Seguimos adiante, não tenho muito que falar.
Desejo só terminar a tarefa que iniciei, talvez pelo teor das afetações anteriores, despertadas ao reler os textos já postados , os atuais não me causem nenhuma afetação.
Após a ligação do “ex”, tudo que refleti sobre esses momentos são equiparados a nossa relação ,ou seja esta situação não pertence mais e não tenho ilusões que ela irá mudar facilmente. As pessoas envolvidas não desejam isto!
Roseli
20/01/09
TÍTULO : Acomodação
Parece que meu Pai Xangô atendeu o meu chamado! Grata pela paz de espírito que venho ganhando. Esta é a maior das Justiça, aquela que cresce em nosso interior. E grata por parar ação das mãos daqueles que insistem em alvejar pelas costas outros para me atingirem. Andava um tanto atormentada com estas ações e elas me tiravam o sono e drenavam as minhas forças! Eu posso me "bancar" , mas alguns que eram instrumentos , já não dispõem da mesma estrutura. Grata de todo coração ao meu Pai Xangô , que nunca me abandona.
Oro para continuar sendo integra comigo mesmo, sei que nem sempre sou justa, honesta e leal, porque sou humana e cheia de mazelas, mas até o momento tenho detido a ação do mal em mim. E arcado com as conseqüências de meus atos, e esta é a maior ação de justiça que consigo operar no momento.
Agora expresso a minha gratidão à aquele que proporcionou a oportunidade de viver este momento nada agradável. Estou feliz com que tenho descoberto a meu respeito e de como tenho enfrentado todo as estas dificuldades. Vislumbro que no frizir desses ovos o meu saldo será positivo.
Estou exausta com todo esse stress, alguns previsíveis e outros nem tanto. Entretanto estou conseguindo olhar no espelho e gostar do que vejo!
Ao sair do consultório, hoje, fiquei a confabular comigo e percebi o quanto estou mais segura e tenho percebido com que facilidade . Enfrento algumas situações. Chego a conclusão que este potencial já existia , mas estava acomodado dentro de mim, a situação não permitia que eu o vislumbrasse.
- Percebo que não tremo nas entranhas ao falar o que penso;
- Não tenho mais que utilizar de meias palavras para mostrar o que sinto;
- Não tenho medo de mostrar a minha raiva e com isso perder o amor;
- Estou perdendo o medo do futuro;
- Começo aprender a Bancar a expressão da raiva, o medo, a tristeza e o amor!
- Já não sofro por aqueles que eu perdi, aceito o que não esta ao alcance em minhas mãos.
Em breve espero falar com profundidade e esclareça o que experienciados e conhecido sobre mim e as situações às quais estou inserida
Namastê
04/08/08 POR BAGALA ÀS 21:47
TÍTULO : SEM TÍTULO
Quando a Gente Ama - Oswaldo Montenegro
Então a cada minuto sinto estar escorrendo dos poros , e dos olhos a forma de relacionar com o mundo, eventos, pessoas . Enlaces simbióticos, e como quem é lavada e renovada pela tempestade . Eventos tão intempestivos lavam a alma e nos libertam.
De tantas tramas que nos prendem as acomodações de falsas seguranças, martírios de rede moinhos existenciais, labirintos relacionais, prisões que nos acomodam e restringem as ações e fecham as portas a entrega do devir, deixando-nos e amargos infectados pelas pestes que acometem o espírito, a mente e o coração. A tal ponto que consideramos ser "natural" o vampirismo e a forma morta existencial de nos alimentarmos da carne viva de outros. Resignados diante de esse existir confabulou estratégias de manutenção das redes que mantém esse poder. E proferimos é o curso natural da vida, dos eventos, das relações humanas.
E que venham os ventos, ventanias, os tufões e furacões, que as águas me lavem e me regenerem, pois acredito na vida, no amor e em novos devires.
E só me resta a força de espírito e a coragem de viver, enquanto eu respirar!
Namastê
A VIDA!
05/08/08 POR BAGALA ÀS 21:57
TÍTULO : E lá vamos nós de novo
Olha lembra de mim , eu estive aqui o tempo todo. E será que você não viu?
Viu somente o que tua acuidade permitiu olhar!
Olha, embora que o eu construía no cotidiano da terapia! Desprezava as construções arquitetadas nos poderes acadêmicos do saber. Lembra? E se agora tens a ilusão de que eu me agarraria à este poderes, ledo engano, amigos, companheiros de labuta!
Já que não queres construir o novo, porque ele te desaloja de teu barraco existencial. Eu continuo a construção, alicerçando o amanhã nas massas das carnes daqueles que são os primitivos donos dessa terra.
Lembra de mim, eu sempre disse , "EU SOU UMA REICHIANA", E NÃO POUSO PARA FOTOS E APLAUSOS.
E hoje, respondo ao meu ex-amigo e colega de trabalho, a pergunta que originou a primeira versão deste Blog : O meu norte terapêutico é Reich. Ele foi odiado a direita e incompreendido a esquerda, perseguido e excluído por suas idéias e concepções de vida, no entanto sua teoria, nos vários estágios, da análise do caráter (psicanálise), passando pela vegetoterapia (terapia corporal)e por fim a Orgonoterapia deixou de focar os aspectos socio-econômico-politicos que norteiam a estrutura das ralações humanas. Este não é só um norte de meu trabalho, configura-se como marca de alma em minha essência e norteia a forma como concebo a vida e minhas relações com minha existência.
Olhando para este norte, re-traço e re-enlaço as minhas ações! E dou seguimento a jornada , novamente!
NAMASTÊ
ROSE
05/08/08 POR BAGALA ÀS 23 H
TÍTULO : SEM TÍTULO
Nos já somos o que devemos ser
06/08/08 POR BAGALA ÀS 12 H
TÍTULO : SEM TÍTULO
Estou feliz e entrei só pra dizer isso.
Revi velhos amigos, e fui arrebatada pela alegria desse encontro.
Relembrei ,tantas jornadas e momentos difíceis pelos quais passamos.
Relembrei de tantos momentos de prazer percorridos juntos.
Reencontrei o companheirismo, a lealdade e o respeito pela individualidade.
E talvez em outro momento volte a falar de lealdade, companheirismo, respeito, liberdade e confiança afora o piegismos que remontam estes conceitos. E que hoje, são cabíveis de tantas distorções para enfiá-los dentro do que nos é confortável.
Acredito que tais distorções são passíveis de compreensão, elas são formas de sobrevivência a nossa dor , ao constatamos que não conseguimos sempre ser tão leais, confiáveis, honestos e independentes. A questão não encontra-se exatamente na ação e sim como a processamos, assumimos e a redirecionamos em nossa vida intima e coletiva.
As distorções muitas vezes são reações à :
- aos ataques as nossas posses existenciais;
- aos nossos ideiais de ego;
- defesas a exposição pública de nossos pontos obscuros;
Acredito que somos mais que nossos valores instituídos, embora concebo que uma coletividade não sobreviva sem a instituição de valores comuns que norteiem o seu convivio. O conflito reside nos valores cristalizados , que são fachadas e encobrem a obtenção de ganhos de somente alguns. Assim valores como lealdade, liberdade, são pactuados e explícitos por um grupo e estão relacionados a coletividade.
Não sou ingênua, sei muito bem de todas as transformações que os valores sofreram no curso da história da humanidade e como eles estiveram atrelados a manutenção de um sistema sócio- econômico e político. Não estou aqui para análises profundas dessas questões nos âmbitos acadêmicos sociológicos, psicológicos e antropológicos. As prateleiras das bibliotecas estão repletas deles.
Hoje, ao optar continuar esta construção tão intima, a partir do meu foco pessoal , neste blog aonde relato a minha vida , meu cotidiano profissional, o meu saber, desejo instalar um olhar diferente, repensar , construir nossas ações- saberes dentro das ações e do cuidado em saúde mental. E para ser sincera , e olha que o sou , esta é a minha marca na construção e busca desse Mahavidya. Não tenho interesse algum em saber o julgamento de alguns ! Deles já estou farta! Pouco me interessa as opiniões a meu respeito e do que escrevo e consideram isto lá com algum valor! Esta é uma viagem particular e me dou o direito de construí-la da forma que escolho, e me ater a quantas repetições eu desejar!
Interessante encontramos livros, textos que falam da teoria e da técnica e outros que relatam a vida íntima dos pensadores que os escreveram, mas nunca como eles aconteceram no real , são construções co-existenciais e dinâmicas . Durante doze anos fiz parte de uma coletividade que constrói os novos saberes e ações dentro de unidades NAPS , que atende ao grave sofrimento psíquico e que buscam formas alternativas ao secular pensamento manicomial . Tão enraizado em nosso inconsciente coletivo. E pretendo seguir assim falando a patir de minha "alma" e de meu cotidiano, e como vou estruturando as minhas técnicas-ações e as teorizando, como é que que esse corpo-saber é gerado.
Então faço uso de minha liberdade de escolha de assim falar , e assumo a conseqüência de não ser "ouvida", pois esta escolha incomoda a muitos. Assim sou leal as minhas concepções e valores de vida, pois eu as pactuo com quem eu cuido, e estes são os usuários do serviço. E o reafirmo como gestora, estou lá por aqueles que usam o serviço e pela construção desse novo saber ! E deixo claro, faço o que os meus limites de energia, saber e ações alcançam. Desculpem-me os que ansiavam, desejavam e projetaram além do que consigo. A construção é coletiva, então dêem a cara para bater e assumam também as suas reais ações- potência (limites).
O Senhor Jr.Zé Povão adentra hoje a reunião de passagem de plantão e diz:
"Respeitem a Drª Delegada Roseli, ela é delegada da psicologia, do NAPS, do Drops e da Entorpecentes...Eu não quero que voce fulano de tal , fale assim com ela."....E caso vocês tenham coragem, escrevam nesse livro de passagem de plantão que a Drª Roseli tá "LOUCA"....Escrevam se tem coragem... Não escrevem né...." Se alguém chegar perto dela, vai se ver com meu trabuco, R15".. Drª vem esfriar a cabeça e já chamou a Policia pra eles...manda em cana"..
Fora da sala com seu riso indescritível me diz: "Não precisa ter medo , a Srª não fica mais louca do que é " eheheheh
Nestas últimas três semanas ele apontou uma crise de hostilidade que eu não via há 8 anos. Um grande ódio aflorou em decorrência de fatores intra e inter- dinâmicos de sua vida . Estive com ele , recebi literalmente a sua hostilidade, o seu desespero, a sua "loucura". E fui literalmente aos lugares conflituosos de sua vida, afora as reuniões de discussão clínica .Estive nos bares aonde estava bebendo e lá tomou a café , água de torneira em copos imundos , porque ele me oferecia, fiquei com ele quanto sua mãe estava internada no hospital , sentada em sua cama desnuda e suja assistindo televisão , companhia em desespero , medo que sua mãe viesse a falecer. Entrei em seu inferno existencial e lá coloquei a bunda sobre as pedras incandescentes e lhe fiz apenas companhia.
Recentemente uma pessoa me indagou sobre o que fazer em situações de negação do conflito e lutos. Naquele dia fiquei olhando nos olhos da pessoa e não respondi e refleti : "Não há o que fazer para mudar a dor, apenas e simplesmente a chorarmos juntos".
Esta situação critica com Jr.Zé Povão,foi usada recentemente, consciente e inconscientemente ,por alguns da equipe técnica para me desestabilizar como gestora, porque mexi nos ganhos e acomodações pessoais de alguns.
Felizmente o Sr.Jr.Zé Povão está se reestruturando e me fez lembrar de há um ano atrás , quando num momento crítico ,aonde lhe havido sido negado um benefício de Volta para Casa e inconformado ele anunciava :"Como não tenho direito , eu fui internado mais de 50 vezes em hospital psiquiátrico".
Naquele dia acordei comigo mesmo, que voltaria a tentar seu benefício novamente , e neste ano eu consegui, apesar de este ser um dos fatores desencadeante de sua atual crise, agregado aos conflitos familiares e de processos judiciais de herança que percorrem os "tribunais" há vinte anos sem resposta plausíveis , com o agravante de minha nomeação a diretora técnica o que nos afastou estes meses. Eu cumpri a promessa que fiz , quando ele chorando e agarrado ao meu colo pedia dignidade de vida: "Drª Roseli, eu já não tenho mais perspectivas de vida, sei e não quero mais ser o dono do Banco Itaú, o meu pai tá morto e não vamos mais ter a mesma vida de riqueza. O juiz não vai dar causa ganha da herança que me pai deixou. Só quero não ter que mendigar todo dia, um café , um maço de cigarro. Queria ter pelo menos R$200,oo para não mais ter que pedir emprestado, no NAPS, nos bares, pro Padre, pra minha mãe que não tem".
Neste dia ele estava muito hostil e fui que dei a noticia que seu benefício tinha sido negado, ele ficou sendo enrolado por todos durante 30 dias até que eu retornasse de minhas férias. “Naquele dia eu lhe disse: -” Estou falando a verdade do que aconteceu , por mais que você fique zangado. “A nossa relação durante estes anos esta firmada na sinceridade". Ele me responde : -"Não Drª Delegada Roseli, a nossa amizade está firmada na Tradição. Honra, Lealdade , dignidade!
Namastê
Ao meu Jr.Zé Povão
A pessoa que me ensina o que é dignidade, lealdade e liberdade!
Rose
E com minha Honra Drª Delegada do DROPS
06/08/08 por BAGALA ÀS 22H
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