CANTÃO DE BORACEIA - FOTO ROSELI JAN/10 - AONDE RESIDE O MEU CORAÇÃO

O DASA MAHAVIDYA ENTRA NUM FLUXO DE REEDIÇÃO.AO RELER VÁRIOS ESCRITOS AQUI POSTADOS, FICO PASMA E ENVERGONHADA. TOMO CONSCIÊNCIA DA DIMENSÃO DE MINHAS FACETAS DE MULHER. ALGUMAS BRILHANTES , OUTRAS TENEBROSAS.ENFIM PRESERVO AS TENEBROSAS, POIS NINGUÉM FOGE DO QUE É. E QUEM SABE AO REMEXER NESTES CASTELOS DE AREIA, EU ENFIM CONSIGA SARAR AS MINHAS FERIDAS.



QUANDO ALGO DEIXA DE EXISTIR ....NÃO HÁ O QUE DESCREVER....RESTA A LEMBRANÇA....QUE CADA UM PRESERV

QUANDO ALGO DEIXA DE EXISTIR ....NÃO HÁ O QUE DESCREVER....RESTA A LEMBRANÇA....QUE CADA UM PRESERV

DASA MAHAVIDYA - KAMLA

O DASA MAHAVIDYA
livro de areia
atemporal
tal qual as minhas lembranças.

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

LIVRO DE AREIA - CAPITULO 28

Introdução
Seguimos adiante, não tenho muito que falar.
Desejo só terminar a tarefa que iniciei, talvez pelo teor das afetações anteriores, despertadas ao reler os textos já postados , os atuais não me causem nenhuma afetação.
Após a ligação do “ex”, tudo que refleti sobre esses momentos são equiparados a nossa relação ,ou seja esta situação não pertence mais e não tenho ilusões que ela irá mudar facilmente. As pessoas envolvidas não desejam isto!
Roseli
20/01/09

TÍTULO : Acomodação

Parece que meu Pai Xangô atendeu o meu chamado! Grata pela paz de espírito que venho ganhando. Esta é a maior das Justiça, aquela que cresce em nosso interior. E grata por parar ação das mãos daqueles que insistem em alvejar pelas costas outros para me atingirem. Andava um tanto atormentada com estas ações e elas me tiravam o sono e drenavam as minhas forças! Eu posso me "bancar" , mas alguns que eram instrumentos , já não dispõem da mesma estrutura. Grata de todo coração ao meu Pai Xangô , que nunca me abandona.
Oro para continuar sendo integra comigo mesmo, sei que nem sempre sou justa, honesta e leal, porque sou humana e cheia de mazelas, mas até o momento tenho detido a ação do mal em mim. E arcado com as conseqüências de meus atos, e esta é a maior ação de justiça que consigo operar no momento.
Agora expresso a minha gratidão à aquele que proporcionou a oportunidade de viver este momento nada agradável. Estou feliz com que tenho descoberto a meu respeito e de como tenho enfrentado todo as estas dificuldades. Vislumbro que no frizir desses ovos o meu saldo será positivo.
Estou exausta com todo esse stress, alguns previsíveis e outros nem tanto. Entretanto estou conseguindo olhar no espelho e gostar do que vejo!
Ao sair do consultório, hoje, fiquei a confabular comigo e percebi o quanto estou mais segura e tenho percebido com que facilidade . Enfrento algumas situações. Chego a conclusão que este potencial já existia , mas estava acomodado dentro de mim, a situação não permitia que eu o vislumbrasse.
  • Percebo que não tremo nas entranhas ao falar o que penso;
  • Não tenho mais que utilizar de meias palavras para mostrar o que sinto;
  • Não tenho medo de mostrar a minha raiva e com isso perder o amor;
  • Estou perdendo o medo do futuro;
  • Começo aprender a Bancar a expressão da raiva, o medo, a tristeza e o amor!
  • Já não sofro por aqueles que eu perdi, aceito o que não esta ao alcance em minhas mãos.

Em breve espero falar com profundidade e esclareça o que experienciados e conhecido sobre mim e as situações às quais estou inserida

Namastê


04/08/08 POR BAGALA ÀS 21:47

TÍTULO : SEM TÍTULO
Quando a Gente Ama - Oswaldo Montenegro



“Apaixonei um por olhar, por gesto de ternura......”
Trechos dessa música cantarolaram em minha mente o dia todo. Estranho, foi assim que sem perceber eu me apaixonei, e é assim que me despeço dessa paixão!
Sempre que me perguntam qual o tipo de homem que me atrai, nunca sei dizer. Já amei homem de todas as formas físicas, loiros, morenos, esbeltos, obesos, etc......Todos eles tinham uma marca especial, uma forte presença no olhar, um sorriso maroto, e os gestos de ternura expressos em situações simples, cotidianos. Um afago espontâneo em um animal, numa criança, num amigo. Uma relação próxima com arte, com criação seja lá de que forma for. Alguns em criações artísticas, outros relacionados à música, outros com a criação acadêmica, com inovações nos campos das terapias. Enfim todos se relacionam com a busca do novo e de formas espontâneas e criativas de viver!
Algumas pessoas que me conhecem diriam você esta sempre a procura de você mesma! Isto parece teu pai! Talvez tenham razão, mas quem conhece as razões do coração! Eu as desconheço, e não mínima intenção em controlar o fogo da paixão, e os caminhos do amor.
A vida seria muito tediosa, se assim eu o desejasse e me comportasse.
Estamos certos de que um amor chegou ao fim, quando não percebemos a ausência do ente, quando a saudade não dói mais e quando a lembrança é suave e nos traz um riso agradável.
É assim que você vai saindo de mim , mansamente deixando a certeza que muitas portas estão abertas para eu me apaixonar por um novo olhar , um novo gesto de ternura.

Namastê
A capacidade de estar entregue a paixão e a construção do amor!
Amar não tira pedaço, exatamente porque o sentimento nos pertence, e quando o amor termina nada fica com o outro. O bom é que nada permanece como antes.


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Então a cada minuto sinto estar escorrendo dos poros , e dos olhos a forma de relacionar com o mundo, eventos, pessoas . Enlaces simbióticos, e como quem é lavada e renovada pela tempestade . Eventos tão intempestivos lavam a alma e nos libertam.
De tantas tramas que nos prendem as acomodações de falsas seguranças, martírios de rede moinhos existenciais, labirintos relacionais, prisões que nos acomodam e restringem as ações e fecham as portas a entrega do devir, deixando-nos e amargos infectados pelas pestes que acometem o espírito, a mente e o coração. A tal ponto que consideramos ser "natural" o vampirismo e a forma morta existencial de nos alimentarmos da carne viva de outros. Resignados diante de esse existir confabulou estratégias de manutenção das redes que mantém esse poder. E proferimos é o curso natural da vida, dos eventos, das relações humanas.
E que venham os ventos, ventanias, os tufões e furacões, que as águas me lavem e me regenerem, pois acredito na vida, no amor e em novos devires.
E só me resta a força de espírito e a coragem de viver, enquanto eu respirar!
Namastê
A VIDA!
05/08/08 POR BAGALA ÀS 21:57

TÍTULO : E lá vamos nós de novo

Olha lembra de mim , eu estive aqui o tempo todo. E será que você não viu?
Viu somente o que tua acuidade permitiu olhar!
Olha, embora que o eu construía no cotidiano da terapia! Desprezava as construções arquitetadas nos poderes acadêmicos do saber. Lembra? E se agora tens a ilusão de que eu me agarraria à este poderes, ledo engano, amigos, companheiros de labuta!
Já que não queres construir o novo, porque ele te desaloja de teu barraco existencial. Eu continuo a construção, alicerçando o amanhã nas massas das carnes daqueles que são os primitivos donos dessa terra.
Lembra de mim, eu sempre disse , "EU SOU UMA REICHIANA", E NÃO POUSO PARA FOTOS E APLAUSOS.
E hoje, respondo ao meu ex-amigo e colega de trabalho, a pergunta que originou a primeira versão deste Blog : O meu norte terapêutico é Reich. Ele foi odiado a direita e incompreendido a esquerda, perseguido e excluído por suas idéias e concepções de vida, no entanto sua teoria, nos vários estágios, da análise do caráter (psicanálise), passando pela vegetoterapia (terapia corporal)e por fim a Orgonoterapia deixou de focar os aspectos socio-econômico-politicos que norteiam a estrutura das ralações humanas. Este não é só um norte de meu trabalho, configura-se como marca de alma em minha essência e norteia a forma como concebo a vida e minhas relações com minha existência.
Olhando para este norte, re-traço e re-enlaço as minhas ações! E dou seguimento a jornada , novamente!

NAMASTÊ
ROSE
05/08/08 POR BAGALA ÀS 23 H

TÍTULO : SEM TÍTULO
Nos já somos o que devemos ser

06/08/08 POR BAGALA ÀS 12 H
TÍTULO : SEM TÍTULO
Estou feliz e entrei só pra dizer isso.
Revi velhos amigos, e fui arrebatada pela alegria desse encontro.
Relembrei ,tantas jornadas e momentos difíceis pelos quais passamos.
Relembrei de tantos momentos de prazer percorridos juntos.
Reencontrei o companheirismo, a lealdade e o respeito pela individualidade.
E talvez em outro momento volte a falar de lealdade, companheirismo, respeito, liberdade e confiança afora o piegismos que remontam estes conceitos. E que hoje, são cabíveis de tantas distorções para enfiá-los dentro do que nos é confortável.
Acredito que tais distorções são passíveis de compreensão, elas são formas de sobrevivência a nossa dor , ao constatamos que não conseguimos sempre ser tão leais, confiáveis, honestos e independentes. A questão não encontra-se exatamente na ação e sim como a processamos, assumimos e a redirecionamos em nossa vida intima e coletiva.

As distorções muitas vezes são reações à :

  • aos ataques as nossas posses existenciais;
  • aos nossos ideiais de ego;
  • defesas a exposição pública de nossos pontos obscuros;

Acredito que somos mais que nossos valores instituídos, embora concebo que uma coletividade não sobreviva sem a instituição de valores comuns que norteiem o seu convivio. O conflito reside nos valores cristalizados , que são fachadas e encobrem a obtenção de ganhos de somente alguns. Assim valores como lealdade, liberdade, são pactuados e explícitos por um grupo e estão relacionados a coletividade.

Não sou ingênua, sei muito bem de todas as transformações que os valores sofreram no curso da história da humanidade e como eles estiveram atrelados a manutenção de um sistema sócio- econômico e político. Não estou aqui para análises profundas dessas questões nos âmbitos acadêmicos sociológicos, psicológicos e antropológicos. As prateleiras das bibliotecas estão repletas deles.

Hoje, ao optar continuar esta construção tão intima, a partir do meu foco pessoal , neste blog aonde relato a minha vida , meu cotidiano profissional, o meu saber, desejo instalar um olhar diferente, repensar , construir nossas ações- saberes dentro das ações e do cuidado em saúde mental. E para ser sincera , e olha que o sou , esta é a minha marca na construção e busca desse Mahavidya. Não tenho interesse algum em saber o julgamento de alguns ! Deles já estou farta! Pouco me interessa as opiniões a meu respeito e do que escrevo e consideram isto lá com algum valor! Esta é uma viagem particular e me dou o direito de construí-la da forma que escolho, e me ater a quantas repetições eu desejar!

Interessante encontramos livros, textos que falam da teoria e da técnica e outros que relatam a vida íntima dos pensadores que os escreveram, mas nunca como eles aconteceram no real , são construções co-existenciais e dinâmicas . Durante doze anos fiz parte de uma coletividade que constrói os novos saberes e ações dentro de unidades NAPS , que atende ao grave sofrimento psíquico e que buscam formas alternativas ao secular pensamento manicomial . Tão enraizado em nosso inconsciente coletivo. E pretendo seguir assim falando a patir de minha "alma" e de meu cotidiano, e como vou estruturando as minhas técnicas-ações e as teorizando, como é que que esse corpo-saber é gerado.

Então faço uso de minha liberdade de escolha de assim falar , e assumo a conseqüência de não ser "ouvida", pois esta escolha incomoda a muitos. Assim sou leal as minhas concepções e valores de vida, pois eu as pactuo com quem eu cuido, e estes são os usuários do serviço. E o reafirmo como gestora, estou lá por aqueles que usam o serviço e pela construção desse novo saber ! E deixo claro, faço o que os meus limites de energia, saber e ações alcançam. Desculpem-me os que ansiavam, desejavam e projetaram além do que consigo. A construção é coletiva, então dêem a cara para bater e assumam também as suas reais ações- potência (limites).

O Senhor Jr.Zé Povão adentra hoje a reunião de passagem de plantão e diz:

"Respeitem a Drª Delegada Roseli, ela é delegada da psicologia, do NAPS, do Drops e da Entorpecentes...Eu não quero que voce fulano de tal , fale assim com ela."....E caso vocês tenham coragem, escrevam nesse livro de passagem de plantão que a Drª Roseli tá "LOUCA"....Escrevam se tem coragem... Não escrevem né...." Se alguém chegar perto dela, vai se ver com meu trabuco, R15".. Drª vem esfriar a cabeça e já chamou a Policia pra eles...manda em cana"..

Fora da sala com seu riso indescritível me diz: "Não precisa ter medo , a Srª não fica mais louca do que é " eheheheh

Nestas últimas três semanas ele apontou uma crise de hostilidade que eu não via há 8 anos. Um grande ódio aflorou em decorrência de fatores intra e inter- dinâmicos de sua vida . Estive com ele , recebi literalmente a sua hostilidade, o seu desespero, a sua "loucura". E fui literalmente aos lugares conflituosos de sua vida, afora as reuniões de discussão clínica .Estive nos bares aonde estava bebendo e lá tomou a café , água de torneira em copos imundos , porque ele me oferecia, fiquei com ele quanto sua mãe estava internada no hospital , sentada em sua cama desnuda e suja assistindo televisão , companhia em desespero , medo que sua mãe viesse a falecer. Entrei em seu inferno existencial e lá coloquei a bunda sobre as pedras incandescentes e lhe fiz apenas companhia.

Recentemente uma pessoa me indagou sobre o que fazer em situações de negação do conflito e lutos. Naquele dia fiquei olhando nos olhos da pessoa e não respondi e refleti : "Não há o que fazer para mudar a dor, apenas e simplesmente a chorarmos juntos".

Esta situação critica com Jr.Zé Povão,foi usada recentemente, consciente e inconscientemente ,por alguns da equipe técnica para me desestabilizar como gestora, porque mexi nos ganhos e acomodações pessoais de alguns.

Felizmente o Sr.Jr.Zé Povão está se reestruturando e me fez lembrar de há um ano atrás , quando num momento crítico ,aonde lhe havido sido negado um benefício de Volta para Casa e inconformado ele anunciava :"Como não tenho direito , eu fui internado mais de 50 vezes em hospital psiquiátrico".

Naquele dia acordei comigo mesmo, que voltaria a tentar seu benefício novamente , e neste ano eu consegui, apesar de este ser um dos fatores desencadeante de sua atual crise, agregado aos conflitos familiares e de processos judiciais de herança que percorrem os "tribunais" há vinte anos sem resposta plausíveis , com o agravante de minha nomeação a diretora técnica o que nos afastou estes meses. Eu cumpri a promessa que fiz , quando ele chorando e agarrado ao meu colo pedia dignidade de vida: "Drª Roseli, eu já não tenho mais perspectivas de vida, sei e não quero mais ser o dono do Banco Itaú, o meu pai tá morto e não vamos mais ter a mesma vida de riqueza. O juiz não vai dar causa ganha da herança que me pai deixou. Só quero não ter que mendigar todo dia, um café , um maço de cigarro. Queria ter pelo menos R$200,oo para não mais ter que pedir emprestado, no NAPS, nos bares, pro Padre, pra minha mãe que não tem".

Neste dia ele estava muito hostil e fui que dei a noticia que seu benefício tinha sido negado, ele ficou sendo enrolado por todos durante 30 dias até que eu retornasse de minhas férias. “Naquele dia eu lhe disse: -” Estou falando a verdade do que aconteceu , por mais que você fique zangado. “A nossa relação durante estes anos esta firmada na sinceridade". Ele me responde : -"Não Drª Delegada Roseli, a nossa amizade está firmada na Tradição. Honra, Lealdade , dignidade!

Namastê

Ao meu Jr.Zé Povão

A pessoa que me ensina o que é dignidade, lealdade e liberdade!

Rose

E com minha Honra Drª Delegada do DROPS


06/08/08 por BAGALA ÀS 22H

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