minha existência, toda desfeita diante dos meus pés.
Um emaranhado de linhas, texturas, volumes e cores.
Estática, fico a observar e desprovida de forças para iniciar o novo tecer.
Com as pontas iniciais nas mãos e munidas das agulhas, fico a indagar?
O que compor? Não quero incorrer em confeccionar o antigo.!
E bem sei que só conheço os antigos enlaçar. Como compor outra teia-mandalica?
Criar a partir do antigo... Um novo?
Como curar as chagas da peste?
Se estivermos tão mergulhados em suas leis de ação?
Não sei? Sinceramente não sei?
Tentando ver além das minhas mazelas, ou estou tentando sinceramente!
A maior a ação da peste é que ela nos cega, nos bestifica!
Impotente diante do que fazer! E sedenta de vida!
Rogo a ti! E quando não temos o que fazer, somente clamamos por ti!
Um ti que nomeamos o que não pode ser nomeado!
Sabe curar chagas é ganhar uma nova chaga!
A chaga da solidão!
Como é viver com as cicatrizes, marcas de antigas feridas!
Num mundo infectado! Seria menos só , se permanece ferida?
Perdida em minha solidão. Lambendo algumas cicatrizes e feridas abertas.
Parece que não rogo sozinho. E a voz amiga ,corajosa e franca do meu amigo soa.
Urge que eu aprenda como compor o novo a partir do antigo.
Namastê,
A coragem de assumir e lamber as próprias feridas.
Rose
26/04/09 POR 666 ÀS 23H

TÍTULO : Neste instante limitada pelo esvaziamento de tantos afetos
NÃO ESTRANHE AMIGOS PASSEI 4 HORAS A ESCREVER ESTE TEXTO E AGORA VOLTA AQUI DUAS HORAS DEPOIS E NADA ENCONTRO... NÃO SEI O QUE ACONTECEU.
NÃO HÁ COMO RESGATÁ-LO!!!
DEIXO, PORÉM ESTE ESPAÇO EM ABERTO...POIS LEVEI UMA SEMANA PARA ESCREVÊ-LO E ELE CONTINHA O DESFECHO DO CHAMO DE MEU NÓ EXISTENCIAL "EXISTIR".
E ELE DESAPARECE....IRÔNICO NÃO.
CONCLUO O IMPORTANTE NÃO É QUE ELE EXISTA PARA VOCÊS.
ELE EXISTE PARA MIM!
NAMASTÊ
RÔ 29/04/09
COMENTÁRIO : 17/01/09
QUASE UM ANO APÓS, ACREDITO QUE POSSA RESGATAR NO MEU INTERiOR O QUE ESCREVI NAQUELES DIAS .
E A RESPONSÁVEL POR TAL LEMBRANÇA É MINHA MÃE, RESGATA NOVAMENTE AS HISTÓRIAS DE MEU NASCIMENTO! GRATA, APESAR D IRRITAÇÃO QUE CAUSA!
As COMPOSIÇÕES PROVAVELMENTE SERÃO ACRESCIDAS DE NOVOS VALORES e ACHADOS.
O QUE MAIS ME MACHUCAVA NA ÉPOCA EM QUE ESCREVI ESTE TEXTO FOI A QUESTÃO DA NEGAÇÃO DE MINHA IDENTIDADE. NAQUELES DIAS SIMPLESMENTE NÃO SUPORTAVA CONSTATAR QUE A EQUIPE SIMPLESMENTE ESQUECIA DA ROSELI TÉCNICA E AMIGA DE 12 ANOS E ME APENAS COMO SUA CHEFA. LEMBRO-ME QUE DÓI A AOS OUVIDOS QUANDO PESSOAS QUE CHAMAVAM DE RÔ MUDAVAM PARA CHEFINHA , EMBORA TINHA CUNHO CARINHOSO. AQUILO ME IRRITAVA.
ENTENDO PERFEITAMENTE QUE TAL NEGAÇÃO IRIA MESMO ACONTECER DENTRO DAQUELE SISTEMA! ALGUNS ESTAVAM SEDENTOS POR MUDANÇAS, E OUTROS SE ROÍAM DE INVEJA DA POSIÇÃO QUE ASSUMIA.
UMA EQUIPE QUE NEGAVA A PRÓPRIA VOZ, E PERMITIA SER CALADA, NÃO TEM MATURIDADE PARA ELABORAR A MORTE.
VISUALIZO NESTE INSTANTE O QUE OCORRER LÁ NO NAPS. A PAZ APARENTEMENTE VOLTOU!
AS REUNIÕES DEVEM ACONTECER MAIS OU MENOS EM PAZ . AS PESSOAS DEVEM TOMAR RESOLUÇÕES CONDUÇÕES NOS CASOS CLÍNICOS DENTRO DAS REUNIÕES. E COMO É DE PRAXE NÃO IRÃO FAZÊ-LO NO CONCRETO. PORÉM O DISCURSO É DE ALTO NÍVEL INTELECTUAL E TEÓRICO E TÉCNICO.
PROVAVELMENTE QUEM INVEJOU E CONTINUOU DESEJANDO TANTO O MEU CARGO, TRAMANDO BOICOTES AO SERVIÇO, MANIPULANDO PESSOAS E USUÁRIOS. JÁ ASSUMI ARES DE CHEFE. ANTES MESMO DE EU SER DEPOSTA, E TENDO OUTRA PESSOA QUE DEIXEI EM MEU LUGAR. ALGUNS DA EQUIPE ASSISTEM A ISTO DE CAMAROTE, AS FOFOCAS CORREM SOLTAS NOS CORREDORES. OUTRAS JÁ SE ARTICULAM EM PARCERIAS PARA GARANTIR SUAS REGALIAS E VER SE NOVO DEVIR .
SOU CAPAZ DE REPRODUZIR O DISCURSO DA COLEGA: “ FOI DEUS QUE PREPAROU ISTO PARA MIM, É POR JUSTIÇA. ELE ME POUPOU DE ASSUMIR NO ANO PASSADO , POIS AGORA CORRERIA O RISCO DE PERDER O CARGO” ...” É A JUSTIÇA DE DEUS”. AMIGOS, JÁ OUVI MUITO DOS ALIENADOS E FANÁTICOS RELIGIOSOS SE REFERIREM AS AÇÕES DE DEUS DESTA FORMA. RIDÍCULO, NÃO É! ESTAS PESSOAS QUE ANDAM COM A BÍBLIA DE DEBAIXO DO SOVACO NÃO CONSEGUEM CONSTATAR QUE TAIS PALAVRAS AGRIDEM UM DOS MANDAMENTOS : “NÃO USARÁ O MEU DE DEUS EM VÃO “.
POR OUTRO LADO, O CONFLITO DEVE FERVER NOS CORREDORES. CONFLITOS ENTRE AQUELES QUE TRABALHAM, LEVANDO O NAPS NA COSTAS, ENQUANTO OUTROS SE DELEITAM EM CAFEZINHOS E MEXERICOS INTERMINÁVEIS... FAZENDO O HORÁRIO QUE BEM ENTENDEM E EXECUTANDO GRUPOS QUE MAIS PARECEM RELÍQUIAS DO PASSADO: OCUPANDO O TEMPO DOS USUÁRIOS DENTRO DO NAPS. NÃO ERA ESSE O TRABALHO REALIZADO NOS MANICÔMIOS: “GRUPOS DE OCUPAÇÃO DE FAZER CINZEIROS, BORDADOS, TRICÔ, MONTAR “COISAS”, E DEIXÁ-LAS ENTULHADAS NOS ARMÁRIOS, ESTOCADAS E PERDIDAS PELO MANICÔMIO. E O QUE FOSSE DE BOA QUALIDADE E/OU NECESSÁRIO ERA FURTADO PELOS TRABALHADORES DA INSTITUIÇÃO! “
VOLTEMOS A MIM E AOS MEUS INSIGHTS:
Na realidade sou ciente , embora nunca descobri o porque ocupo este lugar dentro do meu sistema familiar, mas minha pauta é da não existência . Existir para o outro.
Nesta etapa de minha vida estou mais solitária do que nunca, aqueles que me reconheciam enquanto individualidades encontram-se mortos! Meu avô, minha avó e meu pai. Deles eu era a neta predileta, a filha predileta. Amigo nada é para sempre!
Isto me faz entender o porquê me envolvo em romances turbulentos e extremamente complicados e carregados de paixões. É só assim que consigo sentir-me amada, nas fortes emoções e predileções. Do contrário não sinto que sou amada, ou existo. É a ação dos cuidados carregados de amor que estrutura a identidade pessoal. Nas esferas da normalidade eu não consigo sentir, e me remete as esferas da não existência.
O que marcou a minha forma de amor e de entrega na vida. As emoções pulsando muito forte conseguem romper os bloqueios da não existência. E deve ser por isso que não consigo envolver-me pela metade, estou inteira numa dada situação ou não estou. Esta forma de existir no mundo é muito dolorida dentro de como se configura o sistema de nossa sociedade.
Não sei o que ocorreu durante a minha gestação, algo de muito grave, pois o meu parto foi difícil, contam-me : -“Havia rompido a bolsa e fui para o hospital (detalhe residiam no município de Santo André e o Hospital para onde foram era na Capital de São Paulo no bairro da Lapa) havia dilatação, mais você não nascia.”
O ginecologista e obstetra não se encontrava no hospital e não conseguiam localizá-lo. Corria risco de vida , e ai foi feita uma promessa à São Judas Tadeu, se eu sobrevivesse levaria o nome dele. Por isso meu nome é composto: Roseli Tadeu! Um nome andrógino!
Como não localizam o médico, provavelmente o plantonista estagiário se ofereceu para o parto, conclusão que tiro do relato : “ Um médico muito bonito veio e disse : - Se a Senhoura aceitar eu faço o parto , não sou o Dr. Ibraim , mas me comparam a ele . E a cabeça do bebê está apontando para nascer. Olha é uma menina e muito bonita. Senhora este é o primeiro parto que realizo ! ”
Energeticamente a pauta que desenha a nossa chegada a esta esfera existencial de alguma nos acompanha durante a nossa vida.
Durante a minha formação na técnica de renascimento, este tema apareceu em vários trabalhos terapêuticos. Realmente, durante o processo de renascimento, a sensação de não querer nascer era muito forte. Outra sensação era a falta de força nas pernas , não tinha força para empurrar! Nestes processos tão regressivos, primários, só conseguimos ter ciência do clima afetivo e não dos porquês. Os processos secundários não existem ainda.
Outro evento relatado de ocorrências durante os meus primeiros anos de vida são:
 Aos nove meses inicio a andar , não engatinho, pulo uma etapa do desenvolvimento. Fico hoje a questionar: - Qual a ânsia, desejo, ou desespero por ir adiante? Sair andando me remete ao desejo de sair de uma situação o mais rápido possível!
Agora, ao relatar este evento vem a mente os sentimentos internos, que me acompanham de querer ir embora e não conseguir.
 Logo após começar andar fico muito doente. Segundo os relatos, começo a recusar a alimentação, tenho um de vomito e diarréia grave e sou internada. Fico hospitalizada durante um mês . A minha avó fica comigo no hospital, pois a minha mãe estava grávida de meu irmão. Contam-me que corri sérios riscos de vida e que o quadro de desnutrição foi tão grave que tive que receber transfusão de sangue . Meu pai foi o doador de sangue. E assim como parei de me alimentar e eu retorno e o quadro de diarréia desaparece.
Existe um mal resolvido entre eu e minha mãe, sempre houve. Ela simplesmente não me escuta. Ela me pergunta como estou e eu respondo! E a resposta é falar do outro!Exemplos de situações destes últimos dia:
 ” - Rose sabe a tua irmã falou ao telefone, que lá onde reside o temporal está forte , e aqui foi só cai uma chuvinha. “ Respondo:- Graças a Deus, pois se caísse um temporal aqui, corre o risco inundar a minha sala no consultório, no ultimo temporal escorria água pela parede “. Ela responde : “- Chove forte na região que a tua irmã morra, ela disse que em Mauá alagou algumas regiões”.E nossa conserva se encera por ai.
 “- Rose você viu como está indo depressão a construção do prédio aqui em frente. Está indo tão rápido. E como está indo a construção do prédio do teu apartamento.” Respondo : “- Eu nem fui ver, me dá uma tristeza, pois com estas mudanças na prefeitura não sei se terei condições de guardar o dinheiro da entrada das chaves “ . Ela Responde: “- Nossa como eles consegue hoje me dia construir tão rápido. “
Os exemplos falam por si, e sempre foi assim. É certo que a minha mãe cresceu dentro de uma grande alienação. Até eu ter 18 anos ela era praticamente cega, sendo extremamente dependente de meu pai e minha avó. Só após os recursos de cirurgia a laser, conseguiu aumentar a sua acuidade visual . Sofria de uma doença visual, catara congênitas.
 O meu avô era alcoólatra, na época em que nasci deveria estar nos últimos estágios da doença, já sofria de cirrose hepática. Durante toda a minha infância e adolescência fizeram questão de contar-me a seguinte história. É lógico que não deve ter acontecido exatamente assim, elas sofrem o crivo ótico do narrador. A história é a seguinte: “ Quando tinha por volta dos dois anos de idade , ele encontrava-se moribundo, e nas últimas horas de vida pediu para me segura em seus braços. Contam que ele me segurou tão forte , abraçando-me que eles não conseguiram me retirar de lá e que fiquei abraçada a ele a noite toda. Quando o médico chegou em casa questionou que não era saudável emocionalmente para uma criança ficar tão perto de uma pessoa que estava morrendo. E me retirou de seus braços. O meu avô morreu pouco depois. “ Foi o meu terceiro contato com a morte.
 A lembrança que vou relatar agora é vivida em minha mente, embora nunca conseguisse conectar-me ao sentimento vivido naquele dia. Tinha cinco anos, e não sei as razões, mas havia a necessidade de exumação do corpo de meu avô e a retirada dele do jazigo e passá-lo para outro tumulo. Provavelmente o jazigo recentemente comprado pela família. Ele é o jazigo onde todos de nossa família estão sepultados hoje. Agora o porquê que toda a família inclusive as crianças deveriam presenciar tal evento! Não sei o que avalio é a inadequação total desta ação! Quando os coveiros abriram o caixão eles tomaram um susto e saíram da cova e se recusavam a efetuar o serviço. Todos os adultos à volta estavam estupefatos, os comentários a volta era que ele estava “inteiro” ainda. É fato, que as minhas lembranças se misturam as histórias contadas posteriormente. O meu tio afasta as crianças: eu , minha irmã mais velha, meu irmão e a minha irmã caçula ( que era um bebe de colo , talvez tivesse uns seis meses de idade ). Observo os comentários e atitude de meu pai. Ele desce a cova e ajuda a retirarem o meu avô de lá. De longe observo o corpo de meu avô ser colocado em carriola e ser transportado para o seu novo sepulcro. Talvez em razão de ter de ir caixa de ossos, sei lá, seu corpo teve que serrado ao meio para ser dobrado e ser acomodado lá. Isto é a lembrança que tenho. O horror proveniente dela, nunca eu senti! Entretanto desenvolvi uma fobia pela morte, que me assombrou durante anos, em sonhos e em traços fóbicos diversos.
Este foi o meu 4º encontro com a morte!
Estas ocorrências sem duvida me fizeram desenvolver o meu caráter esquizóide, e acredito que não desenvolvi uma esquizofrenia por divina graças de Deus. Lembro-me que a minha primeira psicoterapeuta (lá pelos meus 20 anos) refere-se que eu tinha um ego muito forte para ter psicotizado. Já a avaliação dos psicoterapeuta bioenergéticos , o que salvou foi a construção de defesas masoquistas , que energeticamente contiveram a fragmentação. Sem dúvida os segundos têm razão. Por isso o fazer, traço evidentemente masoquista, sempre me organiza!
Basicamente estes eram os relatos que continham o texto perdido. As correlações com ele e com a minha história são evidentes.
Quando enfrento a negação de minha pessoa e técnica dentro do NAPS, no ano passado sou remetida à estas questões . Por isso a dimensão da dor, e é evidente, a repetição da minha pauta de vida.
Muitas outras correlações eu efetuei enquanto elaborava o presente texto. E não vou conseguir escrever e elaborar todas no presente momento. Entendo melhor a ira que me acometida quanto os técnicos e principalmente os amigos, não escutavam o que eu falava. O porquê os boicotes me feriram tanto.
O porquê foi tão difícil elaborar a morte do papel que ocupava e assumir o outro.
O porquê era tão importante que meus antigos amigos me ajudassem nesse processo, o que é obvio não aconteceu e nunca aconteceria . A pauta da situação era outra.
O porquê foi tão difícil para mim eles negaram e esquecerem as nossas parcerias. Era como se os trabalhos de bioenergética nunca tivessem acontecido no NAPS. Esta ação remetia-me a minha história. As pautas familiares e aos encontros com a morte.
Vou encerrar por aqui. Acredito que reencontrei um pedaço de minha pedra filosofal.
E meu self deve ser bem forte, pois sobrevivi a tudo isto no ano passado. E realizei muito, é só olhar pro NAPS. Mais uma vez o meu traço masoquista me salvou.

Nota: Estas foram às correlações que consegui ver. Durante o processo de escrever estes textos os meus olhos começaram a coçar muito, a ponto de ter que parar e lavá-los várias vezes.
17/01/09
Refaço mais um traçado sempre está querendo ir embora, remete a criança que tentou andar antes do tempo por não suportar o clima, mas que não tinha condições para tal. Então desenvolve uma doença e quase morre e o sangue-amor de um homem a resgata, a salva. Por isso o amor só é verdadeiro nas ações e não nas falas.

Contam-me o que meu avô gostava em mim era os meus cabelos loirinhos e enroladinhos e que eu era muito espoleta, curiosa. O pai valorizava a minha sede de vida e independência. A minha avó a minha coragem

Namastê