CANTÃO DE BORACEIA - FOTO ROSELI JAN/10 - AONDE RESIDE O MEU CORAÇÃO

O DASA MAHAVIDYA ENTRA NUM FLUXO DE REEDIÇÃO.AO RELER VÁRIOS ESCRITOS AQUI POSTADOS, FICO PASMA E ENVERGONHADA. TOMO CONSCIÊNCIA DA DIMENSÃO DE MINHAS FACETAS DE MULHER. ALGUMAS BRILHANTES , OUTRAS TENEBROSAS.ENFIM PRESERVO AS TENEBROSAS, POIS NINGUÉM FOGE DO QUE É. E QUEM SABE AO REMEXER NESTES CASTELOS DE AREIA, EU ENFIM CONSIGA SARAR AS MINHAS FERIDAS.



QUANDO ALGO DEIXA DE EXISTIR ....NÃO HÁ O QUE DESCREVER....RESTA A LEMBRANÇA....QUE CADA UM PRESERV

QUANDO ALGO DEIXA DE EXISTIR ....NÃO HÁ O QUE DESCREVER....RESTA A LEMBRANÇA....QUE CADA UM PRESERV

DASA MAHAVIDYA - KAMLA

O DASA MAHAVIDYA
livro de areia
atemporal
tal qual as minhas lembranças.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

LIVRO DE AREIA - CAPITULO 24 (CONTINUAÇÃO)****

TÍTULO : AMANHÃ
Quinta-feira, 26 de Junho de 2008
Amanhã

O QUE SEGURA A MINHA "LOUCURA" É QUE ACREDITO NO AMANHÃ....ACREDITO NESTAS CONSTRUÇÕES.....
ENTÃO HOJE, RESTA-ME UM APELO A TI QUE É MAIOR QUE EU...
DAI-ME FORÇAS E DISCERNIMENTO!
NAMASTÊ
26/06/08 Postado por Bagala às 19:13 0 comentários
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TÍTULO : HOJE


Nesta noite, “um tanto solitária”, estou aqui no site do youtube vagueando entre os vídeos, e parei para ouvir um poeta romantico-revolucionário. Talvez porque não há
revolução sem amor...Aqui nestes devaneios misturando amor a criticas socio-culturais.
O que importa esta minha insensatez momentânea, neste espaço escrevo para ninguém ler.
Melhor assim...Aqui componho...Dizendo o que sou....Como estou....Não me importando,
com quem ai está! Parei para ouvir, HOJE de Taiguara, hoje o único presente eterno momento. Ontem foi hoje, hoje é hoje e amanhã será hoje. E o que fazemos com os "hojes". Esta música em especial me recorda um dia em que o "ex" , me liga após dizendo ouvi Taiguara e aquela música que você tanto gosta "Hoje" e chorei muito. Você hoje não está comigo.... E fiquei a refletir sobre os nossos "hojes" tão desprezados e que sempre adiamos pra amanhã. O "ex" adiou com suas ações a sua vida pra um amanhã que nunca mais vai existir. E sempre que lembro dele não é com saudades e sim como sinal de desperdício de vida e amor.
E talvez lembrar daqueles tempos ,"hoje" ,me sirva como um alerta, uma sirene a tocar sem parar, sem dúvida um alerta pra não desperdiçar os meus "hojes" e todo amor que puder viver.
Postado por bagala às 19:33 0 comentários
Marcadores: arte de viver
"MUITAS VEZES OUVIMOS E NÃO ESCUTAMOS....QUEM SABE AO LER ....POSSAM ENTENDER"

E QUEM SABE , E DE CERTO , O POETA DIGA MELHOR QUE EU


VIAGEM - TAIGUARA

Vai
abandona a morte em vida em que hoje estás
Ao lugar onde essa angustia se desfaz
E o veneno e a solidão mudam de cor
Vai indo amor
Vai
recupera a paz perdida e as ilusões,
não espera vir a vida as tuas mãos
Faz em fera a flor ferida e vai lutar
Pro amor voltar
Vai
faz de um corpo de mulher estrada e sol
Te faz aman...te
Faz teu peito errante
Acreditar que amanheceu
Vai
corpo inteiro mergulhar no teu amor
Nesse momen...to
vai ser teu momento
O mundo inteiro vai ser teu, teu, teu


QUE AS CRIANÇAS CANTEM LIVRES - TAIGUARA


O tempo passa e atravessa as avenidas
E o fruto cresce, pesa e enverga o velho pé
E o vento forte quebra as telhas e vidraças
E o livro sábio deixa em branco o que não é

Pode não ser essa mulher o que te falta
Pode não ser esse calor o que faz mal
Pode não ser essa gravata o que sufoca
Ou essa falta de dinheiro que é fatal

Vê como um fogo brando funde um ferro duro
Vê como o asfalto é teu jardim se você crê
Que há sol nascente avermelhando o céu escuro
Chamando os homens pro seu tempo de viver

E que as crianças cantem livres sobre os muros
E ensinem sonho ao que não pode amar sem dor
E que o passado abra os presentes pro futuro
Que não dormiu e preparou o amanhecer...
28/06/08 Postado por Bagala às 19h14min 0 comentário
Marcadores: arte de viver

TÍTULO : MURROS EXISTENCIAIS
Domingo, 29 de Junho de 2008
>MUROS existenciais>
DESOLADA E FRUSTRADA DIANTE DOS ÚLTIMOS ACONTECIMENTOS, APÓS CHORAR AS AFLIÇÕES E MEDOS DENTRO DO CONFINAMENTO RELACIONAL-AFETIVO . DECIDO POR BUSCAR ALTERNATIVAS E ENCONTREI NA BUSCA DA REFLEXÃO E DO CONHECIMENTO A SAÍDA PARA MINHA SOLIDÃO, E NELES REENCONTRO A ESPADA PARA MINHA LUTA.
O TEXTO ABAIXO FALA SOBRE OS MUROS NAS MENTES, A CHAGA QUE EXPURGA TANTA PUS E DOR , INFECÇÃO IMPLÍCITA DOS GRUPOS QUE EXECUTAM COTIDIANAMENTE A REFORMA PSIQUIÁTRICA NOS CENTROS DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL .
O ISOLAMENTO PELA EXCLUSÃO DECORRENTE DOS TRANSTORNOS PSÍQUICOS , NÃO ESTÁ PRESENTE SÓ NAQUELES A QUEM CUIDAMOS, TRATAMOS , COMO DENTRO DAS EQUIPES QUE EXECUTAM ESSES CUIDADOS. AQUI RESULTANTES DA CHAGA EMOCIONAL , PESTE EMOCIONAL ORIUNDA DAS RELAÇÕES DE PODER.
REICH, EM UM TEXTO SOBRE A ESQUIZOFRENIA EM SEU LIVRO , ANÁLISE DO CARÁTER, POSTULA QUE A ESQUIZOFRENIA SERIA UMA FORMA DE FUNCIONAMENTO DA PERSONALIDADE EQUIVALENTE À MENTE DOS GÊNIOS E DOS GRANDES MÍSTICOS. ELES SE RELACIONAM COM O MUNDO AFORA O APRISIONAMENTO REDUCIONISTA DOS CONSIDERADOS "NORMAIS" EM NOSSA SOCIEDADE. A "LOUCURA" DOS DITOS NORMAIS , QUE APRISIONAM A SI MESMOS EM NOME DE UM PODER , ILUSÓRIO EM SUAS VIDAS.
ROSELI
MUROS NAS MENTES: OBSTÁCULO DA REFORMA PSIQUIÁTRICA Jeferson Rodrigues ( Acadêmico da VIII fase do Curso de Graduação em Enfermagem da Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC – Florianópolis, SC ) Tânia Mara Xavier Scóz ( Professora do Curso de Graduação de Enfermagem da UFSC )Resumo: A questão da subjetividade, espaço onde se decide o núcleo da nossa existência, vive rodeada por muros que cercam nossas mentes, tais como poder, rótulos, julgamentos, preconceitos e ganância, desde o nascimento do ser humano. O presente artigo, objetiva refletir, a partir de um contexto literário e vivencial, a interferência destes muros na consolidação da reforma psiquiátrica, bem como contribuir na busca de alternativas que viabilizem o avanço da saúde mental, principalmente no contexto do convívio familiar/social.Palavras chave: reforma psiquiátrica; saúde mental; estigma; poder.INICIANDO O avanço histórico, científico e filosófico da vida humana, determinado pela movimentação social nas diversas áreas, é um dos fatores responsáveis pela atual conjuntura psiquiátrica vivenciada a partir do bracejo daqueles que exigem uma transformação digna para suas vidas. Familiares, usuários, simpatizantes, técnicos, profissionais e políticos engajados na luta pela reforma psiquiátrica, legalmente consolidada ano de 2001, acabam por colocar, sob ameaça, dois aspectos do cenário da psiquiatria: o saber todo poderoso do médico que compreende o hospital como fonte curativa e o estigma do diferente, do louco, do insano, presente nas comunidades. Como acadêmico, presenciei os dois lados da moeda. Nos hospitais, de custódia e psiquiátrico em que estagiei, pude experenciar todo o poderio do psiquiatra, detentor de todo o conhecimento e verdades inquestionáveis e absolutamente corretas. Com a realização do trabalho de conclusão do Curso de graduação de Enfermagem, da Universidade Federal de Santa Catarina, em um serviço substitutivo do estado, tive a oportunidade de conviver com o portador de sofrimento mental fora dos muros do hospital. Ultrapassei o limite geográfico do serviço e estendi meu atendimento até o seu ambiente familiar e reafirmei, em muitos momentos, o quanto ainda a própria família funciona como um agente segregador e estigmatizante. Na tentativa de fugir do senso comum e fortalecer “a ameaça” a que me referi anteriormente, busquei através do conhecimento científico, desenvolver uma avaliação crítica e construtiva das relações de poder que todo discurso, segundo FOUCAULT (1987), engendra e produz, bem como, por em prática, a possibilidade do contra discurso emancipador. Com certeza neste processo, formulei julgamentos, estabeleci rótulos, fui preconceituoso como bem diz VERÍSSIMO (2001), todo o conhecimento e julgamento das coisas do mundo se fazem a partir de uma perspectiva humana. E como ser humano, também utilizo o senso moral, não como um floreio de linguagem, e sim como um frágil instrumento de medição pelo qual a vida revela seu sentido. É sobre esses muros, construídos em função da ação de uma cultura sobre as forças naturais, carreadas de objetividade e subjetividade expressas por BRIDI (1998) como formas materiais e psicovirtuais da realidade, a que se dedica este artigo. Pretendo refletir sobre uma vida justa, decente e com liberdade de escolha, dentro de novas bases éticas, que compõe o espaço imaginário da nossa existência e por conseqüência clama pela derrubada dos muros, presentes em nossas mentes, que obstaculizam a essência da transformação psiquiátrica.COMPREENDENDO A HISTÓRIABRIDI (1998), referindo-se a História da Loucura, pesquisada por Foucault, mostra que a associação da loucura à doença somente foi feita no século XIX, justamente através da construção do conceito de doença mental pela psicopatologia geral positivista e da criação do asilo psiquiátrico. Após a revolução francesa, quando já não mais se justificava o seqüestro do louco e sua mistura com todo tipo de comportamento desviante surge através de medidas judiciais, o asilo psiquiátrico. Na idade média, a experiência da loucura não tinha esse caráter negativo de exigir a exclusão social do membro da comunidade. O louco era marcado com um signo divino que garantia sua livre passagem e sua conservação no seio da sociedade feudal. Porém, com a destruição do sistema de produção e da cultura feudal, o novo sistema social se ergue sobre uma nova filosofia ou ideologia cristã que exige a extirpação de tudo aquilo que não possa entrar em contato com a máquina produtiva. Assim, milhões de seres humanos, emanados das ruínas feudais, se tornam assalariados do capitalismo nascente ou então, vagueiam na marginalidade por toda a Europa. Estas populações famintas e sem identidade social, passam a constituir uma ameaça à segurança da cultura européia e suas cidades. Como solução, os conselhos de cidadãos (grandes comerciantes, donos de manufaturas, banqueiros, etc.), propõem a aristocracia e ao clero as casas de internamento. Nesta casa, os denominados miseráveis permaneciam até que se tornassem “úteis” e “bons”, ou até que morressem. Entre estes, encontram-se os “loucos”, misturados entre criminosos e pervertidos, marcando profundamente o rosto da psiquiatria no século XIX, cujo entendimento da loucura torna-se associado ao crime e ao vício. A nova forma social de produção, ao agir sobre certas singularidades comportamentais, através de mecanismos de repressão, domínio, controle, culpabilização e eliminação acaba por determinar que o transtorno mental não é exclusivamente de ordem médica ou psicológica, mas sim de um conjunto heterogêneo como a sociologia, a epistemologia, a filosofia política, econômica e a história. Para Amaral (1999) o manicômio psiquiátrico surge, mesmo antes de a Psiquiatria firmar-se enquanto especialidade médica, com o desenvolvimento do modelo capitalista. Com o capitalismo a doença se fortalece, torna-se fonte de lucros e se consolida através do uso irrestrito de psicotrópicos, a partir das multinacionais farmacêuticas. A união do sistema capitalista de produção sobre a medicina domestica populações, vende remédios, inaugura postos de saúde, mantém a elite no poder, continua a produzir lucros e cada vez mais se distancia do sofredor mental e de sua reinserção social. A história da loucura, assim contada, atribui a sociedade, altamente produtiva, à criação do louco, do marginal, que em nosso imaginário se apresenta como uma figura agressiva e amedrontadora. A conexão estabelecida com fatos vivenciados na infância, em que estórias sobre louco, dramaticamente contadas, impregnavam nossa alma infantil, aguçou minha curiosidade e o desejo de conhecer este mundo “desenhado” por pessoas, que julgam e estigmatizam o desconhecido. Assim sendo, em pleno término da adolescência, na qualidade de bolsista estabeleci contato direto com o manicômio judiciário e pude presenciar a realidade dos ditos “marginais”. De fato, minha imaginação deu lugar a uma realidade de contemplação de um depósito de gente, que superava as melhores das boas intenções de ajuda dos profissionais presentes. À medida que aumentava meu conhecimento acerca das histórias contidas na bagagem de suas vidas, a imagem inicial se dissipava e uma relação de respeito se estabelecia. A constatação de que nosso imaginário, sob a ação direta da história, cultura, filosofia, ciência e tecnologia, sofre transformações e dissemina a construção/demolição de vários muros em nossas mentes, impulsiona a necessidade de lutar pela continuidade do processo de conscientização das questões da reforma psiquiátrica.DERRUBANDO O PRIMEIRO MURO – O PODEROs anos 60 marcam o início da derrubada de mais um muro. Basaglia, um revolucionário italiano no campo da psiquiatria, baseado em sua experiência em Gorizia e Trieste, inicia com sua equipe, Rotelli, Venturini, Delläcqua, de Leonardis e Mauri, um processo de discussão sobre a teoria e prática dos hospitais psiquiátricos e lança uma proposta “de demolição concreta de uma cultura, possível somente se, contemporaneamente, outras culturas pudessem ser construídas: outra sustentação, outro conceito de saúde e de doença, de normalidade e de loucura”, BASAGLIA (1996, p.13) A desinstitucionalização apresenta-se como contraponto, intrínseco, da manutenção da ordem das instituições psiquiátricas. Na visão de Basaglia, citado por LEONE (1991, p.49-50), “a Instituição Psiquiátrica está a serviço da classe dominante, isto é, a repressão da loucura é uma das necessidades para a burguesia manter sua ordem moral, pelo o que torna dizer e revelar a natureza classista da psiquiatria e suas ligações com o estado e ideologia dominante. O que caracteriza as Instituições em nossa sociedade, é a nítida divisão entre os que têm o poder e os que não tem. De onde se pode ainda deduzir que a subdivisão das funções traduz uma relação de opressão e de violência entre o poder e não-poder, que se transforma em exclusão do segundo pelo primeiro. A violência e a exclusão estão na base de todas as relações que se estabelecem em nossa sociedade”. Ainda para o autor, a relação de poder do médico sobre o paciente, caracterizando a ciência como um produto da classe dominante só sofrerá um processo de transformação, através da libertação da classe oprimida que povoa os manicômios. Não significa dizer que os italianos neguem a doença, o que eles insistem em negar é a doença vista sobre a ótica da produtividade, coberta de significação irreversível, estigmatizante, e justificada pelas práticas de violência, exclusão e segregação. As críticas feitas à psiquiatria tradicional, por Cooper na Inglaterra, Deleuze e Guattari na França e Szasz nos Estados Unidos, repercutem na chamada reforma psiquiátrica, uma vez que apontam a função política de controle, segregação e violência da instituição psiquiátrica, bem como identificam processos de “sofrimento psíquico” como fruto de uma alienação político-social-existencial do indivíduo e propõem alternativas práticas no sentido de renovar a capacidade terapêutica da psiquiatria, LEONE (1999). Para ROTTELLI (1990, p.93), os serviços manicomiais “deveriam tornar-se uma rede, engenharia de reconstrução de sentido, de produção de valor, de tempo, encarregando-se de identificação das situações de sofrimento e opressão, da reinserção no corpo social, e do consumo de produção de intercâmbio, de novos papéis, de outros modos de ser para o outro, aos olhos do outro”. Esta rede, em contraposição ao manicômio, constitui-se uma das alternativas propostas e consolidadas na Itália, em que o centro de saúde mental, estruturas complexas que funcionam 24 h por dia, construído a partir da necessidade do povo e referência para a saúde da população assume, segundo Barros citado por LEONE (1999, p.58) “um caráter médico ambulatorial, enfermaria de breve permanência, centro de permanência diurna (hospital dia) ou noturna (hospital noite), serviço socioassistencial (alimentação, subsídios, administração e facilitação econômica), ponto de partida para visitas ou intervenções domiciliares, reinserção no trabalho e lugar para a organização de atividades sociossanitárias, culturais e esportivas do bairro” e um lugar “no qual se trabalha a crise e onde são geralmente realizados os tratamentos sanitários obrigatórios”. Como alternativa ao trabalho, os italianos destacam as cooperativas, com a proposta de empresa social, como uma atividade possibilitadora real de sentido de vida e cidadania, isto é fazendo sentido na existência da pessoa. A influência internacional, advinda das correntes italiana, britânica e americana, o processo de críticas ao governo militar vigente e, principalmente, as denúncias pelo Movimento dos Trabalhadores em Saúde Mental, de torturas, corrupções e fraudes no sistema nacional de assistência psiquiátrica, ocorridas no final da década de 70 e início dos anos 80, constituíram-se, definitivamente num marco histórico na psiquiatria brasileira. A conjuntura dos movimentos sociais, com o movimento de luta antimanicomial, avança no processo de discussão de reestruturação da atenção à Saúde mental, ampliando e diversificando a palavra “atenção”, que nesta ótica ultrapassa os limites dos atendimentos feitos em instituições psiquiátricas com a farmacoterapia. Esse processo histórico de formulação crítica e prática, que tem como objetivos e estratégias o questionamento de elaboração de propostas de transformação do modelo clássico e do paradigma da psiquiatria é apontado por AMARAL (1999) como o responsável pelo surgimento da reforma psiquiátrica. Para AMARANTE (1998), reforma psiquiátrica significa um conjunto de iniciativas políticas, sociais, culturais administrativas e jurídicas que visam transformar a relação da sociedade com o “doente”. Falar em Reforma Psiquiátrica pressupõe falar na gradativa substituição do sistema hospitalocêntrico de cuidados às pessoas que padecem de sofrimento psíquico, por uma rede integrada de variados serviços assistenciais de atenção primária, sanitária e sociais, tais como ambulatórios, emergências psiquiátricas em hospitais gerais, unidades de observação psiquiátrica em hospitais gerais, hospitais-dia, hospitais-noite, centros de convivência, centros comunitários, centros de atenção psicossocial, núcleos de atenção psicossocial, centros residenciais de cuidados intensivos, residências terapêuticas, lares abrigados, pensões públicas e comunitárias, oficinas de atividades construtivas e similares, ou seja uma reversão do modelo hospitalocêntrico, por esta rede de serviços assistenciais, comprometidos com as condições do sentido da existência do sujeito, com problemas, visionando sua melhor condição de vida. Para FRANKL (1990), A atração que a psiquiatria exerce, nos médicos imaturos, reside na promessa de obter, através do saber, poder sobre os outros. Este poder, lhe atribui um status pessoal/social e o torna, com raras exceções, incapaz de perceber-se como um ser humano, inserido num contexto da multipluralidade. PEIXOTO (1995) fala de uma ditadura mental, existente nos manicômios, em nome da qual, somente os psiquiatras e mais ninguém podem ter uma opinião ou falar da loucura, e o familiar e o paciente, sujeitos diretos da ação do sofrimento, não sabem o que dizem. Todo o processo de “desarmamento do poder”, ameaçado através da antipsiquiatria, desinstitucionalização, cidadania e da reforma psiquiátrica, se consolida com a aprovação da Lei 10.216, elaborada pelo movimento de luta antimanicomial e “incorporada” pelo deputado Paulo Delgado, foi sancionada pelo Governo Federal em de 6/4/2001, que visa estabelecer a defesa dos direitos do sofredor mental, principalmente a inviabilidade de construção dos manicômios e a implantação dos serviços substitutivos na comunidade. Sabemos, no entanto, que o desarmamento interno, aquele produzido pelo acúmulo de riquezas e fruto do processo de ganância, inerente a uma determinada faixa mercantilista de profissionais, só se processará quando, segundo CUTLER e LAMA (2001, p.31), “o verdadeiro antídoto para a ganância,... o contentamento” se fizer presente em suas mentes. O saber centrado na doença tem possibilitado a manutenção de vários rótulos que limitam o modo como as coisas e pessoas são vistas. Para REMEN (1998), o rótulo, uma tentativa de assegurar o controle e administrar a incerteza, pode nos dar a segurança e o conforto de uma conclusão mental e nos encorajar a não pensar mais no assunto. Quando ousamos dizer “certo”, “errado”, “sorte”, “fracasso”, “epiléptico”, “esquizofrênico” ou mesmo “louco”, estamos realizando um julgamento, que partiu de nossos princípios morais e éticos e, portanto de um referencial próprio de avaliar o mundo que nos cerca. Em decorrência deste fato, aquilo que é “feio”, “triste” ou “normal” para uma pessoa, pode ser visto como “bonito”, “alegre” e “anormal” para outro. A des-construção deste muro, tão inerentemente arraigado ao nosso cotidiano, passa pela necessidade urgente de olhar de maneira diferente aquilo que rotineiramente julgamos familiar. Nas atitudes diárias do dia a dia podemos realizar o exercício do julgamento não habitual. Através de novos olhares podemos exercitar a redescoberta do real significado dos rótulos utilizados. Desta forma, a surpresa da reflexão pode trazer de volta, ao julgador, uma profunda identificação e projeção pessoal no emprego destes rótulos. Ao transpor, ir além da conclusão mental imediatista e, portanto meramente subjetiva, pode-se descobrir por trás de cada rótulo, um ser humano que a nossa imagem e semelhança clama por dignidade e respeito. E somente com os olhos da solidariedade, do coração conseguiremos romper um dos pilares que sustentam nossos muros. REMEN (2001, p.76) nos diz que “quando vemos com novos olhos nos surpreendemos com a benção que descobrimos em um trabalho que estamos realizando há muito tempo. A vida pode ser vista de várias maneiras, com os olhos, com a mente, com a intuição. Porém, a vida só é verdadeiramente conhecida por aqueles que falam a língua do significado, que se lembram de enxergar com o coração”.DERRUBANDO O SEGUNDO MURO – O ESTIGMAUma vez rotulado, a pessoa com sofrimento psíquico deixa de ser pessoa e passa a ser meramente uma marca. Os sintomas de sua doença ganham realce e ajudam no seu enquadramento diagnóstico, de tal forma, que em muitos momentos seu nome sequer é lembrado. Cumprem assim, o internamento e o diagnóstico, o primoroso papel de ajudar na estigmatização daquele que necessita de ajuda, segundo CUTLER e LAMA (2000, p.274), na obtenção de “estratégias mais saudáveis para encarar a vida”. De acordo com GOFFMAN (1982, p.39), é próprio do estigma expandir-se do indivíduo estigmatizado para a socialização de seus relacionamentos, “assim, a mulher fiel do paciente mental, a filha do ex-presidiário, o pai do aleijado, o amigo do cego, a família do carrasco, todos são obrigados a compartilhar um pouco o descrédito do estigmatizado com o qual se relacionam. Uma resposta a esse destino é abraçá-lo e viver dentro do mundo do familiar ou amigo do estigmatizado. Dever-se-ia acrescentar que as pessoas que adquirem desse modo um certo grau de estigma podem, por sua vez, relacionar-se com outras que adquirem algo da enfermidade de maneira indireta”. Ao tentar localizar a residência de alguns dos pacientes, com os quais deveria prestar atendimento de enfermagem, deparei-me, muitas vezes, com situações do tipo: “aquela que esteve internada no hospício na semana passada, ah! Ela mora ali”, “a mãe do perturbado mental está lá na casa da tia dela” ou “aquela louca que diz que é a Madona, mora na terceira casa”. As famílias assim estigmatizadas tendem a uma reclusão social, tornando-se confusas e inseguras. MILES (1982), diz que não há formas socialmente aceitas de comportamento para com a família em tais casos, as pessoas carecem de certezas e ficam intrigadas e confusas. O estigma debilita as expectativas sociais e a previsibilidade; quando um membro da família adquire uma condição estigmatizante, tal como a doença mental, as pessoas se tornam inseguras quanto, ao que isso implica para o restante da família, a seus relacionamentos com os outros membros da família e confusas acerca de quais deveriam ser suas próprias atitudes. É tentador, nestas situações que envolvem incertezas e embaraço, adotar o caminho mais fácil e evitar por completo a questão. Acreditamos que a transparência, no falar abertamente, quanto aos aspectos positivos e negativos que envolvem o convívio familiar, possa contribuir para a dissipação de mais um muro. A comunicação, como fonte de informação, poderia servir como um instrumento precioso no processo ensino aprendizagem em que familiares, portadores do sofrimento, membros da comunidade, academia e terapeutas, num processo de troca contínua, exercitassem a árdua tarefa da ruptura de rótulos, estigmas e qualquer forma de julgamento unilateral. Sabidamente, a reforma psiquiátrica, pressupõe várias mudanças. Uma delas é a capacidade e a disposição do familiar e da comunidade em conviver com o portador de sofrimento mental, uma vez que é nestes ambientes que, efetivamente, deverá ocorrer a principal reforma. A reforma do olhar o mesmo cenário com outros olhos, visto que a miséria, as condições socioeconomicas, o desemprego continuam presentes, implica em vê-los como cidadãos com direitos e deveres implícitos a dignidade humana. O investimento constante na partilha desta problemática, através do conhecimento da legislação especifica, da participação e criação das assembléias de bairro, serviços substitutivos em quantidade e qualidade efetivos, fóruns de debates permanentes, cooperativas, investimentos financeiros das antigas internações em processos educacionais, entre outros, possibilitará que a sociedade civil se organize e consolide a quebra de rótulos, estigmas e poderes do saber. Uma comunidade, que entenda e compreenda o processo do sofrimento mental, torna-se uma “obreira” no processo de transformação e escalonamento de qualquer obra.ROMPENDO OS MUROS ATRAVÉS DA HUMANIZAÇÃO. Meu escalonamento pessoal na construção desta obra, teve início com a sensibilização pela temática básica do rompendo os muros hospitalares. A trajetória da reforma psiquiátrica e o respeito a figura do ser humano, fizeram com que eu me tornasse um adepto ferrenho na luta pela dignidade daquele que sofre qualquer tipo de discriminação. Encontro em Cotovio (1994,p.31) que “as pessoas que param de sentir, param de existir. Porque nós podemos viver, mas existir implica nomeadamente a nível da noção de compromisso – a capacidade e o não ter medo de nos comprometermos com as outras pessoas e a responsabilidade que daí advém”. Foi um exercício diário de ampliação do meu olhar, de reconhecimento de minhas limitações e potencialidades, do ir além do compromisso profissional, do assumir minha tendência natural ao discurso e em alguns momentos o distanciamento com a reflexão do pensar, sentir e o fazer. Neste processo pessoal pude contar com a participação direta, dos “puxões de orelha” de minha “única e singular” orientadora, a disponibilidade da família RESISTÊNCIA (cognome dado a uma das famílias atendidas na comunidade) e com uma vasta leitura acerca dos aspectos físico, mental, social e espiritual do ser humano. CUTLER e LAMA (2001, p.18) resumem de forma brilhante o papel da solidariedade no mundo dizendo que “sem solidariedade o mundo não pode continuar, nossa solidariedade abençoa e sustenta o mundo”. E esta solidariedade, é que a meu ver, possibilitará o romper de uma sociedade igualitária, condição única, segundo VERÍSSIMO (2001) para que o indivíduo seja realmente um indivíduo livre. VENTURINI em um congresso de reabilitação psicossocial em 2001, no Rio Grande do Sul, ponderou acerca da necessidade de ampliarmos os horizontes culturais, cognitivos e a compreensibilidade dos fatos históricos para que possamos enriquecer nossa filosofia e desenvolvermos nossa virtude. Suas colocações exigiam permanentemente um refletir do processo de humanização, solidariedade, respeito, compromisso, julgamentos, aceitação, liberdade e responsabilidade que devem permear a reforma psiquiátrica. Textualmente, suas falas, “mudar o problema que é a cabeça das pessoas”, “tomar responsabilidade”, “quando acaba a imagem da loucura encontra o sujeito então muda a ótica”, “é necessário termos coragem de colocar a chave na mão dos usuários proporcionando-lhes a autonomia total”, “os profissionais não deviam falar, para que os usuários falassem”, entre outras, serviam de conforto e estímulo para o trilhar um caminho tão árduo.E A CONCLUSÃO? Penso que a reforma começa em nosso próprio mundo, no nosso imaginário, na forma como vemos e percebemos o mundo interno e externo. Praticar o exercício de se colocar no lugar do outro, como forma de ampliar a compreensão de suas atitudes, dentro de sua ótica, seja ela qual for, pode nos possibilitar uma relação de ajuda que tenha como objetivo devolver suas capacidades de decisão, de autonomia e de se sentir responsável por sua própria vida. O ouvir o sofrimento do outro e “criar” “terapias” ao sofredor mental partindo de seu potencial, do seu talento, do que realmente faz sentido para ele, é o que digo avançar na assistência ao sofredor mental e sua família, lógico com toda a preocupação e ação ao seu suporte do dia dia. Considero que a conclusão é por si só inconclusiva, visto que a modificação da lei aprovada no ano passado é uma realidade incontestável. A mudança no estilo do trabalho dos profissionais, inclusive desde o momento de sua formação, é uma necessidade imperiosa. Um envolvimento forte dos políticos, administradores, usuários, etc... começa a se materializar muito tenuamente Muitos muros se construirão e se demolirão nesta árdua tarefa de produzir mudanças. Algumas vão além de nossas capacidades individuais, por isso é que os conclamo, através da humanização, da derrubada dos estigmas e do poder pelo saber, a proclamarem por aqueles que um dia colocaram em nossas mãos a possibilidade de reconstrução de suas vidas.Referência Bibliográfica BibliografiaAMARANTE, Paulo (Coord.) Loucos pela vida: a trajetória da reforma psiquiátrica no Brasil. 2° ed. Rio de Janeiro: Fio Cruz, 1998.AMARAL, Vera. Artigo sobre Reforma psiquiátrica apresentado a revista psicopatologia. 1999. Disponível na internet no site: www.psicopatologia.hpg.ig.com.br/reforma.htm BETTO, Frei, Da privatização á socialização do sonho, Plural. Florianópolis, n.1, p.37/43, jul./dez., 1991BASAGLIA, Franco. A instituição negada. Graal, Rio de Janeiro. 1985.BASAGLIA, Franco. Apresentação in AMARANTE, Paulo. O homem e a serpente: outras histórias para a loucura e a psiquiatria. Rio de Janeiro. Fio Cruz, 1996.BRIDI, Vera Lúcia. Organização do trabalho e Psicopatologia. Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós graduação em Engenharia de Produção da Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis, 1998.COSTA e SILVA, Jorge A. Artigo a revista Veja. Psiquiatria S.A. Veja, 27 de junho, p. 11-15, 2001.COTOVIO, Victor. A relação da família com o doente. Hospitalidade. Portugal, v.58, n. 229, out/dez, 1994.CUTLER, Howard C. e LAMA, DaLai. A Arte da Felicidade. São Paulo: Martins Fontes, 2001.FOUCAULT, Michel. História da loucura na idade clássica. {1961} 2° ed. São Paulo; Perspectiva, 1987.FRANKL, Viktor. E, A questão do sentido em psicoterapia, Editora papiros: SP, 1985.GOFFMAN, Erving. Manicômios, Prisões e Conventos. Perspectiva, São Paulo, 1982.LEONE, Eder Bráulio. Psiquiatrização/despsiquiatrização do social: balanço da produção acadêmica brasileira no campo da saúde mental no período de 1990 a 1997. Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em sociologia Política da Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis, 1999.MILES, Agnes. O doente mental na sociedade contemporânea. Tradução Vera Ribeiro. Rio de janeiro: Zahar Editores, 1982.PEIXOTO, Geraldo. Considerações sobre a reforma psiquiátrica. Artigo para a revista Saúde mental coletiva, ano III – n° 3 outubro/97.REMEN, Rachel N., Histórias que curam, Editora Ágoras: SP, 1998.REMEN, Rachel N, As bênçãos do meu avô, Editora Sextante: Rio de Janeiro, 2001.ROTELLI, Franco. A instituição negada. In: desinstitucionalização ( Nicácio, F., org.) São Paulo: Hucitec, 1990.VENTURINI, Ernesto. Palestra: O sal e as árvores: o que é fundamental não é só fechar, em vez disto é abrir, em 19/09/01. Congresso Internacional de Reabilitação Psicossocial. Erechin/RS, 2001.VERÍSSIMO, Luíz Fernando. Artigo para a revista Fórum um mundo em debate. Editora Publisher: São Paulo, 2001. P. 34.
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29/06/08 POR BAGALA ÀS 21 H

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Segunda-feira, 30 de Junho de 2008

BESTEIROL
FIQUEI A PENSAR-SENTIR. É AMIGOS EU NÃO PENSO SEM SENTIR AO MESMO TEMPO E VICE -VERSA. ASSIM NÃO CORRO O RISCO EM FALAR TANTA BESTEIRA .BESTEIRA NÃO É A PALAVRA DESPROVIDA DE SIGNIFICADO , DESATRELADA À REALIDADE , OU A CONCEITOS RACIONAIS E INTELECTUAIS. BESTEIRA É FALAR A PARTIR DO OUTRO DESCONECTADO DOS SEUS SENTIMENTOS. BESTEIRA É USAR A PALAVRA COMO FONTE DE EXPRESSÃO DE SEGUNDAS INTENÇÕES .BESTEIRA É SER ANALÍTICO FORA DO SISTEMA .DESTA FORMA CONCLUO QUE QUANTO MAIS "BESTA" UMA PESSOA SE REVELAR SER, MENOS BESTEIRA IRÁ DIZER. O BESTA É O SUJEITO MAIS AUTÊNTICO, ESPONTÂNEO E HONESTO. ALGUÉM SER BESTA TEM QUE NÃO SE PREOCUPAR COM A OPINIÃO ALHEIA .ESTE SIM É O VERDADEIRO "BESTA".O BESTA AUTENTICO! O QUE SÓ FAZ BESTEIRA!POIS ESTÁ REALMENTE ENTREGUE EM SUAS AÇÕES. ESTA CONECTADO CONSIGO. ELE PENSA-SENTE AS SUAS AÇÕES. DO QUE VALE MIL ANALISES FEITAS A PARTIR OLHAR SOB O COMPORTAMENTO DO OUTRO. POR MAIS QUE ELAS SEJAM BRILHANTES DO PONTO DE VISTA ACADÊMICOS. DESPROVIDAS DO "EU"!O BESTA SEMPRE INCLUEM O "EU"! ELE TÁ VIVO , FALA DA VIDA!O OUTRO ESTA MORTO , PRESO EM SUAS ESPECULAÇÕES E DEVANEIOS MENTAIS .SEI LÁ SE É BESTEIROL, O QUE DIGO AGORA,! MAIS QUERO EVOLUIR E CHEGAR SER UM DIA UMA BESTA!NAMASTÊ
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ENCERRO POR AQUI ESTA POSTAGENS E FAÇO ALUSÃO QUE JUNHO É O MÊS DE MEU ANIVERSÁRIO.
E ALGO MUITO BOM E MUITO RUIM ACONTECEU NO DIA DE ANIVERSÁRIO – 19/06/08
TIVE A MELHOR SURPRESA POR PARTE DOS USUÁRIOS DA UNIDADE . FIZERAM UMA GRANDE FESTA.
AO MESMO TEMPO SOFRI POR PARTE DE DOIS AMIGOS AÇÕES DE INVEJA. UMA ME DIZ (ANTES DE EU SABER DA FESTA SURPRESA) “VOU TE CUMPRIMENTAR AGORA, POIS VOCÊ SABE QUE O QUE ESTÃO PREPARANDO PARA VOCÊ ESTE ANO , NÃO ACONTECERIA O ANO PASSADO” – RESPONDI : FIQUE TRANQÜILA EU CONSIGO SEPARAR O JOIO DO TRIGO “
APÓS A FESTA SURPRESA, NA MESA DE ALMOÇO, O AMIGO ME FALA: “PARA MIM NUNCA FIZERAM UMA FESTA SURPRESA, EU NÃO SOU CHEFE” . RESPONDO “- INGRATO, NO ANO PASSADO PAGUEI O BOLO DA TUA FESTA SURPRESA!!!!”
VEJO QUE FOI SINCERA MANIFESTAÇÃO DOS USUÁRIOS E DE MEU COLEGA BOBY MARLEY.
PARA OS USUÁRIOS ERA UMA FELICIDADE EU ESTAR COMO ENCARREGADA TÉCNICA, EU SEMPRE COMPUS COM ELES NO COTIDIANO E EM PÉ DE IGUALDADE. E PARA ELES SE EU TINHA CONSEGUIDO UMA PROMOÇÃO, SINAL DE PROGRESSO, ERA SINAL QUE ELES TAMBÉM PODERIAM ALCANÇAR OS SEUS DESEJOS. ALÉM QUE A SUA MANIFESTAÇÃO DE CARINHO E AMOR ERA VERDADEIRA.
ESTE EVENTO MARCOU-ME PROFUNDAMENTE E ELE FOI A LEMBRANÇA DURANTE OS SEIS MESES SEGUINTES. TODA VEZ EM QUE ESTAVA PRESTE ENTREGAR O CARGO DE DIREÇÃO , ESTA LEMBRANÇA VINHA A MENTE. E AS RAZÕES DE POR QUEM EU ESTAVA LÁ E SUPORTAVA TODA AQUELE TRANSFORMAÇÃO E ALGUMAS VEZES UM VERDADEIRO INFERNO EM VIDA.
QUANDO ALGUNS SE REFEREM QUE NÃO VALORIZAVA QUEM EU DEVERIA E QUE DAVA IMPORTÂNCIA AQUELES QUE NÃO MERECIAM. ESTAVAM REDONDAMENTE ENGANADOS
ROSELI – 19/01/09

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